Por Pedro Ivo Faro
Feita para o trabalho. Essa frase é a que mais casa com a primeira geração da Toyota Hilux, que começou vindo importada para o Brasil em 1992 e ficou em linha até 2005. O modelo não é um primor de luxo ou de conforto, mas mostra toda sua vocação para o trabalho pesado (e ainda mais para o off-road) quando é exigida. Conhecida pela alta robustez mecânica, ela trilhou o caminho para a geração seguinte, que já veio bem mais cara e requintada.
DURÁVEL
A fama de inquebrável da Hilux não veio no modelo pós-2005; é predicado que acompanha a picape desde os primeiros modelos 1992, ainda importados do Japão. Apesar das peças também poderem ser caras às vezes, a alta durabilidade mecânica compensa.
MUITOS MOTORES
Inicialmente a picape veio apenas com o motor quatro cilindros a diesel de 77 cv, que apesar da excelente robustez mecânica, oferecia desempenho muito limitado à picape. Os motores mudaram em 2002, quando ela recebeu um 3.0 aspirado a diesel de 90 cv e um 3.0 turbodiesel de 116 cv “emprestado” da irmã SUV SW4. Além destes, ela também passou a contar, naquele ano, com um motor quatro-cilindros 2.7 16v a gasolina e 142 cv, sendo que este último vinha apenas com tração 4x2.
ORIGENS DIFUSAS
A Hilux veio de dois locais diferentes. Entre 1992 e 1997 ela veio do Japão, nas versões básica, DLX e SR5. Após 1997 ela começou a vir da Argentina, quando tinha as versões básica, DX, SR e SR5. As diferenças entre as versões e davam, principalmente, pelas opções de tração e pelos itens. A argentina tinha 12 combinações diferentes entre as opções de acabamento, tração e cabine, que podia ser simples ou dupla.
COMPLETA OU PELADA?
A oferta de itens era variada entre as opções de acabamento da Hilux. A básica, por exemplo, vinha com bancos em vinil, sem ar condicionado nem mesmo como opcional, e apenas com cabine simples, motor diesel aspirado e tração 4x2. Já na DX o ar-condicionado era oferecido como opcional; apresentava melhor acabamento em relação à básica, mas da mesma forma estava equipada com rodas de aro 16 e pneus 215. A SR ganhava para-choque, grade e espelhos cromados, condicionador de ar e rodas de aro 15, calçadas com pneus 235 de série e a top SR5 vinha com com airbag para motorista, conjunto elétrico, ABS nas quatro rodas, toca-fitas e roda-livre automática (também de série na SR).
FIQUE DE OLHO!
Hilux é sinônimo de alta robustez. Mas, como nenhum carro é indestrutível, vale checar os seguintes itens antes de fechar uma compra:
- O sistema de embreagem merece uma olhada atenta. Verifique se ele não “patina” (principalmente nas versões 4x4), pois isso pode indicar um uso mais severo no off-road. Se a manutenção desse sistema não foi feita no tempo e criteriosamente, podem aparecer problemas logo em platô, disco e rolamento.
- Olhe também o pedal de freio. Se ele estiver abaixando quando pressionado continuamente, ou sem precisão em frenagens bruscas, é problema no servo-freio. Verifique a existência de vazamentos entre o cilindro-mestre e o servo.
- O ar-condicionado pode não estar gelando ou sem um bom fluxo internamente. Se isso acontecer, deve ser problema nos anéis de vedação internos do compressor ou ainda na correia folgada ou mesmo por furos nas mangueiras de condução do gás refrigerante.
- Confira o velocímetro e se as marcações no ponteiro estão sem oscilação. Olhe também o hodômetro e se os números estão alinhados. Se não estiver em ordem, pode ser velocímetro adulterado ou problema no cabo de acionamento.
- Por fim, cheque o motor. Olhe se há vazamentos de óleo junto à tampa do cabeçote ou se não há marcas de lubrificante na junta do cárter ou pela dianteira do bloco. Caso precise reparar essa parte, o conserto pode sair caro.
PREÇOS
Uma Hilux SR5 2005 (último ano dessa geração), sai por cerca de R$ 58 mil. Se o preço ainda é alto, vale frisar que a desvalorização é baixa, e a revenda é fácil.
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