quarta-feira, 30 de setembro de 2015

MANUAL DE COMPRA - KIA CERATO


Por Pedro Ivo Faro


O mercado de sedãs no Brasil, num espaço de uns 10 anos, ganhou muitas opções de diferentes tamanhos. Os médios, como Corolla e Civic, ganharam companhia de modelos ligeiramente menores, como Honda City ou Ford New Fiesta Sedan. Mas foi nesse segmento que a Kia estreou um concorrente que merece uma olhada com mais carinho, o Cerato. Dono de linhas atraentes e um bom pacote de itens, ele se tornou uma opção interessante a considerar no mercado de usados.


ESTILOSO

Um ótimo argumento de venda – quando novo – e que ainda dá charme ao carro é seu design, que tem a assinatura do alemão Peter Shreyer, ex-Audi. O modelo, mesmo já uma geração atrás do atual, continua sendo bonito e, não raro, atrai olhares. Presente nas nossas ruas desde 2009 (como modelo 2010) até o início de 2013, há boa oferta.

A foto mostra um modelo com câmbio manual, indisponível no Brasil. Por aqui, só câmbios automáticos de 4 ou 6 marchas

VÁ NO SEIS

O Cerato só teve um motor – o mesmo 1.6 16v de 126 cv, presente no Soul – acoplado a uma transmissão automática sequencial de quatro velocidades, que veio nos primeiros modelos. Suficiente para o modelo, mas sem ser excepcional, a chegada dos modelos 2011 trouxe a transmissão de seis velocidades, que deixou o modelo com um comportamento melhor. No entanto, o grande trunfo do Cerato é o consumo, principalmente pela boa aerodinâmica.

RECHEADO

Há uma farta oferta de itens no Cerato. Na versão básica já vêm ar-condicionado, airbags dianteiros, trio elétrico, computador de bordo, faróis de neblina, rodas de liga leve aro 15 e um ótimo sistema de som com entradas auxiliares USB e para iPod. Na intermediária, mais buscada, são adicionados ABS, encostos de cabeça ativos, acabamento interno diferenciado, volante e manopla do câmbio revestidos de couro, ar digital e rodas aro 16. A top acrescenta itens que destacam esportividade, como rodas de 17 polegadas e detalhes de acabamento interno vermelhos. O custo-benefício e a garantia de cinco anos são outros argumentos fortes a favor do modelo.

REVEZES

Apesar das qualidades o Cerato também tem seus calcanhares-de-aquiles. O acabamento é considerado simplório, a qualidade do estofamento é tida por muitos como inferior ao segmento e a suspensão é propensa a pancadas mais secas e é barulhenta em piso ruim. Por outro lado, o sistema de som de série dele é tido como de ótima qualidade.


FIQUE DE OLHO!

Com cinco anos de garantia, é possível encontrar modelos 2010 que ainda estejam no fim do ciclo. No entanto, vale olhar alguns itens:
- O câmbio automático pode ter falhas nos comandos, sem reduzir ou avançar marchas, culpa do mau contato elétrico no solenóide da alavanca seletora, devendo ser substituída em garantia.
- A suspensão mais firme significa solavancos e boa parte deles se devem a batentes de amortecedores gastos, que devem ser reclamados em garantia. Um jogo novo pode sair num preço salgado.
- A dianteira com batidas secas pode ser sinal de problema na caixa de direção. O desgaste pode ser na peça ou nas buchas da cremalheira, oriunda de graxa lubrificante fora da especificação.  Este é outro item que pode ser trocado em garantia.
- A embreagem, de acionamento hidráulico, pode deixar o pedal mais duro de acionar por desgaste precoce do atuador, que custa 131 reais. As concessionárias têm substituído o conjunto em garantia.
- O motor pode "bater pino", que é o problema da detonação em função da qualidade do combustível. Normalmente gasolina de boa qualidade anula o problema, mas se persistir, é necessário uma reprogramação da injeção.

PREÇOS

Um Cerato ano 2011 é encontrado por menos de R$ 40 mil. Pode ser opção a um popular 0 km ou mesmo a alguns sedãs médios mais antigos e mais rodados.

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