Discursos sobre planejamento, relacionamento, conectividade e tecnologia - e poucos lançamentos - marcaram o primeiro dia do Salão
Por Maximiliano Moraes
Fotos: Rodrigo Fernandes
Como fazer um Salão do Automóvel se tornar interessante depois de uma crise econômica? Com pouca coisa nova para mostrar, as marcas focaram seus discursos em relacionamento, conectividade, tecnologia e planejamento estratégico, com clara intenção de tirar o foco dos jornalistas da pasmaceira em seus stands. Dentre outras, as 4 mais tradicionais do mercado brasileiro - Chevrolet, Ford, Volkswagen e FCA (Fiat, Chrysler, Dodge, Jeep e RAM) - cederam coletivas e apresentaram seu portfólio hoje.
Chevrolet
Primeira do dia, a Chevrolet manteve seu stand em segredo até o último instante: ela preparou uma arena para seus modelos desfilarem e, a bem da verdade, foi quem mais mostrou coisa nova e acessível ao consumidor. O destaque foi a nova geração do Camaro, que chegará primeiro em série especial limitada a 100 unidades - Fifty, alusiva aos 50 anos do modelo - e novo motor, o mesmo utilizado no Corvette Stingray, com 461 cv de potência e 62,9 kgfm de torque.
O Cruze Sport6, que será lançado oficialmente em dezembro, também deu as caras na passarela. O hatch ganha design familiar ao novo Cruze, mas sua frente é mais agressiva e o conjunto retrabalhado de suspensão e direção deixou, segundo a GM, o hatch com pegada mais dinâmica. Junto a ele foi apresentado o SUV compacto Tracker, reestilizado, com novo motor - sai o 1.8 antigo, entra o 1.4 turbo do novo Cruze - e novos equipamentos de série.
Os show-cars foram o elétrico Bolt, ainda (infelizmente) sem previsão de comercialização por aqui, e a S10 Xtreme, um exercício de estilo offroad sobre a picape. Interessante também foi ver no stand a combalida Montana toda enfeitada - ficou bacana - mas não o Captiva, que sem novidades foi deixado de fora desta vez.
FCA
Na Fiat a coisa ficou dividida entre os modelos urbanos Mobi e Uno, diversas versões da Toro incluindo a nova Black Jack - série especial de lançamento do motor 2.4 Tigershark de 186 cv e 24,9 kgfm para a picape, que vem ainda com câmbio automático de 9 marchas e tração dianteira - e a ala mais, digamos, "madura" do portfólio, com os modelos Palio, Punto, Strada e Grand Siena. Óbvio, os show-cars apareceram: um Mobi com apelo esportivo e uma Toro com visual off-road, ambos equipados pela Mopar, além do belo 124 Spyder.
O stand da Chrysler ganhou imponência com os modelos da Jeep, Dodge e RAM. A picape 1500, a menor do line-up da marca (e ainda assim bem maior que S10, Hilux e CIA), deu as caras e compartilhou espaço com a mastodôntica 2500. A bela e prática minivan Pacifica foi posicionada ao fundo do Stand, mas chamou a atenção por suas linhas fluidas e que nada remetem ao (feioso) modelo do qual herdou o nome. No lado esportivo do stand estavam a Grand Cherokee SRT e o insano Dodge Charger Hellcat com seus 707 cavalos. E um único Jeep Cherokee praticamente sumiu no meio dos vários Compass e Renegade espalhados pelo stand, mostrando o orgulho da marca pelos produtos feitos no Brasil.
Ford
A marca americana concentrou sua apresentação no institucional. Vendas, aceitação de produtos pelo mercado, inovações tecnológicas e iniciativas relacionais. Outra vez nada de novo no portfólio: as linhas Ka, Focus, Fusion e EcoSport estavam representadas por versões diversas, além da Ranger Wildtrack, vendida em mercados asiáticos como versão topo-de-linha e ainda não confirmada para o Brasil, bem como a F-150 Raptor.
Quem vem, por outro lado, é o Mustang. A Ford confirmou sua venda no mercado brasileiro a partir de 2017 e frisou ainda sua importância histórica e mercadológica, expondo 2 unidades em seu stand: um Mustang GT Premium Conversível com motor 5.0 V8 de 441 cv e câmbio manual ou automático, e o nervoso Mustang Shelby GT350R que traz motor 5.2 V8 de 533 cv e 59,3 kgfm. A estrela maior, porém, foi o belíssimo Ford GT em nova geração, com carroceria e rodas em fibra de carbono e motor V6 EcoBoost que rende mais de 600 cv de potência.
Volkswagen
Em meio a mais um discurso de humanização da marca - foi-se o tempo do "Das Auto", slogan arrogante demais para o consumidor brasileiro segundo a própria VW - a marca surpreendeu a todos com o Gol GT concept, que conseguiu atiçar o interesse dos jornalistas presentes mais que muito conceito mais potente ou arrojado exposto no Salão.
Mais conceitos já mostrados em outros salões deram as caras por aqui. O Budd-e, minivan elétrica que (mais uma vez) remete às linhas da Kombi; o T-Cross Breeze, que propõe linhas e soluções para um novo SUV da marca; e o elétrico Golf GTE Sport. Gol, up! e Fox ganharam ainda novas versões: os dois primeiros agora vêm na configuração Track e o terceiro na Urban White, inspirada no Fox Pepper. Finalmente, a Amarok reestilizada esteve no Salão com motor V6 a diesel.
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