Um amigo meu usou uma analogia no mínimo inusitada em relação à JAC J6: “Esse carro é igual acidente. Todo mundo quer ver, mas ninguém quer pra si.” Achei exagero da parte dele, mas cabe a análise.
A J6 tem o design mais bem resolvido dentre todos os JAC vendidos hoje no Brasil – arrisco-me a dizer mais até que o J5, cujo lançamento ocorrerá no próximo dia 19 de março em Salvador, Bahia. Por isso é fácil entender seu poder de atração. Algumas (poucas) pessoas que não conheciam o carro ou a marca fizeram essencialmente 2 perguntas: se é importado e se é caro. Outros pareciam conhecer um pouco mais sobre carros – um deles, não tanto a ponto de evitar confundir a J6 com uma VW Sharan (!). Por via das dúvidas, entendi que a comparação poderia ser com uma VW Routan (minivan com a cara da Volks fabricada pela Chrysler no Canadá e que não passa de uma Town & Country disfarçada), cuja frente lembra um pouco a da J6.
A maioria dos curiosos, por sua vez, já conhecia a marca e o carro – mais um ponto para o marketing da JAC. Ruim é que eles lêem também os vários comentários não só sobre os modelos da JAC, mas chineses em geral. Como o brasileiro tende a ser visceral quando se trata de carros, isso reflete em suas opiniões – para o bem ou para o mal. E a máxima sempre vale: acerte mil vezes, mas sempre se lembrarão do seu defeito.
A questão é que nem todos os chineses são ruins – como é o caso da J6, um carro que tem suas falhas mas no geral é um bom produto. No entanto a palavra “chinês” hoje causa medo, uma predisposição de certa forma compreensível à desconfiança. Vivi ontem uma situação interessante: 5 amigos insistiram para ver e dar uma volta no quarteirão com o carro. Fizemos então uma rodada de test-drives; todos disseram ter se apaixonado pela J6. Os principais adjetivos dados à minivan: “lindo”, “enorme”, “macio”, “muito mais bem acabado que outros chineses”, “ótimo motor” e “silencioso”.
“Mas e aí, vocês comprariam a J6?” – perguntei.
“Ah, sei não... É chinês, né?”
Mais trabalho pra vocês, JAC Motors.
Vou reforçar o que disse em outro comentário: essas montadoras terão que se esforçar para conquistar a fatia que a VW, Fiat e GM tem desse mercado aqui no Brasil. Não basta o Faustão dizendo "Ôôôôô loco bicho, é a Jac Motors meu"
ResponderExcluirFazendo essa análise com um lado cômico, me faz voltar no tempo quando falamos da associação de personalidades famosas à produtos "novos" ou de "valores acessíveis". O que eu quero dizer? O seguinte: O Fustão NUNCA, nem de graça (quem sabe) teria um Jac em sua garagem. Assim como a Xuxa nunca usaria Monange e nem mesmo a Angélica já tomou Biotônico ou escovou seus dentes com Sorriso.
Afinal, "esse carro é igual acidente..."