Por Maximiliano Moraes (Texto e fotos)
Colaborou: Jean Maciel
A JAC Motors nos convidou, na última sexta-feira (18), para conhecer e dirigir o novo T5 CVT. Não houve qualquer mudança visual ou no pacote de equipamentos de série, mas a JAC afirmou ter trabalhado no acerto do câmbio de relações infinitas, que apresenta 3 modos de operação - normal, esportivo (S) e trocas manuais (6 marchas virtuais) -, de forma a eliminar limitações da transmissão manual, como a falta de força em arranques.
Há ainda uma promoção de lançamento que traz o preço do T5 CVT, disponibilizado em versão única tabelada em R$ 74.990,00, para R$ 69.990,00 - mesmo valor pedido pela versão com câmbio manual de 6 marchas. Atendendo agora à preferência do mercado, o T5 CVT passa a ser, nas palavras de Sérgio Habib, o principal produto da marca no país, com previsão de vendas em torno de 300 unidades mensais. É pouco em vista dos números bem mais rechonchudos da concorrência, mas é o que as limitações impostas pelo Inovar-Auto permitem.
PRIMEIRA VOLTA
Como de costume o test-drive planejado pela JAC Motors foi generoso, saindo da capital e indo até Campinas (SP) com pequeno trecho urbano entre o Memorial da América Latina, onde ocorreu a apresentação, e a Rodovia dos Bandeirantes. A primeira impressão, logo após a saída do Memorial, foi excelente e em nada deixando a desejar em relação ao seu principal concorrente (apontado, inclusive, pela própria JAC), o Nissan Kicks.
Suave e linear na medida certa, o câmbio CVT pareceu deixar o T5 até mais disposto, com a deficiência de torque nas arrancadas corrigido por meio da readequação das relações de marcha. Se o condutor quiser ele pode ainda trabalhar com a alavanca fazendo "trocas" manuais, já que a transmissão simula 6 marchas. Mas o bacana mesmo é deixar o câmbio fazer tudo sozinho e curtir o ótimo espaço interno e o ar-condicionado siberiano típico dos JAC.
Na estrada as trocas manuais fazem mais sentido. Não que o câmbio não seja competente, porque assim como na cidade ele faz seu trabalho de forma correta e sem qualquer ressalva. Os números de potência e torque (127 cv e 15,7 kgfm com etanol) são bem satisfatórios em relação à cilindrada e ao peso, apenas 10 kg maior que o da versão manual (1.220 contra 1.210 kg). Mas para empurrar o T5 com mais disposição, se o motorista tiver o pé mais pesado, o propulsor 1.5 16v VVT Flex vai precisar de giro e como consequência o ruído na cabine se tornará um pouco incômodo.
Outra coisa que pode ser revista é o trabalho do cruise-control, inédito no SUV, nas retomadas de velocidade. Como é comum em muitos modelos o carro volta à velocidade pré-programada a partir de 40 km/h quando o motorista pressiona (ou leva o botão para) a sigla Res. Isso é útil numa saída de pedágio, por exemplo. Mas no JAC T5 CVT isso é feito de forma extremamente lenta; pise fundo se quiser retomar a velocidade mais rapidamente.
Leve este JAC sem pretensões esportivas, porém, e você vai ter na mão um carro agradável, competente e bem gostoso de guiar. A direção, como afirmamos desde que dirigimos a versão manual, poderia ser um pouquinho mais pesada na estrada, mas o trabalho da marca na suspensão foi irrepreensível: ele é firme nas curvas, oscila pouco nas retas e filtra imperfeições com maestria. Se preciso for os controles de estabilidade e tração vão interferir, mas mesmo entrando com mais disposição em algumas curvas no test-drive o trabalho das babás eletrônicas não chegou a ser requisitado.
A lista de equipamentos de série inclui ainda outros mimos. Assistente de partida em rampas, pedal do freio "inteligente" (anula a ação do acelerador quando os dois são pressionados simultaneamente), assistente de frenagem de emergência, freios a disco nas 4 rodas com ABS e EBD, Isofix, central multimídia com espelhamento para smartphones, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, computador de bordo, ar condicionado digital, direção com assistência elétrica e várias outras features estão lá, tudo por R$ 20 mil a menos que seu principal concorrente.
O JAC T5 CVT é o menos chinês dentre os chineses e, com preço de SUV de entrada com câmbio manual, tem potencial para estar em muito mais garagens apesar das restrições do governo. Por outro lado é preciso considerar a redução na rede de vendas e assistência técnica, hoje com modestos 22 pontos em todo o país. Para ganhar a confiança do consumidor novamente a JAC, além do preço promocional, está orientando a rede a aplicar uma tabela fixa de valores de revisões, sempre alinhada com o que é normalmente cobrado na concorrência. A garantia de 6 anos sem limite de quilometragem, a maior oferecida no país, é ainda o grande diferencial da marca.
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