Review e fotos: Rodrigo Rego
A Honda não tem previsão de mudar o HR-V em breve, até porque em time que está ganhando não se mexe. É carro com bom padrão de acabamento, econômico e que satisfaz o consumidor dentro do que propõe, e por isso não admira ser hoje um dos 10 queridinhos dos brasileiros no mercado de 0km.
O interior desta versão avaliada, EXL (topo-de-linha), agrada. Os arremates são todos bem feitos e há itens emprestados do City, como o ar condicionado automático digital com display touch-screen, que fica devendo o sistema dual zone. A central multimidia é fácil de mexer e tem sistema operacional Android, podendo ter aplicativos instalados iguais aos do celular do proprietário. Os plásticos, porém, são rígidos e espartanos para um carro de quase R$ 100 mil.
A posição de dirigir elevada também agrada, com bancos largos e que seguram bem o corpo em curvas. O HR-V tem boa ergonomia, com quase todos os botões e comandos próximos ao motorista ou no volante. A câmera de ré é boa e traz um simulador gráfico de onde as rodas vão passar, mas este Honda não tem sensor de estacionamento nem como opcional. Os comandos do computador de bordo estão no painel do carro e têm difícil acesso, enquanto a ausência de outros mimos esperados para sua faixa de preço pode decepcionar pretendentes: falta chave presencial e sensores crepuscular e de chuva.
Bem resolvido em termos de design externo, o HR-V confia em seu tamanho e nas linhas de cintura altas para simular aparência ainda maior do que realmente é. Rodas de liga leve diamantadas com aro de 17 polegadas são padrão em todas as versões, exceção à rara LX manual, de entrada, que vem com calotas. Já as maçanetas escondidas das portas traseiras não são unanimidade; há quem ache moderno, há quem ache feio.
A plataforma é a mesma do seu irmão menor, o Fit. Porém, mesmo sendo mais alto o carro mostra excelente estabilidade e acerto dinâmico. Já o motor 1.8 16v é o mesmo que servia ao Civic, com força e potência mais que suficientes para garantir, em conjunto com o câmbio CVT, arrancadas e retomadas vigorosas, já que ele é bem mais pesado que o Fit e o City.
O acerto do câmbio, aliás, ajudou muito na obtenção de boas médias de consumo. Usando somente etanol chegamos, na média entre cidade e estrada, aos 10km/l. Mas continuamos achando desnecessário o simulador virtual de marchas num câmbio CVT, presente nesta versão como em outros modelos da Honda.
O preço de tabela do HR-V começa em R$ 78.700,00 na versão básica LX com câmbio manual - que, repetimos, praticamente inexiste no mercado. Esta, EXL, tem preço sugerido de R$ 99.200,00. A receita do HR-V, então, é de um prato simples mas muito bem feito, bem temperado e bem apresentado, que costuma agradar muito mais do que pratos enfeitados com nomes complicados e paladar duvidoso. Ou seja: é um "arroz-com-feijão gourmet" que faz com que a Honda consiga emplacar quase 6.000 carros todos os meses desde o lançamento.
Por outro lado, há muita coisa boa chegando no mercado. A concorrência está focada em superar os japoneses e este motivo sozinho já seria suficiente para a Honda deixar de confiar somente na força da marca, colocando mais mimos em seus carros sem elevar tanto os preços, como lhe é habitual.
Alguma novidade do lançamento da versão 2017??
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