quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

DA CAPITAL DO BRASIL ATÉ A CAPITAL DA PAZ - PARTE 1


Um Marea, 2.554 km e a primeira grande aventura
Por Douglas Lemos


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) dizem que 10 entre 10 autoentusiastas adoram pegar estrada. Na verdade, este levantamento não existe, mas tenho certeza que quem gosta de dirigir defenderá as viagens de carro, mesmo em época de aumento de combustíveis.


Você acompanha aqui no RACIONAUTO uma série de relatos de uma viagem em família realizada a partir desta quarta-feira (4). Enquanto você lê este texto, minha família, meu Marea e eu já estamos em uma viagem cujo trajeto – somente de ida – possui 2.554 km, de acordo com o Google, entre Brasília (DF) e Dom Pedrito (RS), capital da paz, onde foi assinado o Tratado de Ponche Verde, que pôs fim à revolução Farroupilha (movimento separatista com duração entre 1835 e 1845). Nas próximas partes você vai conhecer melhor os destinos desta viagem ainda sem rumo (totalmente) certo. Quanto à quilometragem, espero que ela não esteja sujeita à margem de erro do ibope. O bolso agradece.


Planejada com dois anos de antecedência, para alinhar férias de faculdade, trabalho e também com as férias dos meus pais, a viagem será feita em três dias, e passará por Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul em um caminho de ida e volta. Estão marcadas duas paradas estratégicas em Campinas (SP) e Criciúma (SC), para visitar amigos que moram na região e familiares respectivamente. A intenção é se divertir ao máximo, com a menor pressa possível.

Paisagens, condições das rodovias, preço dos combustíveis e dos pedágios. O plano é não deixar passar absolutamente nada em branco pra você, leitor do RACIONAUTO.

PERSONAGEM PRINCIPAL


Fica a cargo de meu Marea HLX 2.4 Automatic 2002 branco banchisa (pausa pra respirar!) o papel de protagonista da viagem. Ele foi um dos 53.270 vendidos no Brasil entre 1998 e 2007, de acordo com a Fiat. Em 2002, fez parte dos poucos 5.894 Marea na configuração três volumes (sedã) comercializados pela marca no país.

Com 123 mil km no hodômetro (foi comprado com 87 mil), e há dois anos e sete meses na família, o Marea passará pela primeira grande viagem comigo. Agora ele vai muito além de trechos entre 70 km e 150 km. O que mal dá pra se considerar uma viagem, e sim um passeio. Passeios feitos em uma quantidade suficiente para conhecer o que me leva e me traz todos os dias pelas ruas de Brasília. Vale ressaltar que cuido deste carro melhor do que de mim mesmo. Mesmo que ele seja alvo de bullying do dono, não há amor por ele maior do que o meu.

ANTES DA ESTRADA


Há quem se engane acreditando que a viagem começa apenas na hora de pegar a estrada. A viagem começa na idealização, no planejamento e... Na revisão! Oras, impossível pegar a estrada sem fazer uma checagem geral no carro. É um momento importante para verificar itens cruciais para a segurança da viagem.

Como dono de Marea, é óbvio que estou acostumado a não pagar muito barato. Quase tudo no mundo tem seu preço. Mas manter a sua segurança e da sua família é algo que não há valor que pague.

Até para revisão é necessário planejamento. Afinal, ficar três dias sem carro é difícil quando se vive em uma metrópole com deficiência no serviço de transporte público e que conta com diversas paralisações de rodoviários devido a atrasos de pagamento. Coisas que foram muito frequentes neste início de ano em Brasília.


Feita com 20 dias de antecedência, a revisão exigiu três dias para verificações minuciosas e trocas de componentes desgastados ou que pudessem estar próximos do fim de sua vida útil. Feita dias antes, ainda seria possível testar o carro para que, se tivesse algo errado, desse tempo para corrigir antes de pegar a estrada.

Dito e feito: foi necessário voltar. Por algo pequeno, mas que poderia representar um gasto a mais, principalmente em mais de 2.500 km. Observei que o consumo de combustível estava elevado. Pedi para que fosse feita uma consulta de rotina, com o scanner.

A sonda lambda (não é “lambida” e nem “lâmina”, ok?!), que envia à injeção eletrônica a mistura entre ar e combustível, acusava mistura pobre. Para equilibrar a mistura, taca-le (pau) combustível nessa mistura. Com isso, o consumo subia para beberrões 7 km/l na cidade, enquanto eu estava acostumado a fazer pelo menos 9 km/l. Agora, imagine o quanto isso não elevaria o custo em uma viagem longa. Erro corrigido e vida que segue.

É hora de aumentar o som e voltar a curtir a estrada! Vejo vocês na próxima parte do relato.

Douglas Lemos tem 22 anos. Gaúcho, gremista, um apaixonado música eletrônica e, claro, por carros, é estudante de Comunicação com habilitação em Jornalismo da Universidade de Brasília (UnB). A paixão por automóveis aflorou junto à leitura quando, aos 8 anos, ganhava de seus pais a assinatura de uma revista automobilística de grande circulação. E para um aficionado por informação, nada melhor do que ler, escrever e informar sobre aquilo que mais gosta: carros.

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