A VW apresentou hoje à imprensa a nova Amarok com motor V6 TDI. Com esse propulsor a picape passa a ser a média mais potente vendida no país, entregando 225 cv e 56,1 kgfm, e mais 20 cv e 4 kgfm adicionais por 10 segundos com a função Overboost ativada. Apenas o câmbio foi mantido, sendo o mesmo automático de 8 marchas encontrado na versão 2.0.
A Amarok V6 é o segundo lançamento da VW neste ano e o terceiro da nova fase da marca, que anunciou o lançamento de pelo menos mais 20 produtos até 2020 - desses, 5 serão SUVs. Paradoxalmente, mesmo mais potente a Amarok V6 é a topo-de-linha mais barata dentre as principais concorrentes, tendo preço sugerido de R$ 184.990,00 (as demais ultrapassam os R$ 190 mil) e oferecendo rodas de 19 polegadas como único opcional ao preço de R$ 2.720,00.
Além do motor, as únicas diferenças entre a V6 e a 2.0 são as capas dos retrovisores, o emblema V6 na grade e tampa traseira e os freios a disco nas 4 rodas, exclusivo no segmento por enquanto. A lista de itens de série inclui faróis bixenon com leds diurnos, sistema de freios pós-colisao, sistema RBS - frenagem sob chuva, bancos elétricos para motorista e passageiro, faróis com cornering light e sensores de estacionamento com câmera de ré, além de diversos outros equipamentos também presentes na versão Highline 2.0. A cartela de cores, porém, é pobre: ela será vendida nas cores branca, preta ou dois tons de prata.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
A gente sabe que muita gente vai comprar a Amarok pensando na cidade, porque agora é moda. Mas sério, uma Amarok V6 usada somente na cidade é totalmente pointless. Primeiro, porque a direção hidráulica é pesada em manobras e, segundo, porque em situações normais de trânsito urbano é preciso usar pouca força do motor, ou seja, ela acaba não sendo tão diferente das concorrentes.
Mas quando a gente pega a estrada, eita... É ali, pra começar, que o V6 TDI começa a falar alto. O ronco é lindo e o empurrão contra o banco instiga. Mas calma lá, você está numa picape média; melhor não abusar. Ou pode?
Desde a primeira vez que dirigimos uma Amarok percebemos que o ajuste da suspensão está mais para carro que para picape. Tanto é que praticamente todas as marcas adotaram a fórmula para suas picapes médias. A Volkswagen confia tanto nesse ajuste que montou, na pista do Haras Tuiuti em Bragança Paulista, um circuito para aferirmos a dinâmica da Amarok como se dirigíssemos realmente um carro, incluindo curvas fechadas e o "meio-alce". Os controles de tração e estabilidade cumprem bem seu papel, mas não a ponto de a gente achar que o mérito é todo deles. A Amarok é realmente bem acertada.
Só que picape média que se preze tem que ser boa de off-road e ela não decepciona. Ainda que os pneus de uso misto e as rodas aro 19 (opcionais) desestimulem as pirambeiras, se exigida a Amarok não arrega. Aliás, nos buracos e pedras que a gente percebe melhor o trabalho da VW para tornar a suspensão desta picape confortável, mas não a ponto de nos fazer duvidar de sua robustez e capacidade.
Se a gente tinha que criticar algo, sobrou para o acerto da direção em alta velocidade. É o oposto do que a gente espera: pesada, como já dissemos, em manobras e leve demais na estrada. A versão europeia tem sistema elétrico de assistência, que poderia ter sido adotado aqui. Outro revés é a qualidade dos materiais no painel: montagem perfeita, mas plástico demais. São quase R$ 185 mil, VW. Umas secõezinhas aqui e ali com espuma injetada não machucam ninguém.
Força e inteligência.
ResponderExcluirEsse carro tem personalidade.