Durante a semana que passamos com o Honda CR-V 2016 fizemos de tudo para entender por que raios a Honda cobra R$ 148.000,00 (ou R$ 149.200,00 com pintura metálica) por ele. Quando o testamos pela primeira vez, em fevereiro de 2014, o preço sugerido era de R$ 115.900,00 e concluímos, na época, que mesmo sendo espaçoso, confortável e bem equipado ele pedia um sistema de tração 4x4 mais eficaz e seu desempenho deixava a desejar.
De lá para cá pouca coisa mudou. A dianteira ganhou assinatura em led para os faróis, nova grade e nova moldura para as luzes de neblina; a traseira recebeu nova disposição de luzes para as lanternas, novo para-choque com "olhos-de-gato" e régua cromada acima da placa; o interior recebeu acabamento mais refinado, com algumas superfícies macias ao toque e plástico brilhante em vez de fosco, e a partida agora é feita por botão. Só.
Não que o pacote de equipamentos seja pequeno. Ar condicionado digital dual-zone, direção elétrica com assistência variável, vidros elétricos com one-touch para as 4 portas, retrovisores elétricos com tilt-down, travas elétricas e alarme com acionamento na chave, teto solar elétrico, coluna de direção regulável em altura e profundidade, computador de bordo, sistema multimídia com rádio, players, entradas auxiliares, GPS e Bluetooth, volante multifuncional, controlador de velocidade, computador de bordo, sensores de chuva e luminosidade, bancos revestidos em couro, airbags frontal, lateral e de cortina, freios a disco nas 4 rodas com ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência, controles de tração e estabilidade, assistente de saídas em rampas, Isofix no banco traseiro e câmera de ré são itens de série.
Além disso, avaliando o CR-V a partir dessa lista e de seu comportamento geral, ele está longe de ser um carro ruim. Pode deixar a desejar em alguns aspectos, como o desempenho (que o botão ECON torna ainda pior, mas por um motivo digno) e o acabamento geral (que mesmo tendo ganhado toques de refinamento ainda tem plástico demais), mas a maior parte do que ele propõe, cumpre bem. A Honda o vende como um carro familiar, confortável, espaçoso e prático, além de continuar fazendo valer a fama de resistência, liquidez e baixa desvalorização na revenda, e tudo isso conta ponto.
Aliás, "conforto" define bem a alma do CR-V. Suspensão macia, direção leve e câmbio com trocas quase imperceptíveis trabalham pra evitar ao máximo estressar o motorista. O espaço interno é excepcional, tanto para quem vai na frente e conta com bancos largos e com bom apoio lateral quanto para os 3 ocupantes de trás, que usufruem de encostos de cabeça e cintos de segurança de 3 pontos, um vão mais do que suficiente para pernas, espaço para ombros e cabeça e ainda um assento que não incomoda nem mesmo o passageiro do meio. E as malas de todos vão com folgana caverna no porta-malas de 589 litros.
O motor é o mesmo que equipa o Civic, um 2.0 16v i-VTEC Flex que rende no máximo 155 cv e 19,5 kgfm de torque com pico lá em cima, a 4.800 rpm. É bom pro sedã, mas não pra tanta massa. Pra fazer o SUV andar de forma (apenas) decente é preciso pisar mesmo e aí o consumo aumenta. O botão ECON ajuda, mas não faz milagre - e que bom que ele existe, porque sem ele o CR-V não conseguiu chegar a 7 km/l de etanol em percurso misto. Com o botão acionado o consumo médio se aproximou dos 8 km/l, razoável para um carro de quase 1.600 kg.
Fizemos uma listinha com os principais prós e contras do Honda CR-V.
Prós
- Lista de equipamentos
- Espaço interno
- Conforto de rodagem
- Pós-venda
- Baixa desvalorização e boa liquidez
Contras
- Desempenho fraco
- Consumo apenas razoável
- Design cansado
- Acabamento mediano
- Preço
Pois é, voltamos a falar sobre dinheiro. Pensamos em outro SUV com baixo volume de vendas e design desatualizado, assim como o CR-V, para fazer uma comparação direta: o Chevrolet Captiva. Sua lista de itens de série supera a do Honda, trazendo equipamentos como freio de estacionamento elétrico, banco do motorista com regulagens elétricas e aquecimento, partida do motor por controle remoto e sistema de monitoramento de pressão de pneus. O motor 2.4 Ecotec com injeção direta de combustível não é flex, mas é bem mais potente (184 cv e 23,3 kgfm). Mas o melhor é o preço: a Chevrolet pede por ela R$ 106.090,00 e os únicos opcionais são tons de pintura sólida por R$ 650,00 ou metálica por R$ 1.700,00. O custo x benefício do Captiva é difícil de superar.
Mas não há só modelos desatualizados concorrendo com o CR-V. O recém-lançado e totalmente novo Kia Sportage também tem motor 2.0 16v só que é um pouco mais potente - 167 cv com etanol. Sua lista de equipamentos de série traz, dentre outros itens presentes no Honda, bancos dianteiros com ajustes elétricos (10 comandos para o do motorista e 8 para o do passageiro), teto solar duplo panorâmico, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, detectores de tráfego e de ponto cego. E custa, veja só, R$ 137.990,00.
