Por Maximiliano Moraes
Fotos: Maximiliano Moraes* / Divulgação
Em meio à crise no setor automobilístico nacional (dentre outros) poucas marcas e, especialmente, modelos conseguiram a façanha de se destacar em vendas. A Nissan foi uma destas e o Kicks foi, em grande parte, o responsável. Entre os meses de agosto e outubro a quantidade de Kicks vendidos (5.783) quase se igualou à do conhecido e confiável Duster (5.917), lembrando que agosto foi o primeiro mês cheio em vendas do Nissan.
Fotos: Maximiliano Moraes* / Divulgação
Em meio à crise no setor automobilístico nacional (dentre outros) poucas marcas e, especialmente, modelos conseguiram a façanha de se destacar em vendas. A Nissan foi uma destas e o Kicks foi, em grande parte, o responsável. Entre os meses de agosto e outubro a quantidade de Kicks vendidos (5.783) quase se igualou à do conhecido e confiável Duster (5.917), lembrando que agosto foi o primeiro mês cheio em vendas do Nissan.
A gente já tinha dirigido o Kicks por um bom percurso na ocasião do lançamento (veja aqui o vídeo-review), mas nada melhor que passar mais tempo com o carro para descobrir do que ele é capaz no dia-a-dia, o que mais satisfaz e o que mais decepciona. A diferença, desta vez, foi que o colocamos para rodar quase exclusivamente em circuito urbano, enquanto no dia do lançamento rodamos só na estrada. E desta vez ficamos com a versão SL - no lançamento dirigimos a série especial Rio 2016 - com a bonita combinação de carroceria Cinza Grafite com teto Sunset Orange e interior totalmente preto, que não cai mal mas é meio maçante quando comparado ao exterior. O acabamento interno, pelo menos, é excelente.
Uma pulga atrás da orelha surge quando a gente pensa na combinação do motor 1.6 16v de 114 cv com o câmbio CVT no Kicks. Suas linhas inspiram dinamismo e você quer mesmo que o carro corresponda, mas a verdade é que há pouco motor em relação ao que a concorrência oferece. Menos mal que a Nissan tenha sido inteligente e equipado o carro com uma transmissão CVT competente, que apresenta trocas de marchas virtuais, e trabalhado para cortar gorduras aqui e ali com resultado surpreendente - ele é mais leve que um Sandero R.S., por exemplo. Ficou honesto e não vai fazer ninguém passar raiva.
Por outro lado, o motor pequeno torna o Kicks capaz de obter médias de consumo urbanas dignas de um downsized - foram 12,9 quilômetros rodados a cada litro de gasolina consumido e, o melhor de tudo, sem ficar apenas "relando" no pedal do acelerador para conter o consumo. Não tivemos oportunidade de avaliar o carro na estrada desta vez, mas a média de consumo superior a 16 km/l apontada pelo computador de bordo na ocasião do lançamento não deixa dúvidas quanto à sua competência.
Conforto a bordo foi objetivo perseguido com afinco pela Nissan. Para começar, a boa impressão que tivemos sobre a suspensão do Kicks na estrada se repetiu na cidade. O trabalho da suspensão, que conta com controle dinâmico em curvas e estabilizador ativo da carroceria além de controles de tração e estabilidade, é suave, silencioso e transmite robustez, tornando o Nissan não só bom de curva como também ótimo para filtrar os baques do asfalto caroquento. Pra deixar motorista e passageiros ainda mais confortáveis os bancos contam com tecnologia "Zero Gravity" e acomodam bem até os mais rechonchudos.
Espaço também não é problema para o Kicks. Na frente e atrás há espaço decente para 5 pessoas e suas cabeças, ombros, joelhos e pés. O porta-malas de 432 litros é só 5 litros menor que o do Honda HR-V e muito maior que os de EcoSport e Renegade, tendo ainda bom acesso. Os ocupantes vão notar ainda que este Nissan é mais silencioso na estrada que na cidade, se valendo dos baixos giros para complementar o isolamento da cabine. Mas para aproveitar os 15,5 kgfm de torque é preciso levar o giro do motor pelo menos às 4.000 rpm - é aí que a coisa grita. Saídas mais vigorosas em semáforos, subidas, ultrapassagens, qualquer coisa que obrigue o motorista a afundar mais o pé vai sabotar o isolamento acústico.
Tem defeitos, claro. O principal deles é a ausência de controlador de velocidade, especialmente por se tratar de um carro de quase R$ 90 mil com câmbio que não exige trocas de marchas. Tem outras coisinhas menores, como o retrovisor interno que ainda mantém a lingueta para torná-lo anti-ofuscante e a luz de teto que a gente encontra no Logan. Mas se tem duas coisas no Kicks que fazem a gente esquecer esses detalhes são a bendita câmera 360º, que permite manobras sem olhar para os retrovisores ou o vidro de trás, e a tela TFT à esquerda do velocímetro, que traz mais informações que qualquer computador de bordo do segmento e mesmo assim tem acesso e operação nível kids.
E tem mais, a lista de itens de série do Kicks é bem generosa. Ar condicionado automático digital, direção elétrica com coluna regulável em altura e profundidade, retrovisores elétricos com rebatimento, vidros elétricos com one-touch para as 4 portas, central multimídia com GPS, auxílio de partida em rampas, chave presencial, partida do motor por botão, 6 airbags, rodas de liga com aro 17 e sensores de luz, chuva e estacionamento.
