Grandes
avanços em iluminação para veículos estão em marcha nos próximos anos. Hoje, a
tecnologia de ponta concentra-se na utilização de diodos emissores de luz (LED,
na sigla em inglês) nos faróis. Há cinco anos os LEDs chegaram de forma
discreta em lanternas de freio. Entre as vantagens destacam-se a durabilidade
maior do que a vida útil do carro e a resposta imediata ao acendimento em
comparação às lâmpadas convencionais de filamento.
Simultaneamente
encontraram novas aplicações como terceira luz de freio e, agora, em luzes de
uso diurno que os fabricantes europeus adotaram mesmo sem legislação
obrigatória em todos os países. Os LED dispostos em carreiras permitem inúmeras
formas geométricas e, assim, se transformaram também em elementos estilísticos
muito apreciados. Cada fabricante pode desenvolver identidade própria.
Das lanternas
passaram para os faróis por permitir potência de iluminação bem mais alta e
precisa, porém gastando menos energia que lâmpadas de xenônio, a referência
atual. O custo é elevado. Tanto que estreou no A8, topo de linha da Audi. Novos
modelos premium, como o recente BMW Série 6 Gran Coupé, seguem a tendência.
Passo
seguinte é utilizar OLED (diodos orgânicos emissores de luz, em inglês), desde
que se consiga estabilizar a temperatura de funcionamento. A fabricante alemã
de lâmpadas Osram acaba de anunciar que, em testes de laboratório, conseguiu manter
diodos orgânicos funcionais a até 85 graus Celsius por várias centenas de horas.
Quando as experiências começaram, três anos atrás, eles não resistiam mais que
duas ou três horas. No entanto, a durabilidade terá que ser 10 vezes maior do
que esse estágio em aplicações veiculares. Exigirá mais alguns anos, porém em
tempo da próxima geração de carros atuais.
Mais
novidades estão a caminho. Engenheiros da Universidade Carnegie Mellon, dos
EUA, estudam o farol inteligente que usa uma câmera a bordo do veículo para
acompanhar o movimento das gotas de água da chuva ou de flocos de neve. Eles
descobriram como redirecionar de modo contínuo o facho dos faróis de tal forma
que os raios de luz passem entre as gotas para evitar a reflexão responsável
pela dificuldade do motorista enxergar sob chuva intensa. Se isso já é útil de
dia, imagine à noite quando os riscos são bem maiores.
O chefe da
pesquisa, Srinivasa Narasimhan, professor do Laboratório de Iluminação e Imagem
da universidade, está confiante: “Se o motorista enfrentar forte tempestade, os
faróis inteligentes poderão fazer com que pareça uma garoa”. Nos testes de laboratórios,
o protótipo conseguiu prever as gotas de chuva e ajustar o farol em 13
milissegundos. Na prática, eliminaria até 80% da chuva visível, mesmo sob quase
dilúvio, com perda de iluminação de apenas 6%, desde que o veículo trafegue em
baixa velocidade.
Para velocidades
usuais em estradas, o sistema teria que funcionar a cada cinco milissegundos, o
que demandará mais tempo de pesquisa. Além disso, será necessário trabalhar
para tornar o dispositivo compacto o suficiente para instalação em um automóvel
e iniciar testes de campo.
Fernando Calmon, engenheiro e jornalista especializado desde 1967, quando produziu e apresentou o programa Grand Prix, na TV Tupi (RJ e SP) até 1980. Foi diretor de redação da revista Auto Esporte (77/82 e 90/96), editor de Automóveis de O Cruzeiro (70/75) e Manchete (84/90). Produziu e apresentou o programa Primeira Fila (85/94) em cinco redes de TV.
Sua coluna semanal sobre automóveis, Alta Roda, começou em 1999. É publicada em uma rede de 86 jornais, revistas e sites. É correspondente para o Mercosul do site inglês just-auto. Além de palestrante, exerce consultoria em assuntos técnicos e de mercado na área automobilística e também em comunicação.
fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
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