Depois de retornar da viagem ao Centro-Oeste, o J5 permaneceu grande parte do tempo em ambiente urbano. O último desafio do sedã foi encarar um bate-e-volta até o litoral do estado de São Paulo. E ele passou com louvor, mostrando destreza e neutralidade nas curvas da rodovia Anchieta, na ida, e bastante elasticidade na volta, retomando velocidade com muito mais fôlego na subida da Imigrantes. O amaciamento do motor realmente fez a diferença.
A convivência com o JAC J5 durante esta edição do Na Estrada mostrou um lado da personalidade do sedã que geralmente passa despercebida para motoristas que o conhecem apenas por meio de um rápido test-drive na concessionária. Foram mais de 4 mil quilômetros em 22 dias, do Planalto Central ao litoral. Queixas, poucas. O J5 atende bem a quem procura a essência de um sedã médio mas não faz questão de preciosismos. Acredite: os R$ 49.990,00 que ele custa valem cada centavo.
Falta algumas coisas? Falta. Um bom computador de bordo deveria estar ali, porque é nas longas viagens que sua ausência é mais sentida. Conexão Bluetooth também. A coluna de direção poderia ser regulável também em distância, além de ter maior amplitude no ajuste de altura. A saída USB do sistema de áudio poderia ser atualizada (ainda que a JAC tenha amenizado isso disponibilizando o cabo adaptador). O sedã também podia ter encostos traseiros melhores, reguláveis, e 3 em vez de apenas 1 par. O banco traseiro poderia ser bipartido para acomodar volumes maiores quando necessário. Isso porque o porta-malas não é dos maiores, especialmente em relação ao tamanho do carro, e as articulações ainda roubam espaço. Acomodar a bagagem de férias foi uma tarefa complicadinha. Pra terminar, falta câmbio automático. Talvez restringisse ainda mais o desempenho, mas, por outro lado, é adequado tanto pro seu porte quanto pra sua faixa de preço; todos os concorrentes têm esta opção.
Incrivelmente, o que foi alvo de maior queixa no JAC J5 durante o teste - a falta de força do motor - deixa de incomodar com o tempo. E nem é culpa do motor em si, que é valente, o melhor disponibilizado pela JAC hoje; o peso do carro é que joga contra. Na cidade o sedã vai bem, não há por quê querer mais força. Já na estrada, apesar das limitações, tudo é uma questão de se acostumar com os regimes adequados de rotação do motor e explorar o câmbio para ter o melhor desempenho. Há quem não goste disso e há quem não se importe. Eu não me importo.
Uma vez acostumado ao temperamento pacato do carro, as outras qualidades se destacam ainda mais. Vamos lá: silêncio a bordo, suspensão confortável e ao mesmo tempo robusta, ótima estabilidade, muito espaço interno e uma lista bem sortida de equipamentos, alguns dos quais não presentes nem nos sedãs premium com os quais ele concorre em preço. De série o JAC J5 vem com ar condicionado automático digital com saídas para o banco traseiro, direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos, alarme, chave-canivete, porta-óculos, descansa-braços com porta-objetos entre os bancos dianteiros, abertura interna do porta-malas e tampa do bocal de combustível, volante e portas revestidos em couro, sistema de áudio com CD/MP3 player, entrada USB e comandos no volante, banco do motorista com ajuste duplo de altura, faróis principais com ajuste de altura, faróis de neblina, lanternas em led com 1 lanterna traseira de neblina, sensor de estacionamento, rodas de liga leve com aro de 16 polegadas, airbag duplo e ABS. Opcionais são só as rodas com aro de 17 polegadas - não recomendo, porque deixam o carro bem mais duro - e revestimento dos bancos em couro - não gosto, mas é uma questão pessoal.
Problemas durante o período de avaliação foram só 2. Desde o início, como já foi dito, a tampa do porta-malas estava difícil de fechar, sendo preciso mais força que o usual para a tarefa. Outra ocorrência curiosa foi a dificuldade no engate da primeira e segunda marchas com o carro frio - e justamente depois da primeira revisão obrigatória, onde o óleo do câmbio foi trocado. Antes da revisão o câmbio era macio como manteiga.
Mesmo com esses pequenos percalços, há muito mais prós do que contras. O JAC J5 evoluiu e fez sumir a má impressão que ficou depois de sua primeira avaliação no blog no ano passado. Ilustra bem o perfil deste sedã a história da mulher bonita mas discreta, elegante, que pode não despertar uma paixão avassaladora no primeiro contato, mas se mostra uma boa companhia com o passar do tempo, mostrando mais qualidades do que se poderia supor. E que pode até fazer você querer se casar com ela.
Fotos: Maximiliano Moraes
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Muito legal a matéria. Parabens. Pelo menos uma pessoa com bom senso de julgar o carro pelo o que ele é e não pelo que a pessoa acha que é. Quem tem nao somente este mas outros da marca sabe que sao bons carros. Sim, com coisas para corrigir e melhorar, mas ainda assim um ótimo carro.
ResponderExcluirConheça também:
www.jacj6.blogspot.com.br
Tenho um desde Janeiro, 11.100 km completados, voltaría a comprar de olhos fechados. Vale cada centavo que paguei, com certeza. Nenhum detalhe atê hoje, e quando aparecerem para isso estará a garantía de SEIS ANOS, uma das mais longas do mundo em carros de série.
ResponderExcluirMuito boa a matéria sobre o Jac J5.Eu tenho um ano 2013, e estou satisfeitíssimo, carro honesto, bonito que chama a atenção, muito espaçoso, principalmente pra quem vai no banco de trás, um bom porta malas, bem equipado, mecânica robusta, muito confortável, em termos de custo benefício é imbatível dentro da sua categoria, eu como ando devagar e não ligo pra câmbio automático, são itens q não me fazem falta, uma pena q a Jac não tenha investido tanto no modelo sedan priorizando os SUVS. Meu próximo ainda será um J5, porém 2016 que conseguiu ficar ainda melhor.
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