Comemorando, na contramão do mercado, ótimos resultados em vendas e metas cumpridas no ano de 2016, a Chevrolet apresentou ontem e hoje à imprensa brasileira o novo Cruze Sport6. O hatch médio, que aposenta o modelo da geração anterior, chega com muito mais diferenças em relação ao irmão sedã do que esperávamos e ainda grandes ambições: a marca quer torná-lo o mais vendido do segmento em 2017.
O Cruze Sport6 é mais que um Cruze sedã com a traseira cortada. A frente traz para-choque diferenciado, inspirado no da versão RS americana, enquanto a traseira traz design exclusivo e, a exemplo do sedã, lanternas verticais. Há ainda novas rodas de liga leve, sempre com aro de 17 polegadas desde a versão de entrada e pintadas em grafite na versão de topo. O interior, por sua vez, permaneceu exatamente igual ao do sedã, inclusive no que diz respeito aos revestimentos.
No novo Cruze Sport6, porém, as principais modificações em relação ao sedã não podem ser vistas a olho nu nem com o carro parado. Para atender às expectativas do consumidor típico de um hatch médio a Chevrolet ajustou a suspensão para torná-la mais rígida e esportiva e recalibrou a direção elétrica a fim de deixá-la mais responsiva, ágil e firme nas curvas. O motor é o mesmo 1.4 turboflex com injeção direta utilizado no sedã, que gera até 153 cv de potência e 24,5 kgfm de torque a 2.000 rpm com etanol, sempre acoplado à transmissão automática de 6 marchas com trocas sequenciais pela alavanca.
Os pacotes de equipamentos do novo Cruze Sport6 são praticamente iguais aos do Cruze. A exceção fica por conta do teto solar, que chega em boa hora (e ainda faz falta no sedã) mas encarece um pouco o produto. As versões LT do hatch - esta não traz teto solar - e do sedã custam exatamente a mesma coisa, R$ 89.990,00, enquanto a versão LTZ (com teto) sai por R$ 101.190,00 no Sport6 (contra R$ 99.890,00 para o sedã) ou R$ 110.990,00 com o pacote plus (contra R$ 109.790,00).
Outra novidade está nas opções do sistema OnStar para o modelo. O Cruze Sport6 é o primeiro Chevrolet a contar com sistema de diagnóstico avançado, que permite, dentre outras coisas, monitorar o funcionamento dos airbags ou a pressão dos pneus, dentre outras funcionalidades. O sistema pode ser acessado via app ou pelos botões do OnStar no console do teto. A Chevrolet divulgou ainda os valores a serem cobrados pelo uso do OnStar, que tem a primeira anuidade grátis para todos os modelos: R$ 50 mensais para o pacote Safe, R$ 65 para o pacote Protect e R$ 80 para o pacote Exclusive.
Dependendo da cor o Sport6 pode ficar ainda mais caro. A única sem custo extra para o consumidor é a Vermelho Edible Berries, metálica. Se você quiser um Cruze hatch Branco Summit sólido vai precisar desembolsar mais R$ 650,00. As cores Cinza Satin Steel, Preto Ouro Negro, Prata Switchblade e as novas Azul Petróleo e Vermelho Glory, todas metálicas, custam R$ 1.500,00 a mais. A única perolizada do catálogo, Branco Abalone, encarece o carro em R$ 1.550,00.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Expectativa óbvia, queríamos conferir as diferenças de comportamento entre o sedã e o hatch. Durante a apresentação técnica a Chevrolet pontuou as modificações nos sistemas de suspensão e direção elétrica para torná-los mais "afiados" e apropriados para o tipo de comprador que leva um hatch médio para casa - surpreendentemente, com perfil muito semelhante ao daquele que escolhe um superesportivo.
Durante o test-drive, que incluía trechos urbano, rodoviário e uma estradinha um pouco mais travada ao fim do trajeto, percebemos realmente um carro mais à mão, justo mas ainda confortável o suficiente para não causar incômodo em piso irregular, e - enfim - com um sistema de direção mais direto e firme em velocidade. Espaço interno (são os mesmos 2,70 m de entre-eixos do irmão com porta-malas ressaltado) e nível de ruído não se alteraram.
A ressalva recai sobre o revestimento interno: repetir o tema do sedã no hatch não foi, em nossa opinião, a melhor ideia. Nada a reclamar da qualidade dos materiais, do acabamento e do nível de equipamentos, mas para um carro com alguma pretensão esportiva a cabine é sóbria demais. Alguma diferenciação com alusão esportiva, ainda que em detalhes, tornaria o Cruze Sport6 ainda mais interessante para quem o dirige.
Fato é que ele realmente é mais gostoso de guiar que o sedã, que tem acerto mais voltado para o conforto. Mas se o Cruze Sport6 vai realmente se tornar o hatch médio mais vendido do Brasil, são outros quinhentos. Enquanto o segmento de sedãs médios ferve com representantes de quase todas as marcas, o de hatches tem poucos representantes e 2 principais concorrentes para o Cruze, ambos referências em dirigibilidade e esportividade. A batalha não vai ser fácil.
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