FIAT MOBI QUER SER MODERNO E CONECTADO AO MESMO TEMPO

Por Rodrigo Rego, de Campinas, SP
Colaborou: Maximiliano Moraes
Fotos: Rodrigo Rego

Desde o lançamento do novo Ka, remodelado em 2014, o mercado de compactos não se mexia de fato, havendo apenas algumas reestilizações e modificações pontuais aqui e ali. Na última semana, porém, a Fiat movimentou o segmento, lançando seu novo modelo de entrada, o Mobi - nome que remete à mobilidade urbana. Acompanhamos o lançamento regional do Fiat Mobi em Campinas (SP), onde pudemos realizar um test-drive curto mas suficiente para tirar as primeiras impressões sobre o compacto.

O design é acertado. A Fiat conseguiu linhas bem marcadas, "invocadas". A grade dianteira em black piano harmonizou bastante com as linhas do farol em mascara negra. Na traseira o destaque vai para a tampa de vidro, cuja abertura para acesso ao porta-malas é bem ampla nas laterais. Porém, esta mesma tampa pode dar dor de cabeça no dia-a-dia por causa de esbarrões de quem não tem tanto cuidado no trânsito; o conserto pode custar caro.

O porta-malas é bem pequeno. Na versão apresentada, 'Like On', os 235 litros declarados de capacidade são obtidos com o uso de uma caixa para organizar as coisas, prática até certo ponto. Sua tampa não é fixa, o que atrapalha bastante na hora de abrir e fechar, e é complicado ainda tirá-la para acessar o estepe ou ampliar o espaço para as malas. A profundidade do compartimento, por outro lado, é bem grande e o estepe, que fica no fundo, tem aro de 14 polegadas - mesma medida do outros pneus.

O acesso à cabine é ótimo. A porta traseira abre a quase 90 graus, o que ajuda muito quem precisa colocar crianças em cadeirinhas infantis. O banco traseiro é confortável e leva bem dois adultos, sacrificando um pouco as pernas de quem é mais alto por causa da curta distância entre-eixos (2,30 m), mas com bastante espaço para a cabeça. Na frente o motorista viaja em posição correta e tem os comandos ao alcance, os do som no volante e os do computador de bordo (de série em todas as versões e bem completo) na haste do limpador de para-brisas.

Um dos pontos negativos na cabine é a central multimídia - que deveria ser o diferencial do modelo. Isso, porque o sistema 'Live' que espelha o celular e permite a operação pela tela ao centro do painel só será disponibilizada a partir de junho. Por enquanto, a multimídia disponível tem tela pequena se comparada à de outros modelos, como o MyLink da GM, e tem gráficos datados, além de mostrar pouca informação. Não chegamos a avaliar a qualidade do áudio.

A dirigibilidade do carro, por outro lado, é boa. A visibilidade dianteira é excelente, mas a traseira não. O espelho retrovisor interno é mal posicionado e a vigia traseira, apesar do tamanho do vidro, é pequena. A suspensão, por outro lado, é muito confortável e filtra sem problemas os buracos das judiadas ruas de Campinas - neste ponto o Mobi chega a ser mais confortável que o Palio. O câmbio é longo, mas os engates são precisos e suaves. O motor é o mesmo 1.0 Fire de 75 cv e 9,9 kgfm de torque que equipa o Palio e o Uno, mas os parcos 940kg o tornam mais esperto que os irmãos maiores.

No consumo ele se saiu muito bem. No test-drive, realizado em circuito exclusivamente urbano, não enfrentamos subidas muito íngremes, o que pode ter contribuído para os 14km/l marcados pelo computador de bordo. Não nos informaram se o combustível usado era gasolina ou etanol, mas o número é excelente ainda assim. 

O Mobi veio para enfrentar principalmente o Up!, mas encontra o Palio Fire, o Clio e o QQ no caminho. A ideia é substituir algum de seus meio-irmãos, seja o Uno vivace ou o Palio Fire. Fato é que o compacto vai mexer muito nesta faixa do mercado, deixando a concorrência de cabelos em pé. O Mobi vem com 3 anos de garantia e os preços partem de R$ 31.900,00 na versão de entrada Easy, podendo ultrapassar os R$ 44.000,00 na versão Way On. Clique aqui para saber todos os valores, equipamentos e versões.