quinta-feira, 25 de maio de 2017

CHEVROLET CRUZE SPORT6 LT - AVALIAÇÃO


Reportagem: Maximiliano Moraes
Fotos: Rodrigo Fernandes
Veja o vídeo clicando AQUI


Por R$ 91.890,00, o Cruze Sport6 LT é bem mais barato que seus concorrentes diretos, o Focus SE Plus 2.0 (R$ 95.900,00) e o Golf Highline 1.4 TSI (R$ 101.960,00). Mesmo se a gente pensar em SUVs, que é o que o povo quer hoje, ele é ainda mais barato que 2 dos mais vendidos, o Kicks SL (R$ 93.490,00) e o HR-V EX (R$ 93.000,00), além de custar menos até que o Tracker LTZ 1.4 turbo (R$ 92.390,00).Hatches médios não estão na moda (infelizmente) e o Cruze é menos equipado que uns e menos espaçoso que outros SUVs, mas a gente quer mostrar pra você por que vale a pena considerar um hatch médio, e em especial o Cruze Sport6, na sua próxima busca por um carro novo.


Cruze Sport6 LT é bem equipado e mais barato que seus concorrentes com motorização compatível

Os números de vendas de hatches médios no país podem desanimar, a princípio. De janeiro a abril, por exemplo, foram vendidas 6.025  unidades dos modelos Cruze Sport6, Golf, Focus e 308, enquanto o HR-V, o mais vendido SUV compacto do mercado, teve sozinho 16.646 unidades emplacadas. Dentre os hatches o Cruze é o mais vendido, com 2.235 unidades emplacadas no mesmo período. Faz sentido, porque além de mais barato ele é o único nesta faixa de preço que tem motor 1.4 turbo. Quem quer pagar menos por um Focus vai levar motor 1.6 aspirado e a versão do Golf que tem preço próximo a esta do Cruze tem motor 1.0 TSI. O 308 é o que chega mais perto em preço e desempenho, sendo mais equipado e custando só R$ 400 menos, mas é o mais antiquado em design e plataforma, além de vender muito, muito pouco - o que o desvaloriza demais no mercado de usados.

Revestimento escuro combina mais com o Sport6 que o claro da versão LTZ

Mas, que fique claro, o Cruze hatch LT não é mal-equipado. Aquilo que a gente espera de um carro de 90 e poucos mil está lá: ar, direção elétrica com coluna ajustável em altura e profundidade, vidros elétricos com one-touch e levantamento automático pela chave, computador de bordo, rodas de liga aro 17, faróis de neblina, som de boa qualidade, câmera de ré, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, airbags frontais e laterais, Isofix, alerta de pressão de pneus, revestimento de bancos, portas e volante em couro, volante multifuncional, central MyLink com navegação por setas e voz, controles do som por botões atrás do volante, encostos de cabeça e cintos de 3 pontos para todos os ocupantes, Start-Stop e retrovisores externos com comandos elétricos e aquecimento. Tudo é de série.


Além do mais ele preserva o bom acabamento da versão de topo mesmo não trazendo a mesma quantidade de itens de série. Assim como na LTZ, bancos, volante, portas e uma faixa no painel são revestidos em couro, os encaixes são bem feitos e a aparência geral é de requinte. É bom ainda frisar que para o Cruze Sport6 a padronagem escura da LT combina muito mais do que a clara da LTZ, já que o ajuste dinâmico foi realizado visando mais esportividade que conforto.


Mas sabe o que é melhor de tudo? O desempenho. O Cruze Sport6 LT não tem qualquer diferença em relação ao LTZ quanto à forma como se comporta no trânsito e na estrada. O mesmo acerto firmezinho de suspensão, a mesma programação da transmissão automática de 6 marchas e a mesma puxada do motor 1.4 turbo de 153 cv e 24,5 kgfm estão lá. Como se não bastasse, ele é econômico: conseguimos média de 12,1 km/l com gasolina entre cidade e estrada. Esse número é bom, inclusive, quando comparado aos da maioria dos SUVs compactos do mercado.

Espaço interno é bom, mas porta-malas de 290 litros não atende a uma família grande

Aí a gente volta pra esta questão de SUVs, as "novas peruas" do mercado. Aquela ideia tipicamente brasileira de um carro para tudo se acentua quando o alvo é um SUV, com apelo comercial que faz pensar que são bons para asfalto e a terra, cidade e estrada, para carregar um ou a família inteira sem aperto. Só que todo mundo sabe o quão difícil é que um carro se proponha a ser tudo sendo realmente BOM em tudo. Aí é que o Cruze entra como excelente opção.

Versão LT conserva o mesmo motor 1.4 turbo e o mesmo acerto dinâmico das versões mais caras

Nenhum SUV compacto vai ser bom de dirigir como o Cruze Sport6, nem igualar seu desempenho. Talvez o que mais se aproxime é o Tracker, não por acaso empurrado pelo mesmo motor, mas como ele tem centro de gravidade mais alto e é feito sobre outra plataforma, a posição de dirigir é pior e, mesmo sendo ele um carro estável, transmite menor sensação de segurança.

Linhas arrojadas chamam a atenção no trânsito

Nenhum SUV compacto, por mais bem desenhado que seja, vai ser bonito como o Cruze hatch. Ainda que design seja algo totalmente subjetivo para se avaliar, o arrojo e o equilíbrio de linhas neste GM é indiscutivelmente maior que em qualquer SUV compacto vendido hoje por aqui, já que todos precisam juntar design e funcionalidade no mesmo conjunto - olha aí a pressão para ser bom em 2 quesitos ao mesmo tempo. Finalmente, pelo preço que você paga no Cruze Sport6 LT você só consegue levar 1 SUV compacto topo-de-linha (o Nissan Kicks SL); todos os outros serão mais caros em suas versões de topo e menos equipados nas versões com preços próximos aos do Cruze. 


Tem defeitos? Claro que sim, especialmente quando o assunto é levar famílias. Não dá pra passar despercebido o tamanho reduzido do porta-malas, que leva menos bagagem que um Sandero, por exemplo. Mas se a gente olhar pro tanto de gente que compra Renegade hoje em dia, que tem um porta-malas ainda menor...

COMPENSA?

Nosso veredicto? O Cruze Sport6 merece uma chance daquelas. Tá, a gente já sabe que SUV é a bola da vez, mas ninguém vai ficar triste em comprar um hatch médio em vez de um SUV compacto, especialmente este cara aqui. Aliás, o risco de se apaixonar é grande e o risco de se tornar o cara chato que quer convencer todo mundo a comprar um também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário