Ao término
do melhor primeiro semestre em vendas da história, houve mudanças
significativas em alguns dos 16 segmentos em que esta coluna Alta Roda divide o
mercado. Com a dinâmica de lançamentos e o redirecionamento das preferências
dos compradores, stations pequenas saíram da classificação porque apenas dois
modelos estão disponíveis: Palio Weekend e SpaceFox. Três opções é o mínimo
necessário. Peruas médias e grandes, embora vendam menos que as compactas, ainda
têm oferta de oito modelos.
Utilitários
esporte avançaram sobre stations, monovolumes, sedãs e até hatches. Por isso,
sua base foi subdividida entre compactos (ainda crescerá bastante) e
médio-compactos. Também mudou o critério classificatório de carros esportivos e
puramente esporte. Estes precisam de chassis específicos, sem derivar de
automóveis comuns. Curiosamente, o esportivo líder, Veloster, dispõe no
exterior de motor de 204 cv, mas a Hyundai-CAOA se limita a oferecer aqui apenas
o mesmo motor do HB20 (128 cv). Mesmo assim, vende bem.
Há ainda
novos campeões ou que recuperaram posições: Honda Civic, Ford EcoSport, BMW
Série 5 e 6, Porsche Panamera, JAC 6 (único chinês a liderar) e BMW Z4. Segmentos
cujas vendas mais encolheram foram os de stations médias e grandes, 80%; modelos
de topo, 59%. Importados, de modo geral, tomaram grandes tombos. Desde o mexicano
Fiat 500 (queda de 65%) até o recordista, o chinês Lifan 320 (menos 94%).
Ranking a
seguir, que Paulo Garbossa, da ADK, compilou, classifica por distância entre
eixos, largura e, secundariamente, preço. Baseia-se em percentual dos emplacamentos
e inclui apenas modelos e segmentos mais representativos.
Compactos:
Gol/Voyage, 16%; Palio/Siena, 13%; Uno/Mille, 9%; Onix/Prisma, 7,4%; Fiesta
hatch/sedã, 6,7%; HB20/X/S, 6,6%; Fox/CrossFox, 6,3%; Logan/Sandero, 5%;
Classic, 4%; Celta, 3,5%; Etios hatch/sedã, 2,8%; Cobalt, 2,7%; Punto/Linea, 2,4%;
March/Versa, 2%; C3/DS3, 1,6%; Ka, 1,59%; 207/208, 1,57%; City, 1,52%; Agile, 1,42%;
Clio, 1,41%. Gol/Voyage continuam firmes.
Médio-compactos:
Civic, 18%; Corolla, 17%; Cruze hatch/sedã, 16%; Focus hatch/sedã, 10%; Golf/Jetta,
9%; Peugeot 308/408, 6%; Fluence, 5%; i30/Elantra, 4%; C4/Pallas/DS4, 3,4%;
Bravo, 3,3%. Civic retoma a ponta.
Médio-grandes:
Fusion, 29%; BMW 3, 22%; Mercedes C, 18%; Azera, 9%. Preço ajuda o Fusion.
Grandes:
BMW 5/6, 35%; Mercedes E/CLS, 23%; Jaguar XF, 12%. Boa arrancada do BMW.
Topo:
Panamera, 47%; BMW 7, 15%; Jaguar XJ, 12%. Panamera recupera liderança.
Stations médias e grandes: Freemont/Journey, 76%; Passat, 7%;
Jetta, 4%. Líderes pelo preço.
Monovolumes pequenos: Fit, 32%; Spin, 29%; Idea, 18%. Fit
ameaçado.
Monovolumes
médios: J6, 30%; C4 Picasso, 29%; Mercedes B, 25%. Liderança incerta.
Picapes
pequenas: Strada, 51%; Saveiro, 28%; Montana, 18%. Strada imbatível.
Picapes
médias: S10, 31%; Hilux, 23%; Amarok, 14%. S10 ainda avança.
Utilitários
esporte compactos: EcoSport, 60%; Duster, 35%; Jimny, 1%. Como
previsto.
Utilitários
esporte médio-compactos: Tucson/ix35, 33%; Sportage, 13%; ASX, 12%.
Líderes folgados.
Utilitários
esporte médio-grandes: Hilux SW4, 40%; Santa Fe, 13%; Sorento, 10%.
Hilux consolidada.
Utilitários
esporte grandes: Pajero Full/Dakar, 44%; Edge, 21%; Discovery, 11%. Liderança
tranquila.
Esportivo:
Veloster, 65%; Camaro, 20%; SLK, 8%. Definido pelo preço.
Esporte:
BMW Z4, 50%; Boxster/Cayman, 26%; 911, 12%. Líder bastante firme.
RODA
VIVA
PRODUÇÃO da indústria automobilística
continua em forte recuperação. Alavancada por substituição de importações e
recuperação de exportações, teve primeiro semestre recorde: 1,86 milhão de
unidades. Vendas internas de 1,8 milhão de veículos também em nível inédito.
Estoques subiram para 39 dias, quatro além do limite normal. Ano será bom,
porém menos do que se esperava.
IMPORTADO do México, Fiesta sedã 2014 recebeu
atualizações de estilo e no interior. Colocado no topo do segmento de compactos,
mantém preços competitivos entre R$ 49.990 e R$ 58.990, na versão Titanium, câmbio
automatizado de duas embreagens e seis marchas, além de sete airbags. Linhas
harmoniosas e fluidas acabam por limitar espaço no banco traseiro e no
porta-malas (465 litros; concorrentes, mais de 500 litros).
DIREÇÃO de assistência elétrica,
suspensões bem calibradas e motor de 1,6 l/130 cv (etanol) – mais potente entre
os compactos e ainda assim com nota A/Inmetro de menor consumo – proporcionam
realmente prazer ao dirigir o Fiesta sedã. Seu câmbio automatizado se destaca,
mas os bancos dianteiros têm assento curto, o que em viagens longas causam
desconforto.
Fernando Calmon, engenheiro e jornalista especializado desde 1967, quando produziu e apresentou o programa Grand Prix, na TV Tupi (RJ e SP) até 1980. Foi diretor de redação da revista Auto Esporte (77/82 e 90/96), editor de Automóveis de O Cruzeiro (70/75) e Manchete (84/90). Produziu e apresentou o programa Primeira Fila (85/94) em cinco redes de TV.
Sua coluna semanal sobre automóveis, Alta Roda, começou em 1999. É publicada em uma rede de 86 jornais, revistas e sites. É correspondente para o Mercosul do site inglês just-auto. Além de palestrante, exerce consultoria em assuntos técnicos e de mercado na área automobilística e também em comunicação.
fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
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