Moral da história: se o Kicks não é o mais rápido dentre os SUVs compactos do nosso mercado, é difícil encontrar algum outro quesito em que ele não se sobressaia de alguma forma. O design é bacana, o acabamento interno é ótimo, a lista de equipamentos traz coisas que nenhum outro tem, o carro é econômico, espaçoso, bom de dirigir e custa menos que os concorrentes diretos. Well done, Nissan.
* Você vai notar fotos que já usamos em outra reportagem sobre o Nissan Kicks. Durante o período que ficamos com o carro uma semana extremamente chuvosa atrapalhou nosso planejamento e, por isso, não foi possível fazer fotos novas.
Há diferentes padronagens de cores para o interior, a depender da cor da carroceria |
Uma pulga atrás da orelha surge quando a gente pensa na combinação do motor 1.6 16v de 114 cv com o câmbio CVT no Kicks. Suas linhas inspiram dinamismo e você quer mesmo que o carro corresponda, mas a verdade é que há pouco motor em relação ao que a concorrência oferece. Menos mal que a Nissan tenha sido inteligente e equipado o carro com uma transmissão CVT competente, que apresenta trocas de marchas virtuais, e trabalhado para cortar gorduras aqui e ali com resultado surpreendente - ele é mais leve que um Sandero R.S., por exemplo. Ficou honesto e não vai fazer ninguém passar raiva.
Por outro lado, o motor pequeno torna o Kicks capaz de obter médias de consumo urbanas dignas de um downsized - foram 12,9 quilômetros rodados a cada litro de gasolina consumido e, o melhor de tudo, sem ficar apenas "relando" no pedal do acelerador para conter o consumo. Não tivemos oportunidade de avaliar o carro na estrada desta vez, mas a média de consumo superior a 16 km/l apontada pelo computador de bordo na ocasião do lançamento não deixa dúvidas quanto à sua competência.
Conforto a bordo foi objetivo perseguido com afinco pela Nissan. Para começar, a boa impressão que tivemos sobre a suspensão do Kicks na estrada se repetiu na cidade. O trabalho da suspensão, que conta com controle dinâmico em curvas e estabilizador ativo da carroceria além de controles de tração e estabilidade, é suave, silencioso e transmite robustez, tornando o Nissan não só bom de curva como também ótimo para filtrar os baques do asfalto caroquento. Pra deixar motorista e passageiros ainda mais confortáveis os bancos contam com tecnologia "Zero Gravity" e acomodam bem até os mais rechonchudos.
Espaço também não é problema para o Kicks. Na frente e atrás há espaço decente para 5 pessoas e suas cabeças, ombros, joelhos e pés. O porta-malas de 432 litros é só 5 litros menor que o do Honda HR-V e muito maior que os de EcoSport e Renegade, tendo ainda bom acesso. Os ocupantes vão notar ainda que este Nissan é mais silencioso na estrada que na cidade, se valendo dos baixos giros para complementar o isolamento da cabine. Mas para aproveitar os 15,5 kgfm de torque é preciso levar o giro do motor pelo menos às 4.000 rpm - é aí que a coisa grita. Saídas mais vigorosas em semáforos, subidas, ultrapassagens, qualquer coisa que obrigue o motorista a afundar mais o pé vai sabotar o isolamento acústico.
Tem defeitos, claro. O principal deles é a ausência de controlador de velocidade, especialmente por se tratar de um carro de quase R$ 90 mil com câmbio que não exige trocas de marchas. Tem outras coisinhas menores, como o retrovisor interno que ainda mantém a lingueta para torná-lo anti-ofuscante e a luz de teto que a gente encontra no Logan. Mas se tem duas coisas no Kicks que fazem a gente esquecer esses detalhes são a bendita câmera 360º, que permite manobras sem olhar para os retrovisores ou o vidro de trás, e a tela TFT à esquerda do velocímetro, que traz mais informações que qualquer computador de bordo do segmento e mesmo assim tem acesso e operação nível kids.
E tem mais, a lista de itens de série do Kicks é bem generosa. Ar condicionado automático digital, direção elétrica com coluna regulável em altura e profundidade, retrovisores elétricos com rebatimento, vidros elétricos com one-touch para as 4 portas, central multimídia com GPS, auxílio de partida em rampas, chave presencial, partida do motor por botão, 6 airbags, rodas de liga com aro 17 e sensores de luz, chuva e estacionamento.
Moral da história: se o Kicks não é o mais rápido dentre os SUVs compactos do nosso mercado, é difícil encontrar algum outro quesito em que ele não se sobressaia de alguma forma. O design é bacana, o acabamento interno é ótimo, a lista de equipamentos traz coisas que nenhum outro tem, o carro é econômico, espaçoso, bom de dirigir e custa menos que os concorrentes diretos. Well done, Nissan.
* Você vai notar fotos que já usamos em outra reportagem sobre o Nissan Kicks. Durante o período que ficamos com o carro uma semana extremamente chuvosa atrapalhou nosso planejamento e, por isso, não foi possível fazer fotos novas.
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