NISSAN TIIDA SEDAN

Todo mundo sabe que, no Brasil, carro bonito vende mais do que carro feio – ainda que beleza seja critério subjetivo de compra. Mesmo assim, sabendo que há um público que não se importa muito com isso (ou que tem padrões de beleza diferentes da maioria), certas marcas continuam lançando modelos que atendem às suas exigências mais lógicas e menos passionais.

É o caso do Tiida Sedan, mais um modelo cuja traseira não se entende com a dianteira. Não que, visto de frente, ele seja um ícone do design; mas é que a traseira, pra lá de tradicional, acabou com um resultado pior que no hatch (cuja traseira também é alvo de críticas). Por este ponto de vista, ele seria um dos carros menos interessantes de nosso mercado.

Mas calma lá, a cara feia e a falta de carisma não conseguem superar a saúde deste Nissan. O motor 1.8 16v com até 126 cv e 17,5 kgfm a 4.800 rpm é eficiente e, em conjunto com o câmbio de 6 marchas, bem escalonado e com engates macios, faz seu desempenho ser quase esportivo (0 a 100 km/h em 9,6 s; velocidade máxima de 194 km/h). Mesmo retomadas em marchas altas não são problema – claro, desde que você não esteja rodando com carga máxima numa subida. Duas coisas, porém, não são muito dignas de elogios:

- o conforto de rodagem, típico de carro familiar em condução normal e em pisos bem conservados. Mas este conforto, bem como a estabilidade, ficam um pouco prejudicados em ruas esburacadas, onde cada relevo é sentido de forma incômoda. Pelo menos o conjunto não parece ser frágil e não se ouve barulhos de suspensão em fim de curso;

- o consumo, que fica em torno de 7 km/l de etanol na cidade e 9,5 na estrada. É pouco, já que sua autonomia não chega a 500 km na estrada.

Uma de suas maiores vantagens está no espaço, tanto para o motorista quanto para os passageiros e a bagagem. Os bancos largos e aconchegantes do hatch continuam lá, ainda que tenham perdido um pouco do requinte no revestimento e deixem a desejar nas laterais, que não seguram direito o corpo. O painel é bonito, bem acabado e com ergonomia correta, e o espaço no banco traseiro é surpreendente para um carro com 2,60 de distância entreeixos – que não é pouco, mas é menor que a de alguns concorrentes. Meu metro e noventa ficou bem acomodado até com o banco do motorista totalmente recuado. O portamalas, bem revestido e com boa abertura da tampa, acomoda bem a bagagem da família. É bom tomar cuidado somente com as articulações da tampa, que podem amassar volumes rígidos.

Vendido em versão única por R$ 44.500,00, o Nissan Tiida Sedan vem bem completo. De série, ele vem com alarme e travas elétricas por controle remoto, ar-condicionado, computador de bordo, direção elétrica, volante com regulagem de altura, vidros e retrovisores elétricos (com comando um-toque para o vidro do motorista), travamento automático das portas e porta-malas com o veículo em movimento, CD Player com MP3 e entrada auxiliar para iPod, sem falar nos vários itens de conveniência (porta-copos diversos, espelho de cortesia no para-sol do passageiro, 4 auto-falantes, abertura interna da tampa do bocal de combustível, etc). Seu único problema é não vir com ABS ou airbags nem como opcionais, itens que contam muito neste segmento. Resta saber se, mesmo com o preço baixo, os compradores vão querer levar para casa um carro menos seguro que seus concorrentes.

Fotos: Nissan