NOVO JAC J3 TURIN - AVALIAÇÃO

O lançamento da nova J6 ocorre amanhã em São Paulo. Este é mais um passo da JAC Motors em direção à renovação de sua linha, iniciada com o lançamento, em junho, do Novo JAC J3 nas versões hatch e Turin. E como o face-lift foi mais profundo no sedã, sobre ele caiu a preferência desta avaliação. Só que começamos mal desta vez: uma pane elétrica quase inviabilizou o teste.

No dia que foi retirado, uma quinta-feira, o JAC J3 Turin rodou somente durante o dia e nenhum problema foi notado. Mas somente na sexta, quando ele rodaria à noite pela primeira vez conosco, notei que a iluminação de botões e instrumentos, bem como os faróis baixos, faróis de neblina, lanternas traseiras e luzes de freio estavam inoperantes; só velocímetro e conta-giros acendiam, bem como os faróis principais no facho alto. Pelo risco e pela ilegalidade de rodar sem luzes, o sedã permaneceu na garagem.

Levei o carro na concessionária no sábado pela manhã mas, com a oficina inativa no dia, a assistência técnica 24 horas precisou ser chamada. Mais de 2 horas de espera e após a verificação de alguns fusíveis e fios pelo técnico, o J3 ficou ainda pior: vidros, luzes e som deixaram de funcionar. Com isso o sedã precisou ser internado e lá permaneceu por 7 dias até o diagnóstico: um módulo de levantamento de vidros, instalado pela engenharia da JAC Motors para teste, fez a parte elétrica do J3 Turin entrar em pane, causando superaquecimento da fiação e repetidas queimas de fusíveis. Com o "alien" retirado, toda a parte elétrica voltou a funcionar normalmente e o teste pôde recomeçar.

O J3 Turin mudou muito pouco mecanicamente. Sem alterações estruturais, espaço interno e porta-malas permanecem insuficientes. Motor, suspensão e freios também são exatamente os mesmos. Ele continua gostosinho de dirigir, macio e estável em velocidade e surpreendente (sem exagero) quanto ao amortecimento de impactos em piso ruim, inclusive na terra. Nas curvas, basta não abusar; ele não é afeito à esportividade. Caso contrário a tendência da dianteira será sair do rumo, com a roda interna perdendo tração facilmente. Por outro lado, com as melhorias aplicadas no sistema de direção, será mais fácil corrigir o subesterço se ele ocorrer. Além de ter ganhado um volante ligeiramente menor e revestido em couro, com melhor empunhadura, agora o carro parece mais firme e o sistema, menos suscetível às vibrações do piso.

O câmbio ficou mais preciso e menos "crocante". Também há mais revestimento acústico e isso tornou o sedã mais silencioso. E não é só: com o novo sistema de áudio, que além do rádio AM/FM toca CD ou MP3, as frequências são mais fáceis de ajustar e a qualidade sonora melhorou, tornando as viagens mais prazerosas e menos incômodas. É uma pena que a JAC tenha perdido a oportunidade de incluir mais recursos: fora os comandos no volante, só há uma entrada auxiliar e esta ainda exige um cabo adaptador.

Mas a gente sabe que, no Brasil, carro que vende é carro bonito. De fato, a linha J3 ficou mais vistosa, ainda que com discrição. O Turin ainda mais, com novo desenho também na parte traseira. Já no interior, onde praticamente tudo mudou, os ocupantes encontram melhores materiais, melhor acabamento geral e um layout bem mais moderno, funcional e bonito. O azul-nuclear dos instrumentos principais sumiu; agora a iluminação é branca, com ponteiros vermelhos. O mesmo azul permanece nos demais botões, mas ali não incomoda. Ainda que pese a ausência de um computador de bordo e a permanência dos comandos elétricos invertidos para os retrovisores externos (uma coisa que seria fácil de consertar), os números de vendas recentes do J3, hatch e sedã, provam que a remodelação agradou: enquanto as vendas de ambos nos 2 meses anteriores ao lançamento somaram 989 unidades, o total de julho e agosto foi de 1.451 unidades, um crescimento de mais de 40%.

O J3 Turin custa R$ 37.990,00, com a mesma lista recheada de equipamentos de sempre. A garantia é a maior do Brasil, com 6 anos. Apesar de uma concorrência muito mais acirrada hoje, o sedanzinho da JAC continua agradando.