A gente não precisa ir muito longe, aliás, para fazer uma comparação ainda mais sensata. Dentro de casa há o HR-V, que custa entre R$ 79.900,00 (LX manual) e R$ 101.400,00 (EXL CVT), e oferece nível adequado de equipamentos a depender da versão, bom espaço interno, soluções práticas de ergonomia e bom desempenho. O CR-V tem suas qualidades, mas definitivamente não vale o que a Honda pede por ele.
Fotos: Maximiliano Moraes
Não que o pacote de equipamentos seja pequeno. Ar condicionado digital dual-zone, direção elétrica com assistência variável, vidros elétricos com one-touch para as 4 portas, retrovisores elétricos com tilt-down, travas elétricas e alarme com acionamento na chave, teto solar elétrico, coluna de direção regulável em altura e profundidade, computador de bordo, sistema multimídia com rádio, players, entradas auxiliares, GPS e Bluetooth, volante multifuncional, controlador de velocidade, computador de bordo, sensores de chuva e luminosidade, bancos revestidos em couro, airbags frontal, lateral e de cortina, freios a disco nas 4 rodas com ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência, controles de tração e estabilidade, assistente de saídas em rampas, Isofix no banco traseiro e câmera de ré são itens de série.
Além disso, avaliando o CR-V a partir dessa lista e de seu comportamento geral, ele está longe de ser um carro ruim. Pode deixar a desejar em alguns aspectos, como o desempenho (que o botão ECON torna ainda pior, mas por um motivo digno) e o acabamento geral (que mesmo tendo ganhado toques de refinamento ainda tem plástico demais), mas a maior parte do que ele propõe, cumpre bem. A Honda o vende como um carro familiar, confortável, espaçoso e prático, além de continuar fazendo valer a fama de resistência, liquidez e baixa desvalorização na revenda, e tudo isso conta ponto.
Aliás, "conforto" define bem a alma do CR-V. Suspensão macia, direção leve e câmbio com trocas quase imperceptíveis trabalham pra evitar ao máximo estressar o motorista. O espaço interno é excepcional, tanto para quem vai na frente e conta com bancos largos e com bom apoio lateral quanto para os 3 ocupantes de trás, que usufruem de encostos de cabeça e cintos de segurança de 3 pontos, um vão mais do que suficiente para pernas, espaço para ombros e cabeça e ainda um assento que não incomoda nem mesmo o passageiro do meio. E as malas de todos vão com folga
O motor é o mesmo que equipa o Civic, um 2.0 16v i-VTEC Flex que rende no máximo 155 cv e 19,5 kgfm de torque com pico lá em cima, a 4.800 rpm. É bom pro sedã, mas não pra tanta massa. Pra fazer o SUV andar de forma (apenas) decente é preciso pisar mesmo e aí o consumo aumenta. O botão ECON ajuda, mas não faz milagre - e que bom que ele existe, porque sem ele o CR-V não conseguiu chegar a 7 km/l de etanol em percurso misto. Com o botão acionado o consumo médio se aproximou dos 8 km/l, razoável para um carro de quase 1.600 kg.
Fizemos uma listinha com os principais prós e contras do Honda CR-V.
Prós
- Lista de equipamentos
- Espaço interno
- Conforto de rodagem
- Pós-venda
- Baixa desvalorização e boa liquidez
Contras
- Desempenho fraco
- Consumo apenas razoável
- Design cansado
- Acabamento mediano
- Preço
Pois é, voltamos a falar sobre dinheiro. Pensamos em outro SUV com baixo volume de vendas e design desatualizado, assim como o CR-V, para fazer uma comparação direta: o Chevrolet Captiva. Sua lista de itens de série supera a do Honda, trazendo equipamentos como freio de estacionamento elétrico, banco do motorista com regulagens elétricas e aquecimento, partida do motor por controle remoto e sistema de monitoramento de pressão de pneus. O motor 2.4 Ecotec com injeção direta de combustível não é flex, mas é bem mais potente (184 cv e 23,3 kgfm). Mas o melhor é o preço: a Chevrolet pede por ela R$ 106.090,00 e os únicos opcionais são tons de pintura sólida por R$ 650,00 ou metálica por R$ 1.700,00. O custo x benefício do Captiva é difícil de superar.
Mas não há só modelos desatualizados concorrendo com o CR-V. O recém-lançado e totalmente novo Kia Sportage também tem motor 2.0 16v só que é um pouco mais potente - 167 cv com etanol. Sua lista de equipamentos de série traz, dentre outros itens presentes no Honda, bancos dianteiros com ajustes elétricos (10 comandos para o do motorista e 8 para o do passageiro), teto solar duplo panorâmico, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, detectores de tráfego e de ponto cego. E custa, veja só, R$ 137.990,00.
A gente não precisa ir muito longe, aliás, para fazer uma comparação ainda mais sensata. Dentro de casa há o HR-V, que custa entre R$ 79.900,00 (LX manual) e R$ 101.400,00 (EXL CVT), e oferece nível adequado de equipamentos a depender da versão, bom espaço interno, soluções práticas de ergonomia e bom desempenho. O CR-V tem suas qualidades, mas definitivamente não vale o que a Honda pede por ele.
Fotos: Maximiliano Moraes
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