segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

VW VIRTUS 200 TSI HIGHLINE E 1.6 MSI - PRIMEIRA VOLTA


Fotos: Maximiliano Moraes / Rodrigo Fernandes



Depois de dirigir o Polo Highline no lançamento e ver sua superioridade em relação a outros compactos da VW, o que mostrou que a marca está realmente disposta a mudar sua cara e seu conceito diante de um consumidor muito mais exigente e enjoado das mesmas coisas (fato comprovado pela queda nas vendas e diminuição de seu market share com o passar dos anos), faltava verificar se o sedã Virtus seria tão bom quanto o hatch. E a gente já adianta: sim, ele é.

A VW quis ir além de inserir uma traseira no Polo. Mesmo guardando muitas semelhanças com o hatch, especialmente motores, câmbios, aparência interna e soluções tecnológicas, o Virtus apresenta identidade própria, que justifica a adoção de um novo nome em vez de apenas "Polo Sedã". Essa identidade é ressaltada pela queda suave na traseira, que remete ao design de cupês, e à distância entre-eixos alongada - a mesma do atual Jetta. Imponente, mesmo sendo considerado um compacto pela marca ele ganhou dimensões próximas às de um verdadeiro sedã médio.



Dirigimos 2 versões: entre São Paulo e o campo de provas da Goodyear, em Americana (SP), fomos com um 200 TSI Highline completo, equipado com painel digital e motor 1.0 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm, o "xodó" da casa. O desempenho geral foi muito parelho ao do hatch, com acelerações e retomadas convincentes, trocas de marchas extremamente suaves e conforto acima da média do segmento. Seria possível compará-lo a um sedã superior não fosse o excesso de plásticos - ele é bem acabado e os mostradores do painel e da central multimídia realmente entregam a sensação futurista que a VW quis transmitir, mas algumas superfícies macias ao toque cairiam bem.

Nós dissemos, sobre o Polo, em setembro passado: "A filtragem de imperfeições está entre as melhores encontradas em modelos VW, enquanto curvas e desvios súbitos de trajetória são feitos sem qualquer drama, a frente do carro apontando para onde o motorista pede quase - agora sim - como um esportivo." A proposta do Virtus, obviamente, não é entregar esportividade, mas seu comportamento na pista da Goodyear, onde foi montado um circuito com slalons e curvas abertas e fechadas em pista seca ou molhada, não deixou a desejar nem na comparação com o Jetta, tido como um dos sedãs médios de melhor acerto dinâmico oferecidos por aqui.



É preciso ressaltar o espaço oferecido. Graças à distância entre-eixos alongada em relação ao Polo tanto os ocupantes da frente quanto os de trás viajam com conforto - no banco traseiro é possível até cruzar as pernas. O porta-malas também é excelente, com 521 litros de capacidade, e a versão Highline traz piso ajustável para facilitar a acomodação de certos volumes. Há ainda vários nichos para acomodação de volumes na cabine, o que torna o sedã não somente espaçoso e bom de dirigir, mas também prático.

VIRTUS 1.6 MSI



Para o retorno à cidade de São Paulo preferimos um 1.6 MSI de 117 cv e 16,5 kgfm, equipado com câmbio manual de 5 marchas. A VW preferiu não disponibilizar o motor 1.0 de 3 cilindros para o sedã e, pelo menos por enquanto, também não oferecerá câmbio automático acoplado ao motor 1.6. Na estrada não fez falta, já que as trocas são primorosas como é comum aos câmbios manuais da marca, mas na cidade sentimos falta das trocas automáticas.



Não que isso desmereça o carro. O desempenho é satisfatório para condução dentro dos limites de velocidade, havendo pouca perda de desempenho em subidas caso o motorista queira manter a 5ª marcha engatada, mas com a compensação da economia: mesmo sendo um motor aspirado e sem amaciamento o computador de bordo marcou médias superiores a 17 km/l, a 120 km/h.

Mesmo sendo bem construído como o Highline, é óbvio que a diferença no acabamento se faz sentir. Na versão de topo, além do painel digital (opcional) e da padronagem diferenciada do painel, os bancos têm aparência mais refinada, podendo ser revestidos em material que imita couro assim como o volante, que já é revestido assim de série. Já no MSI tudo é plástico, muito monocromático e simples, e sente-se falta de equipamentos elementares para um sedã de R$ 60 mil.



Apesar de equipado com ar condicionado, vidros elétricos, banco do motorista com ajuste de altura, direção com assistência elétrica, computador de bordo, Isofix e 4 airbags, falta ajuste elétrico dos retrovisores e ajuste de altura e distância da coluna de direção, itens não oferecidos nem como opcionais. A unidade que dirigimos veio equipada com Connect Pack, que inclui tela multimídia sensível ao toque, volante multifuncional, rodas de liga com aro 15, sensores de estacionamento traseiros e mais os itens do Safety Pack, que agrega controles de estabilidade e tração, bloqueio eletrônico do diferencial e assistente de partidas em rampas.



Os preços do Virtus começam em R$ 59.990,00, que é o valor pedido pela versão 1.6 MSI sem opcionais e preto - sim, porque até as cores sólidas vermelha e branca têm valor adicional de R$ 450,00. Já a versão de topo Highline, que tem preço sugerido de R$ 79.990,00 no site, pode chegar a R$ 87.040,00 se for equipada com todos os opcionais e vier com pintura metálica.

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