ALTA RODA, Fernando Calmon
Maior rigor
com a qualidade do ar acaba de ser estabelecido pelo governo do Estado de São
Paulo. Objetivo é monitorar, especialmente, a região metropolitana da capital
paulista que se aproxima de 20 milhões de habitantes, inclui outros 38
municípios e frota real de 6,5 milhões de veículos (leves, pesados e
motocicletas). Trocou-se o “termômetro” da poluição ao aproximar as
concentrações máximas daquelas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
conhecida pela severidade de posturas. Maioria dos países deixa de cumprir ou
tem sua própria legislação.
Na realidade,
a regulamentação ainda está 40% aquém da OMS, porém acima da recomendação do
Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Aumentará o número de dias por ano
em que a região enfrenta níveis de atenção, alerta e emergência (nesse, nunca
entrou), com as respectivas providências. Ozônio é o principal poluente, mas
seu nível de toxicidade não se compara ao monóxido de carbono, que se mantém
abaixo dos limites.
Administração
estadual, bem intencionada, falhou ao deixar em aberto o futuro e, principalmente,
por ignorar veículos de municípios periféricos. Eles circulam livremente pela
capital sem exigência de inspeção. Essa frota, mais envelhecida, exige controle.
Basta seguir o novo esquema: primeira inspeção para veículos com três anos de
uso, depois a cada dois anos e anual a partir de 10 anos de uso. Esse arranjo,
incluindo inspeção de segurança, poderia se estender a todo o País. No Rio de
Janeiro, por exemplo, periodicidade e metodologia fogem bastante de padrões de outros
países: distorções evidentes do que se poderia chamar de inspeção técnica.
No recente
seminário sobre emissões veiculares, organizado pela Associação Brasileira de Engenharia
Automotiva, os palestrantes se empenharam em demonstrar os avanços que ainda
podem ser alcançados. “Nosso ar pode ser melhor” foi enfoque deste ano. Apesar
de boas intenções, infelizmente não se ouviram vozes suficientes a favor de que
a racionalidade deve estar em um dos pratos dessa balança de interesses, que
rege a preservação do meio ambiente.
Enquanto se
apresentaram propostas objetivas, mais fáceis ou difíceis de programar, soou
mal atribuir relevância ao tuning e seus “males” provocados à atmosfera. No
caso, o impacto nas emissões totais por motores modificados é desprezível, no
contexto geral. Por outro lado, a baixa efetividade da inspeção atual, sem rolos
movidos pelas rodas (simula condições reais) não foi criticada, mas é melhor do
que nada.
Por outro
lado, seria bom adotar, como na Europa, consumo (ligado a emissões) em vez de
cilindrada para definir impostos. Bem mais racional.
RODA VIVA
PLANOS ambiciosos da Fiat na nova
fábrica de Pernambuco, prevista para final de 2014. A coluna antecipa o cronograma
de início de produção (vendas, três meses depois). Janeiro de 2015: SUV
compacto (projeto 338) e picape média (projeto 226), esta baseada na mesma arquitetura
de médio-compacto que originou o Viaggio. Dezembro de 2015: dois modelos Jeep,
um SUV compacto derivado do Fiat (projeto 520) e outro SUV (projeto 546), baseado
na picape média.
MAIS Fiat: em janeiro de 2016, SUV
médio-compacto (projeto XSU) sobre mesma base do projeto 546, da Jeep. O sedã
médio-compacto Viaggio (projeto 343), sobre a versátil nova arquitetura que já
originou o Dodge Dart, terá início de produção em maio de 2016. Não se contemplam
produtos com marcas Chrysler e Dodge, entre seis modelos previstos. Jeep tem
imagem mais forte.
NÚMEROS recordes de produção e vendas
de veículos, em abril e no primeiro quadrimestre de 2013, sobre os mesmos períodos
de 2012, devem-se em grande parte a uma base comparativa fraca no ano passado.
Tanto que a Anfavea manteve sua previsões para o ano inalteradas. Nos 12 meses
encerrados em abril, comercializaram-se 3,89 milhões de unidades.
PORSCHE 911 TURBO, em duas versões,
estreia em setembro, no Salão de Frankfurt, mas a fábrica liberou informações.
Destaques para motor de até 560 cv (Turbo S), aceleração de 0 a 100 km/h em 3,
1 s e um sensacional sistema de direcionamento do eixo traseiro que mudará o
modo de conduzir – ou pilotar – o carro. Depois virão versões conversíveis.
TOYOTA acertou a mão na nova geração do
RAV4. Totalmente reformulado, estilo refinado com rara precisão, motores de 2
litros/145 cv e 2,4 litros/179 cv, tração 4x2 e 4x4, dois tipos de câmbio
automático, interior mais espaçoso, painel ousado e moderno, o SUV
médio-compacto mostra dirigibilidade de automóvel. Preços de R$ 96.900 a R$
119.900. Senão: tampa sobre o estepe (agora interno) gera ruídos.
MICHELIN captou que pneu “verde” (baixa
resistência à rodagem) não é único atrativo para os motoristas. Novo Primacy 3
mostra desempenho destacado nas frenagens, em piso seco e molhado, e aderência maior
em piso molhado, condição em que a marca francesa tem tradição. Ainda conseguiu
2% de redução no consumo de combustível.
Fernando Calmon, engenheiro e jornalista especializado desde 1967, quando produziu e apresentou o programa Grand Prix, na TV Tupi (RJ e SP) até 1980. Foi diretor de redação da revista Auto Esporte (77/82 e 90/96), editor de Automóveis de O Cruzeiro (70/75) e Manchete (84/90). Produziu e apresentou o programa Primeira Fila (85/94) em cinco redes de TV.
Sua coluna semanal sobre automóveis, Alta Roda, começou em 1999. É publicada em uma rede de 86 jornais, revistas e sites. É correspondente para o Mercosul do site inglês just-auto. Além de palestrante, exerce consultoria em assuntos técnicos e de mercado na área automobilística e também em comunicação.
fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
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