ALTA RODA, Fernando Calmon
Você conhece
ou já ouvir falar do termo motorista-fantasma? Trata-se de um neologismo, usado
no exterior, para indicar alguém ao volante que, por distração, cansaço,
sonolência, má visibilidade, traçado complicado da via, placa
danificada/vandalizada ou simplesmente barbeiragem,
entrou na contramão de uma rua, avenida, estrada ou autoestrada. É uma das
situações de maior risco para a segurança do trânsito. Preocupa até países com
grande tradição automobilística, mesmo que tenham desenvolvido boas
autoescolas, exames de habilitação dos mais rigorosos e baixa tolerância às
infrações.
Dois
veículos, ao bater de frente (um deles conduzido de forma correta, em sua mão
de direção), geram energia cinética fabulosa e quase sempre fatal aos
ocupantes. Uma colisão com cada carro a apenas 40 km/h equivale, dependendo das
massas envolvidas, a uma batida frontal a 80 km/h contra uma barreira fixa.
Para ter uma ideia, os testes de colisão com bonecos antropométricos, aplicados
por institutos especializados e pelos próprios fabricantes, são executados à
velocidade de 64 km/h.
Em um
período de três meses, 25 pessoas morreram na Alemanha depois que as
autoridades passaram a monitorar com mais rigor esse tipo de acidente. No
entanto, o problema é maior. O Ministério de Transportes alemão estima cerca de
1.700 avisos por ano sobre motoristas-fantasma emitidos por rádios FM
dedicadas, muito comuns nas estradas por lá. O Automóvel Clube da Alemanha
contabiliza um total de 2.800 invasões na contramão, embora na maioria das
vezes não se transformem em tragédia.
Parte desse
problema começa a ser amenizado com a evolução do recurso chamado Assistente a
Placas de Trânsito. Modelos de preço elevado já reproduzem no quadro de
instrumentos as indicações de velocidade máxima em ruas e estradas, além de
placas de ultrapassagem proibida. Os dois mais caros da Mercedes-Benz, lançados
este ano (Classes E e S), agora incluem sinalização de grande relevância, a de
contramão.
Funciona por
meio de uma câmera colocada na parte interna do para-brisa, atrás do espelho
retrovisor. Ela identifica os sinais de contramão e envia a informação aos
computadores de bordo que os processa e reproduz no centro do quadro de
instrumentos. Se detectar que o veículo está prestes a entrar na zona de mão
proibida e vai invadir a via, o sistema adverte o motorista com três bipes
altos e acende um sinal de contramão piscante no mostrador principal.
A fim de
melhorar a confiabilidade do assistente eletrônico, um computador compara os
dados da câmera com o da navegação GPS. Se há problema de visibilidade –
tempestade de neve, neblina ou temporal, por exemplo – é gerado um aviso ao
motorista que o sistema está temporariamente indisponível.
Há planos de
expansão gradativa dessa nova aplicação para automóveis de preço menor, como os
das Classes C, B e A, além de outros do portfólio da marca. O Assistente a
Placas de Trânsito, nessa versão ampliada, só está disponível, por enquanto,
nas vias de circulação da Alemanha. Mas o fabricante informa que trabalha para
desenvolver e adaptar tal recurso de segurança, de grande utilidade, para
funcionar em mais países.
RODA
VIVA
VOLKSWAGEN quer dar mais ênfase aos 60
anos no Brasil quanto a lançamentos de produtos. Inteiramente novo subcompacto up!
terá começo de produção na última semana de novembro – a coluna pode adiantar.
Então, nada de vendas em 2013. Assim, ao Golf VII (três gerações acima da
atual), de início importado da Alemanha, caberá a missão.
COMPLEMENTARIDADE de produção tem
funcionado bem, inclusive com o México, hoje regulada (provisoriamente, acredita-se)
por cotas. Ford produz novo Fiesta hatch em S. Bernardo do Campo (SP) em um
turno cheio nas atuais condições de mercado. Já versão sedã continua vindo do
México, pois não se justifica criar meio turno de trabalho.
CÂMBIO automático tradicional
(conversor de torque), seis marchas, vai bem no Onix com motor 1,4/106 cv
(etanol) no trânsito pesado do dia a dia. Trocas de marchas rápidas e suaves, sem
afetar de forma cruel acelerações e retomadas. Seleção manual por botão no pomo
da alavanca de câmbio não é ideal, mas adaptação a esse sistema nada tem de
dramático.
SAIU ranking semestral dos 10 modelos
mais vendidos, em 30 países da Europa Ocidental, segundo a consultoria Jato: VW
Golf, Renault Clio, Ford Fiesta, VW Polo, Peugeot 208, Opel/Vauxhall Corsa, Ford
Focus, Nissan Qashqai, Opel/Vauxhall Astra e BMW Série 3. Clio e Fiesta,
praticamente empatados; único médio-grande na tabela, Série 3, deslocou o
Passat.
CERAS líquidas de polimento avançam na
preferência sobre as tradicionais, em pasta. De acordo com a Autoshine, uma das
vantagens é a rapidez na operação – por volta de 15 minutos, ou metade do
tempo, no caso de automóveis de porte médio. Facilita a aplicação em peças de
plásticos e borracha, além de evitar eventuais manchas em cores mais ingratas
como preto e vermelho.
Fernando Calmon, engenheiro e jornalista especializado desde 1967, quando produziu e apresentou o programa Grand Prix, na TV Tupi (RJ e SP) até 1980. Foi diretor de redação da revista Auto Esporte (77/82 e 90/96), editor de Automóveis de O Cruzeiro (70/75) e Manchete (84/90). Produziu e apresentou o programa Primeira Fila (85/94) em cinco redes de TV.
Sua coluna semanal sobre automóveis, Alta Roda, começou em 1999. É publicada em uma rede de 86 jornais, revistas e sites. É correspondente para o Mercosul do site inglês just-auto. Além de palestrante, exerce consultoria em assuntos técnicos e de mercado na área automobilística e também em comunicação.
fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
Tá errado! Dois carros que estão em velocidade de 40 km/h se colidirem de frente geram o mesmo dano se bater em uma barreira fixa a 40 km/h. As
ResponderExcluirforças não se somam, elas se anulam, terceira lei de Nilton. Abraço...
Cara vai estudar.. que merda gigantesca voce falou.. vai procurar ler sobre o assunto!! entao se for assim uma batida frontal tera o mesmo impacto de uma batida na traseira de um veiculo parado? Ahh ta!
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