Não se pode negar a praticidade do caixotão de metal que é a Kombi. Nenhum outro utilitário no Brasil conseguiu, durante os 56 anos de produção do modelo, a proeza de carregar 9 pessoas ou 1 tonelada de carga num pacote tão compacto e com manutenção tão simples. Por outro lado, o projeto oriundo da década de 40 nunca fez questão de esconder suas limitações. Centro de gravidade alto, inúmeros cantos cegos e nenhuma área de deformação para absorver parte de eventuais impactos mostram que a segurança sempre foi o calcanhar-de-aquiles da Kombi.
Para (tentar) justificar o preço, a Volkswagen enfeitou a Kombi Last Edition. A pintura "saia-e-blusa" tornou azul toda a parte inferior do carro, além das molduras de faróis e grade superior dianteira, enquanto a parte de cima permaneceu branca. Os pneus com faixa branca remetem aos modelos mais luxuosos da década de 50 e 60, enquanto os adesivos nas laterais e tampa traseira são alusivos à série especial. O interior também adotou o padrão azul e branco para os bancos, que foram revestidos em vinil nas 2 cores. As laterais têm revestimento cinza, os vidros são escurecidos (o traseiro com desembaçador) e o carro ganhou cortinas. Esta Kombi também ganhou CD/MP3 player com entrada USB e Bluetooth. Acima deste, a plaquinha numerada que identifica a série. E no porta-luvas, além do manual do proprietário com capa especial comemorativa, o dono também encontrará um certificado de autenticidade da versão.
Pronto, é isso. A mecânica é a mesma e, por isso, a Kombi Last Edition provavelmente não será mais ágil, mais estável ou mais segura. Sim, esta série especial celebra o legado do veículo com o maior período de produção ininterrupta no mundo, e com certeza muitos proprietários atuais e antigos guardam boas lembranças do carro. Mas cobrar - ou pagar - esse valor por esta série especial beira a insanidade.
O pior, acredite, tem trouxas que pagam, e no porta luvas vai o certificado de burrice.
ResponderExcluirAté não seria impossível manter a Kombi em linha, caso a Volkswagen tivesse usado aquele painel "gordo" da Kombi Export destinada ao México, que poderia acomodar módulos eletrônicos de ABS e airbag. Embora airbag numa Kombi seja tão útil quanto uma bicicleta para um peixe...
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