FIAT PUNTO ESSENCE E.torQ 1.6 16v

A troca do velho motor 1.8 de origem GM pelos E.torQ 1.6 e 1.8 fez muito bem aos carros da Fiat, em especial ao Punto. Há pouco mais de 1 ano, foi dito aqui que o modelo desenhado pelo estúdio Pininfarina era lindo, bem construído, estável e agradável à bordo, mas lerdo, barulhento, apertado e beberrão. E grande parte dos defeitos era causado pela inadequação do motor 1.4 à proposta do carro.

A versão Essence 1.6 16v põe fim a esse rótulo, em grande parte. Não é a mais barata da linha (posição que cabe ao Attractive 1.4), mas faz valer o preço mais alto pelo bom desempenho e dirigibilidade que oferece, quase como se fosse um carro inteiramente novo. Na cidade, há disposição de sobra para enfrentar o trânsito pesado bem como ladeiras, e a boa suspensão tem bom compromisso entre conforto, filtrando bem as imperfeições e buracos, e estabilidade, contornando curvas de forma praticamente neutra e sem rolagem da carroceria.

Mas é na estrada que ele se sai melhor. Em condução normal, há disposição suficiente para manter velocidade constante mesmo em subidas. Em alta velocidade, o motor se mantém silencioso e suave, com ronco agradável mas que em momento algum atrapalha ou cansa. E o consumo, se antes era alto, agora se mostra absolutamente adequado à proposta do carro. Os dados de fábrica informam um consumo de 8,1 / 10,8 km/l (cidade / estrada) com álcool e 12 / 16,1 km/l com gasolina. O único defeito grave desta versão permanece sendo a falta de espaço para os passageiros do banco de trás e no portamalas, que tem capacidade aferida de 256 litros.

O preço inicial de R$ 44.620,00 pode parecer alto, mas inclui já ar condicionado analógico, direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas, computador de bordo, ajuste de altura do banco do motorista, faróis de neblina e 3 apoios traseiros de cabeça retráteis. Some R$ 5.318,00 à conta e você leva para casa um Punto Essence 1.6 16v com tudo isso e mais pintura metálica, ABS, airbag duplo, chave canivete com comando para abertura de portas e vidros, retrovisores elétricos, CD player MP3 e rodas de alumínio com aro 16, o que é mais que satisfatório. Mas quem tem a conta bancária azul como o sangue dos nobres pode incluir uma parafernália eletrônica que vai elevar o preço de seu Fiat para além dos 60 mil reais. Neste caso, talvez seja melhor gastar outros 5 mil e levar o TJet para casa.