A TAC – Tecnologia Automotiva Catarinense – acaba de disponibilizar ao consumidor as primeiras 25 unidades do seu jipe, o Stark. Mostrado nos Salões Internacionais do Automóvel de São Paulo em 2006 e 2008, ele deveria, segundo a marca, ser lançado definitivamente em Agosto passado. Atrasou 4 meses.
A empresa foi formalmente instalada em 2004, mas já no Salão de 2008 o Stark deixou muita gente impressionada. Pelo menos por suas formas e sua proposta, ele teria tudo para cativar tanto os jipeiros autênticos quanto os admiradores de seu estilo parrudo. A Troller, por exemplo, começou igualmente pequena e com proposta semelhante, e hoje tem o reconhecimento merecido de seu jipe, o T4, muito elogiado por sua performance como verdadeiro 4x4. A questão aqui é saber se, na vida real, o Stark poderá ser comparado ou até mesmo superar seu inspirador.
A princípio, a impressão que o Stark causou em algumas publicações e sites que o dirigiram foi boa. Com isso, pode-se supor que ele não fará feio quando colocado à prova onde realmente importa: no off-road. Vá lá que, segundo pesquisas, somente uma porcentagem bem pequena dos compradores deste tipo de carro o coloquem realmente na terra. Mas os jipeiros de plantão não gostariam de saber que compraram um carro que não agüenta o tranco. Então, vamos às comparações: o motor da FPT entrega 127 cv de potência e 30,6 kgfm de torque – e como força aqui conta mais que velocidade, parece ser mais que suficiente. A questão é que o T4 é empurrado por um motor com 36 cv a mais de potência e 8,2 kgmf a mais de torque, e numa situação de emergência isso pode ser crucial. Quanto aos ângulos de entrada e saída, o Stark se redime e mostra competência: são 49/44 graus do TAC contra 50/37 do Troller. No vão livre, ligeira vantagem do T4: 31,5 cm contra 30 do Stark.
No asfalto, o Stark se sai melhor. O T4, fato comprovado em vários testes, é naturalmente e propositalmente "brucutulesco", ao passo que o novo jipe pareceu, pelo teste realizado pela revista Quatro Rodas, apresentar acerto mais mediano e confortável de suspensão, além de ser fácil de dirigir. Deve agradar à maioria que usará o veículo somente (ou na maioria das vezes) na cidade, e não se pode negar que isso conta muitos pontos em termos de mercado. No design, o Stark também se sobressai; os puristas podem virar a cara ao afirmar que um verdadeiro 4x4 não precisa ter perfumarias. Só que a TAC conseguiu inserir linhas modernas e detalhes bastante interessantes em um desenho tradicional de jipe, sem jogar fora a essência do que, pelo menos em tese, um jipeiro espera. As rodas esportivas estão lá, bem como os pneus mistos, os enormes paralamas, o estepe na traseira, a suspensão alta e a frente e traseira agressivas.
Falando de itens de conveniência, ninguém tem muito do que se gabar. Ambos trazem o básico: ar, direção hidráulica e trio elétrico. O Stark traz bancos em couro; o T4, em vinil. No TAC, o engate da tração é mecânico, enquanto no T4 é elétrico. Por dentro, o jipe catarinense mostra semelhança com modelos da Fiat – mas o cearense também aproveita muito da EcoSport, então dá no mesmo. Porém, no que mais conta para o consumidor a TAC errou feio: o preço. Enquanto o jipe da Troller é vendido por R$ 86.900,00, o Stark sairá por R$ 98.780,00. Com essa diferença o comprador poderia, por exemplo, incluir diversos acessórios para a trilha e ainda levar um troco. E teria um jipe já conhecido, inúmeras vezes testado, de qualidade comprovada no maior rali do mundo e com o suporte de uma grande montadora (a Ford comprou a Troller em janeiro de 2007).
A TAC deveria rever sua tabela. O Stark não é um produto ruim e é compreensível que a empresa iniciante corra atrás do retorno do imenso aporte de investimentos deste projeto (A TAC chegou a contratar várias empresas de design e engenharia com reconhecido portfólio no desenvolvimento de seu produto, e a lista atual de fornecedores inclui FPT Fiat Powertrain Technologies, Eaton, BorgWarner, Dana, TRW e Pirelli), mas cobrar um preço tão alto por um produto desconhecido pode ser perigoso. O mercado nacional pode ter grande potencial de crescimento, mas, pelo menos por enquanto, tudo mostra que o consumidor brasileiro ainda é conservador e não troca o certo pelo duvidoso. Para ele, mais vale um tratorzinho completo e potente do que um jipe metrossexual emergente.
O Carro é até legal, mas preço é exorbitante pelo que oferece. Praticamente 100 mil. Uma marca que nao tem tradição, deve no minimo oferecer o mesmo preço dos concorrentes.
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