sexta-feira, 1 de março de 2013

JAC J2: ESTILO ACESSÍVEL




Aí a fábrica quer cortar custos na produção de um modelo e um dos primeiros itens da lista é o acabamento. Isso cria nas pessoas a ideia de que, no Brasil, é impossível comprar um carro bem acabado na faixa dos 30 mil reais.

Andando no J2 é fácil ver que isso é mito, mesmo porque acabamento não tem a ver necessariamente com luxo. Tem a ver muito mais com qualidade de montagem, aparência, com a criação de um ambiente que faz o motorista sentir vontade de voltar para a cabine. O J2 não é perfeito, mas a JAC foi muito feliz ao oferecer um carrinho não somente divertido de guiar, mas estiloso por fora e por dentro.


Antigo hábito do brasileiro ao passar por um carro que não conhece é olhar através do vidro para ver o painel. Compreensível, já que, tirando a estrada, é para lá que o motorista mais vai olhar. Painéis feios ou mal acabados podem ter um efeito duplo no motorista: ou dão sono ou irritam. O do J2, pelo contrário, é divertido, tem estilo e desperta a atenção do motorista na medida certa. A iluminação azul típica dos JAC parece mais amena neste, que tem instrumentos menores e com traços mais finos. E a sacada é o ajuste da coluna de direção, que leva o painel junto para cima e para baixo. Os apliques imitando fibra de carbono nos puxadores da porta e na seção central do painel, que abriga o som e os comandos do ar condicionado, também contribuem para manter o ambiente jovial.


Os bancos têm tecido melhor do que os utilizados na forração do J3, por exemplo (que acumulam muita sujeira). São bem costurados e seguram bem o corpo nas curvas. Mesmo com cintos de segurança para 5 pessoas, melhor andar com no máximo 4 – e para estes há suficientes apoios de cabeça, todos reguláveis. O som a bordo é garantido pelo sistema de áudio com rádio, leitor de CD e MP3 player, mais entrada auxiliar(*). E pra não suar no Harlem Shake o ar condicionado, superdimensionado para o tamanho da cabine, gela que é uma beleza.



Repito, o J2 não é perfeito. Plástico tem bastante, mas são de boa aparência e em geral bem montados; não notei nenhum vão ou rebarba. Problema de ergonomia também tem: controle dos retrovisores no apoio de braço da porta do motorista e o dos vidros lá embaixo, no painel. Conta-giros é minúsculo. Porta-luvas não tem tampa. Porta-malas quase não tem espaço. Limpador traseiro não tem. Pedais são afastados demais.



Mas aí você se lembra do preço do JAC J2 e, convenhamos, não é tão difícil se acostumar com o lugar dos controles, com o tamanho do conta-giros e com os pedais. Quanto ao porta-luvas, basta se acostumar a levar uma bolsa. Ao porta-malas, basta não querer levar a mudança. Aos plásticos, basta não querer levar o gato em cima do painel.

Porque 30 mil reais não fazem milagre.




(*) Dica do RACIONAUTO: para obter o melhor resultado do som do J2, regule o Fade do sistema para -2 ou -3, direcionando mais do áudio para os alto-falantes traseiros. Regule os graves (Bass) em 3, os agudos (Treble) em 7 e mantenha o balanço neutro.

Fotos: Maximiliano Moraes
Agradecimentos: Estação Cultura Campinas / Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo de Campinas

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