Por Maximiliano Moraes
Colaboraram: Rodrigo Rego e Natália Mariotto
Fotos: Maximiliano Moraes / Rodrigo Rego
Versão 2.0 é identificada pelo logotipo TSFI em vez de apontar a cilindrada |
O Audi A3, especialmente na versão sedã, foi o principal responsável pelo crescimento assustador - no bom sentido - em vendas da marca no país nos últimos anos. Acontece que, ao nacionalizá-lo, a Audi simplificou algumas de suas soluções mecânicas, a exemplo do que ocorreu com o Golf: trocou o câmbio DSG de 7 velocidades por um automático convencional de 6 marchas e a suspensão traseira multilink pelo sistema de eixo de torção. Não foi surpresa o "torcer de nariz" dos que defendem a ideia que em time que está ganhando não se mexe.
Mas pera lá. Essas mudanças atingiram somente a versão 1.4, mais vendida da gama - que não ficou tão pior assim, já que o propulsor ganhou bastante potência (passou de 122 para 150 cv) e torque (de 20,4 para 25,5 kgfm). Excelente novidade foi a substituição da versão 1.8 importada da Hungria pela 2.0 fabricada aqui, que ficou conosco por 1 semana em sua configuração mais completa. Se a nacional é melhor que a importada? Você não faz ideia.
Motor 2.0 TFSI é o mesmo utilizado pelo Golf GTI e gera 220 cv e 35,7 kgfm de torque |
É óbvio, e não poderia ser diferente, a estrela do Audi A3 Sedan 2.0 brilha embaixo do capô. O mesmo propulsor que empurra o Golf GTI está lá, com seus 220 cv e 35,7 kgfm de torque já a partir das 1.500 rpm. A Audi divulga aceleração de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos contra 7,8 s da antiga versão 1.8, com velocidade máxima limitada eletronicamente em 250 km/h. As acelerações são, digamos, "patadas não estúpidas", já que a agilidade do câmbio DSG garante trocas suaves como convém a um sedã que quer agradar, ao mesmo tempo, o entusiasta, o executivo e o pai de família.
Opa, você disse DSG? Disse. A Audi manteve, nesta versão, o sistema automatizado dual-clutch para trocas de marchas. Só que o torque maior abriu demanda para um sistema mais robusto, coisa que a transmissão de 7 velocidades presente nas versões importadas não seria capaz de atender. Por isso a opção foi o sistema de 6 velocidades, menos moderno porém mais resistente e banhado a óleo, o que eliminou os ruídos típicos da transmissão DSG seca. E tem mais notícia boa: a suspensão traseira multilink também foi mantida.
Quando você olha o A3 Sedan 2.0 a impressão é de que a suspensão está mais alta. Mas não, só a versão 1.4 ganhou esse lift para suportar melhor as (más) condições de nosso piso. Com o sistema multilink a suspensão, como convém a um carro de performance, permaneceu mais baixa, mais rígida e responsiva, especialmente quando selecionado o modo Dynamic de condução do Audi Drive Select. Junto vem uma direção mais firme e trocas de marcha ainda mais ágeis e em rotações mais altas, com possibilidade de serem operadas pelas borboletas atrás do volante. Recomendamos, aliás.
Saída dupla de escape produz ruído esportivo e é exclusiva da versão 2.0 |
Se o motorista quiser ir na maciota, porém, ele vai encontrar um sedã confortável, silencioso e econômico, olha só. Basta selecionar os modos Auto ou Efficiency. Escolhemos o modo Auto durante 90% do tempo de avaliação e conseguimos a média aceitável de 9,3 km/l de gasolina ao final do teste. É uma pena o motor ainda não ser flex, mas acertar sistemas flexíveis para motores turbinados não é coisa simples.
Bancos dianteiros têm ajustes elétricos |
Se anda bem, precisa cuidar bem de quem anda nele. E, olha, todo o aparato de segurança que este A3 Sedan traz é capaz de divertir tanto quanto o desempenho em si. O Active Lane Assist evita mudanças indesejadas de faixa, alertando o motorista por meio de vibrações no volante ou mesmo forçando-o para a direção correta, colocando o carro novamente no centro da faixa. O Pre Sense detecta a iminência de acidentes, freando o carro automaticamente (e com força, aliás) quando este se aproxima demais da traseira do veículo à frente. O Cruise Control é adaptativo, freando e mantendo distância segura do veículo à frente até que a faixa esteja novamente livre, reacelerando o A3 até à velocidade selecionada. Manobras também são feitas muito mais facilmente com o Auto Park ativado, e mesmo que o motorista não queira usar o recurso há sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, mais câmera de ré.
Acabamento não mudou em relação à versão importada |
Estes recursos, porém, são opcionais. Há uma notícia boa e 2 ruins sobre o preço do A3 Sedan 2.0: a boa é que ele vem bem equipado de série. Teto solar elétrico, ar condicionado digital dual zone, faróis bixenônio com leds e acendimento automático, retrovisor interno eletrocrômico, freio de estacionamento elétrico, sensor de chuva, faróis de neblina, rádio MMI, computador de bordo com tela colorida, bancos revestidos em material sintético que imita couro com ajustes elétricos, chave presencial com partida por botão e Audi Drive Select, dentre outros itens, já estão incluídos no preço. Das ruins, a primeira é que continua caro, com preço sugerido perto dos R$ 150 mil (exatos R$ 147.990,00 na tabela).
A segunda notícia ruim é que se você quiser equipar o A3 2.0 com todos os opcionais o preço assobia para cima: são mais R$ 46.000,00 em equipamentos (Auto Park, Active Lane Assist, Cruise Control com Pre Sense, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros com câmera de ré, sistema MMI plus de entretenimento com GPS e pintura metálica), que levam o preço final aos R$ 183.490,00.
Com tanto conteúdo há quem diga que são valores merecidos. Nós, porém, recomendamos a versão básica, apesar da perda das inúmeras features de segurança. Mas ele está longe de ser inseguro sem elas: freios a disco nas 4 rodas com ABS e EBD, airbags frontais, laterais e de joelho, e controles de tração e estabilidade estão presentes desde a versão menos cara. O desempenho vibrante, o acabamento primoroso e o status de ter um Audi também.
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