O Peugeot 206 foi um dos carros que mais ganhou prêmios de design no mundo. Até hoje tem gente que se derrete de amores por suas linhas fluidas, que parecem não envelhecer – tanto que, na geração posterior (207), suas linhas originais receberam apenas upgrades, tornando o carro um pouco mais adequado ao mercado e atualizado frente à concorrência, mas ainda mantendo muito da essência e dos contornos que conquistaram tantos consumidores mundo afora.
Pena que, no Brasil, nunca recebemos o novo modelo de fato. O que chamam de 207 aqui não passa de um 206 com face-lift (vendido inclusive na Europa com o nome 206+, ou 206 Plus). O resultado estético acabou sendo o pior de toda a linha: enquanto os “207” SW e Passion disfarçam os volumes com suas traseiras diferenciadas, o hatch ficou bastante desproporcional, com faróis e entrada de ar que parecem pertencer a outro modelo. Bem, pertencem mesmo.
Mesmo assim, isso não anula algumas de suas qualidades. Tendo já testado o 207 Passion, encontrei a mesma boa acomodação para motorista e passageiro da frente, o mesmo bom acabamento da cabine e o mesmo conforto ao rodar, obviamente com o menor desempenho do motor 1.4. Mesmo assim, os 13 kgfm (com álcool) são mais que suficientes para a cidade, desde que a rotação seja mantida acima dos 2.000 rpm. Abaixo disso ele carece de fôlego – o que é estranho, por se tratar de um propulsor com 8 válvulas. Na estrada, o desempenho não é tão melhor que um 1.0 dos mais potentes; a pouca potência, de até 82 cv, é a culpada.
Outra coisa digna de apreciação é a sensação de se estar num carro de segmento superior. Muita gente, ao comprar seu carro, leva bastante em consideração a sensação de conforto que ele transmite, e isso a Peugeot faz bem. Os faróis contam com aviso sonoro de esquecimento de luzes acesas. Os plásticos do painel e das portas são agradáveis à vista e ao tato, os bancos têm bom tecido e os instrumentos com círculo cromado, somados ao mostrador digital no painel e ao acabamento em alumínio da alavanca de câmbio, remetem ao 307. Ambiente gostoso para estar e apreciar.
Mas, então, o comprador cai na real e percebe que nem só de beleza e sensações a vida é feita. Itens de comodidade são sempre bem-vindos: o ar condicionado nos dias de calor, a direção hidráulica na hora das manobras, as travas e vidros elétricos que agregam segurança e conforto... Pois é, o 207 X-Line não tem nada disso. “Mas só na versão básica, certo?” – você deve ter pensado. Não, em nenhuma. Aliás, ele só tem uma versão: básica e pelada, sem qualquer opcional. Quer ar, direção, vidros e travas? Pule para a XR, que já vem com tudo isso de série e algumas coisinhas a mais.
Se, por um lado, isso dá ao consumidor a oportunidade de ter um Peugeot gastando menos – o X-Line custa R$ 28.100,00 com 2 portas e R$ 29.900,00 com 4 –, por outro impede que o comprador inclua somente os equipamentos que considera indispensáveis. Algumas pessoas fazem questão somente de ar condicionado (nos estados mais quentes), enquanto outras preferem o carro somente com vidros e travas elétricas (nos estados mais frios). Direção hidráulica costuma ser preferência de mulheres, enquanto os homens gostam mais de itens estéticos. O 207 X-Line não lhe dá nenhuma opção; compre um e leve para casa somente as sensações.
Suponhamos, porém, que você queira partir para a versão XR, completinha. Ela custa, no site da Peugeot, R$ 36.790,00. Vai parecer um bom negócio até que seu amigo, que comprou um Fiesta 1.6 completo – e com mais espaço, mais desempenho e mais portamalas, por ridículos R$ 300,00 a mais – apareça na sua frente. Mas acho que você vai se sentir ainda pior se souber que sua vizinha comprou um C3 1.4, que também é maior e entrega a mesma (ou até mais) sensação de luxo e conforto, gastando só R$ 1.200,00 a mais e ainda ganhando passagens de ida e volta para Paris, o que praticamente anula a diferença.
Seria interessante a Peugeot rever o posicionamento do 207 X-Line no mercado. Hoje em dia pouquíssima gente leva um carro peladão para casa, mesmo os que preferem desempenho (coisa que o motor 1.4 não entrega tanto assim). Até o antigo 206 tinha esses opcionais. O X-Line chegou custando mais que a antiga versão, oferecendo menos. Não vale a pena.
Comprei umn 207 xr e achei o carrinho bom d+, aconselho a todos q queiram um carro acima da média. Minha nota pra tudo é 10! Parabéns pra mim rsrsrs
ResponderExcluirEu acho assim...
ResponderExcluirNem todo mundo tem 36 mil reais para ter um carro zero...
Eu comprei um xline 2 portas. zero km...
gostei mto dele e ele não é muito caro...
Para o brasil esta otimo, assim mais pessoas podem ter um bom carro, com um design bacana e agradavel.
Eu descordo. Em SP a Peugeot está com promoção pro xline: R$25.990,00. É um carro que vale a pena sim, pois se vocÊ procurar um carro zero km pelado, não encontrará nem um celta 1.0 por esse preço. Mas se vocÊ quiser com ar condicionado vai para 31.000. Aí posso dizer que vale menos a pena, mas continua valendo por ser um carro 1.4.
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