quarta-feira, 3 de junho de 2015

MANUAL DE COMPRA - FORD COURIER


Por Pedro Ivo Faro


Trabalhar é uma necessidade do ser humano. E, para alguns trabalhos – muitos, na verdade – é necessário um veículo adequado. Mas aí vem aquela situação clássica: às vezes, o orçamento está aperto e, mesmo assim, há a necessidade de se transportar cargas. Mas calma, há uma ótima opção no mercado de usados: a Ford Courier. Produzida por mais de uma década e meia, além da boa oferta de versões ela tem uma série de outros predicados.


FOLGADA

Se há um item que a Courier privilegia para quem precisa trabalhar é a caçamba. Com 1,81 m de comprimento, ela era a mais extensa da categoria (e ainda é!). A capacidade de carga de 700 kg também é outro predicado. 

ANTIGO E NOVO

A Courier teve mais de uma opção de motor. As primeiras que vieram em 1997 tinham duas opções: o antiquado endura 1.3, de 60 cv de potência (que reduzia a capacidade de carga para 600 kg), e o Zetec 1.4, mais avançado, com 89 cv e 700 kg para carga. A partir de 2000 veio o Zetec RoCam 1.6, com 95 cv, que fez sucesso na picape. E em 2007 esse mesmo motor passou a ser flex, rendendo até 107 cv no álcool. Na hora de escolher prefira as RoCam, que costumam ter mais liquidez na revenda

DUAS-CARAS

A Courier teve uma reestilização no tempo que foi fabricada. Seguindo as linhas do Fiesta, a frente “tristonha” deu lugar à outra frente, batizada de “gatinho”, mais agressiva. Essa nova frente surgiu em 2000, junto com a suspensão traseira recalibrada. Para diferenciar, também vale olhar os nomes das versões. As primeiras eram básica (sem nome), CLX ou SI, enquanto que as últimas eram L (básica) XL ou RS (esportiva).


“ESPORTIVA”

Houve uma versão “esportiva” da Courier. A RS deu lugar à Sport com suas rodas de liga, grade cromada e rack no teto. A versão, mesmo sem motorização diferente, faz jus a um excelente predicado da picapinha: a dirigibilidade, que é elogiada por todos motoristas. Mérito da ótima suspensão e do longo entre-eixos, de 2,83 m.

EQUIPAMENTOS

Pelo foco no trabalho, a Courier não tem muitos equipamentos. ABS não consta nem como opcional. E, se a ideia é ter airbags, além de um pacote com direção, ar e grade protetora do vidro traseiro, opte pelas versões XL ou Sport.

FIQUE DE OLHO!

A Courier é reconhecida pela robustez mecânica e, com alguma sorte, dá para encontrar uma das últimas (ela foi feita até 2013). Mas confira sempre os seguintes itens:
- Suspensão. Apesar de boa pode ter sofrido abusos, que são identificados pelo estado de molas (podem estar cansadas), carga dos amortecedores e eixo traseiro, que pode estar desalinhado, desgastando os pneus irregularmente.
- Nas versões com motor endura olhe a chamada Válvula IAC, que controla a marcha lenta. Pode haver contaminação de óleo por causa do respiro do cárter, fazendo com que o motor morra sempre. A troca dessa válvula pode sair por mais de R$ 500.
- Válvula antichama. É ela que apresenta o problema de retenção de óleo, que causa a contaminação da válvula IAC. Custa em média 20 reais e pode ser trocada em casa.
- Dirija a picape e veja se a embreagem está em ordem, com engates suaves. Por ser hidráulica, pode haver contaminação de óleo ou bolhas de ar, exigindo uma “sangria”. Se persistir, o cilindro mestre deverá ser trocado ao custo médio de 500 reais.
- Nas Zetec 1.4 o motor, por ser de alumínio, era vendido parcialmente montado nas concessionárias. Se estiver perto da retífica há mecânicos que fazem, mas as peças não são fáceis de achar.

PREÇOS

Uma Courier Sport 2010 sai, em média, por R$ 23 mil. Além do preço em conta, traz um bom compromisso entre o uso para trabalho e eventuais saídas a lazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário