Nos últimos 2 dias a Subaru apresentou à imprensa brasileira os novos Legacy e Outback 2016. O sedã e o crossover - ou "crossuv", como a marca o chama - chegam em versão única para implementar as já crescentes vendas da marca no país: foram 864 unidades vendidas ano passado e 1.341 até novembro deste ano, 55% a mais. O número de modelos da Subaru disponíveis ao consumidor no país agora cresce para 7.
Os designs dos dois modelos foram totalmente revistos e transmitem ao mesmo tempo elegância e robustez, sem fazer uso de uma linguagem com data de validade anunciada. Preferindo sobriedade e simetria no layout interno, que é exatamente igual em ambos, a Subaru caprichou no acabamento, revestindo bancos, volante, coifa da alavanca de câmbio e boa parte dos painéis das portas com couro e complementando com alumínio, black piano e plásticos de excelente qualidade e aparência. O espaço interno impressiona, sendo possível acomodar adultos com conforto no banco traseiro mesmo com motorista e passageiro de estaturas generosas.
Começamos com o sedã, que mostrou bom isolamento acústico e filtragem de imperfeições dignas de um modelo premium. A ergonomia é exemplar e os bancos, largos e confortáveis. O volante tem boa pega e os (muitos) comandos ali facilitam a vida do motorista. O sistema de áudio Harman/Kardon tem excelente qualidade sonora e ajuste fácil e intuitivo pela tela touch no centro do painel, e o ar condicionado dual zone com saídas para o banco traseiro deixa a cabine fresca em instantes.
O powertrain é exatamente o mesmo no Legacy e no Outback: motor boxer 3.6 com 6 cilindros, 256 cv de potência e 35,7 kgfm de torque; câmbio CVT Lineartronic; tração integral Symmetrical All Wheel Drive. No sedã o motor garante acelerações vigorosas, além de dar ao motorista o plus do ronco grave típico dos boxer. Em gráfico a Subaru demonstrou a vantagem do uso deste tipo de propulsor no que diz respeito ao ganho de estabilidade: o posicionamento do bloco é simétrico e bem mais baixo do que ocorre em outras configurações, o que ajuda a abaixar o centro de gravidade. O sistema de tração integral se encarrega de jogar força também de forma simétrica às rodas, tornando o carro muito mais estável.
Merece destaque o funcionamento do câmbio CVT. As trocas simuladas replicam quase à perfeição o funcionamento de uma transmissão automática convencional, mas com a linearidade que se espera de um sistema com relações infinitas. Os paddle-shifts atrás do volante apimentam a condução e trazem a diversão omitida nos sistemas CVT convencionais. O casamento com o motor é perfeito.
O sinuoso trecho da Rodovia dos Romeiros até a cidade de Cabreúva foi o que faltava para avaliar a capacidade do Legacy e do Outback. Previsivelmente "colado" no asfalto, o sedã mostrou desenvoltura de esportivo mesmo com 4,80 metros de comprimento. A direção elétrica assume peso correto em velocidade e a tração empurra o carro para onde se espera nas curvas, dando ao motorista um controle quase osmótico do carro. Legacy na ida, Outback na volta - e não pense que por ter perfil misto entre perua e SUV ela arregou.
Suspensão mais alta, mais massa para empurrar e apêndices aqui e acolá que atrapalham a aerodinâmica, e as acelerações, previsivelmente, ficaram um pouco aquém do que se obtém com o Legacy. Mas isso não significa falta de vigor muito menos incapacidade de enfrentar curvas. Projetada para aguentar o tranco no off-road sem maltratar os ocupantes, a suspensão é mais macia que no sedã, mas o mesmo sistema de tração que opera no sedã se encarrega de deixar o Outback no prumo. O mérito vai para o Active Torque Vectoring, sistema de controle direcional também presente no Legacy.
Se a ideia for levar a família ela é ideal. O mesmo espaço interno que se encontra no sedã está lá, com um porta-malas ainda maior: 1.048 litros declarados. Além do conforto de rodagem o condutor usufrui das várias features disponíveis em ambos os modelos, incluindo teto solar elétrico, computador de bordo com tela entre os mostradores principais, câmera de ré para auxiliar em manobras e a segurança dos 7 airbags. Única (e grave) falha é a ausência de GPS.
Com preços sugeridos de R$ 152.900,00 (Legacy) e R$ 159.900,00 (Outback), ambos são comercializados com garantia de 5 anos, revisões com preço fechado e intervalos de manutenção de 10.000 em 10.000 km.
Nenhum comentário:
Postar um comentário