quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

VW SPACE CROSS I-MOTION – TESTE DE 5 DIAS (3ª parte)



DESEMPENHO E CONSUMO


Aventureiros urbanos, assim como os SUVs legítimos, seus inspiradores, não parecem muito afeitos às altas performances. Neste caso a esportividade fica somente por conta da aparência. Mas o público-alvo dessas peruas é exigente, formado em grande parte por famílias que precisam de espaço e valorizam o design e o status, e esperam ainda desempenho e consumo condizentes com a proposta e com o preço. E aqui a Space Cross não empolga, mas também não decepciona.


Costuma-se vender potência, quando o importante no dia-a-dia é o torque. É esta medida de força que vai demonstrar a capacidade do carro de vencer a inércia a partir do zero ou numa ultrapassagem, por exemplo. Aqui não há mágica: torque alto, baixo peso e rotação adequada são a melhor equação. A Volkswagen soube conciliar isso bem, ao regular o motor 1.6 8v que equipa a Space Cross (e outros modelos da marca) para uma boa oferta de torque em baixa rotação. São 15,6 kgfm de torque já disponíveis a 2.500 rpm, faixa comumente utilizada no dia-a-dia e bastante apropriada para o relevo de Belo Horizonte, onde há ladeiras por toda a parte.

Foto: Maximiliano Moraes

O câmbio automatizado ASG faz sua parte e permite arrancadas firmes, sendo mais acertado que o do modelo da Fiat. Ainda assim, quando disponíveis, a melhor alternativa é utilizar os paddle-shifts (opcionais) atrás do volante, já que mesmo as trocas mais suaves ainda não estão em pé de igualdade com as de um câmbio automático comum. O consumo, por sua vez, está dentro do esperado: o computador de bordo tem acusado entre 8,4 e 12,6 km/l de gasolina – média de 10,5 km/l – em percurso urbano (incluindo o Anel Rodoviário de Belo Horizonte). Considerando o trânsito na cidade nos últimos dias, não é uma marca ruim.

Em aceleração e consumo a Space Cross perde por pouco da 207 Escapade, segundo aferição da revista Quatro Rodas: a perua da Peugeot, mais leve (1.148 kg, contra 1.184 da VW e 1.206 da Fiat), acelera mais e consome menos. Não temos dados de consumo da perua da Fiat, mas não se pode negar que em termos de desempenho ela deixa se sobressai. O motor E.torQ 1.8 16v, além de boa oferta de potência (130/132 cv a 4.500 rpm), tem entre 18,4 e 18,9 kgfm (com gasolina e álcool, respectivamente) também a 4.500 rpm, sendo que boa parte disso já está presente em baixa rotação. Ainda assim, mesmo perdendo em números absolutos, a Space apresenta equilíbrio e se mostra um bom produto por dar ao condutor o que ele precisa em termos de torque, numa faixa muito mais adequada às situações cotidianas e com consumo moderado.

Carro para teste emprestado pela Catalão Volkswagen

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