MANUAL DE COMPRA - CHEVROLET CORSA (2ª GERAÇÃO)

Por Pedro Ivo Faro

Chevrolet Corsa de 2ª geração teve grande oferta de versões e motorizações que iam do 1.0 até o 1.8

A grana está curta e a ideia é comprar um carro popular. Mas será que é necessário abrir mão de conforto ao rodar e de alguns mimos por isso? A resposta é não, e uma boa mostra disso é o Chevrolet Corsa de segunda geração, que chegou ao nosso mercado em 2002 e ficou por aqui até 2012, sendo substituído pelo Agile. Hoje fora de linha, é um modelo que oferece um bom custo-benefício e uma boa oferta de versões. Diluídos entre os anos-modelo há três tipos diferentes de motores e vários padrões de acabamento.

DUPLO OBJETIVO

Como o Corsa veio para enfrentar ao mesmo tempo populares e modelos premium, não estranhe a presença de determinados itens ausentes em carros contemporâneos a ele, como iluminação interna com acendimento gradual e o acionamento automático do limpador traseiro, que davam um toque de sofisticação a ele. Além disso, o conforto era maior que o comum do segmento, mérito dos bons bancos do subchassi dianteiro. 

MOTORIZAÇÕES

Na trajetória do modelo no Brasil, houve três motores, sendo dois extremos opostos. Inicialmente ele vinha ou com o 1.0 VHC (econômico, mas de desempenho apagado) ou com o 1.8 (forte, mas mais gastão e Flex a partir de 2005). A partir de 2008 veio um motor que se tornou um meio-termo: o 1.4 EconoFlex, oriundo do Prisma. Este é o motor que melhor concilia economia com desempenho na linha Corsa, e um dos que costuma ter mais saída na hora de vender e/ou revender. Mas, apesar das versões 1.4 e 1.8 oferecerem bom desempenho, esteja ciente de que o comportamento do Corsa é mais voltado para o conforto, com suspensão mais macia. A partir de 2010 só saiu o motor 1.4, vale lembrar.

VERSÕES

A partir de 2005 a Chevrolet diferenciou melhor as versões do carro: Joy, Maxx e Premium. A primeira era a mais básica, enquanto que na Maxx e na Premium vinham mais equipamentos. Na Maxx, a direção hidráulica era opcional, mas para ter o ar-condicionado, só com o motor 1.8, enquanto que todos estes itens eram de série na Premium, que ainda tinha ABS e airbag opcionais. Com a chegada do 1.4, o motor 1.0 VHC ficou somente para a Joy, e os 1.4 para a Maxx. Se a ideia é um modelo 1.0 com ar e direção, por exemplo, gaste um pouco mais de sola de sapato na procura.

“ESPORTIVO”

Houve um Corsa “esportivo” também. A versão SS tinha o motor 1.8, que deixou de ser de série nas outras versões, e trazia alguns detalhes mais exclusivos de acabamento, como kit aerodinâmico, rodas diferenciadas e detalhes de acabamento prateados. Apesar de não andar mais que os modelos comuns, teve bom apelo justamente pela diferenciação estética. 

Versão 1.4 do Corsa foi a última comercializada no país e a que melhor conciliava desempenho e economia

FIQUE DE OLHO!

O Corsa teve alguns detalhes (ou defeitos) que devem ser olhados com cuidado na hora da compra:

- Ouvido atento à caixa de direção. Estalos e ruídos estranhos são mau sinal, e são notados em manobras, indicando terminais gastos. Se aparecerem, fuja, pois o reparo é caro.

- Nos 1.0 VHC prefira sempre a troca da correia dentada quando comprar. Tanto ela quanto o tensionador, se não estiverem em ordem, causam o chamado atropelamento das válvulas, e aí tem que se fazer uma cara retífica.

- O aterramento é problema crônico na linha GM, então olho nele. a corrente acaba fluindo pelo módulo de injeção ou pela bomba elétrica, queimando seus chicotes. Na dúvida, leve numa autoelétrica.

- O acabamento dessa geração não é nenhum primor de qualidade, podendo apresentar plásticos rígidos que riscam e quebram com facilidade, forros de porta que se descolam, estofamento e carpetes desfiados. Se o interior estiver surrado demais, descarte.

PREÇOS

Hoje com um bom custo-benefício, um Corsa 1.4 Maxx ano 2009 sai por cerca de R$ 20 mil, com grandes chances de já vir bem-equipado.