quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

ERROS E ACERTOS: POLO X ARGO


Por Yuri Ravitz e Maximiliano Moraes
Fotos: Divulgação

O ano de 2017 trouxe algumas novidades significativas para o mercado automotivo brasileiro. A fim de lhe ajudar na doce tarefa de escolher um carro novo, decidimos elaborar uma série de análises sobre esses lançamentos e seus principais concorrentes, em parceria com o Volta Rápida, onde vamos abordar os principais pontos fortes e fracos de cada novidade, por segmento.




VW Polo


O Polo já é velho conhecido do brasileiro, entretanto, foi deixado de lado por um tempo em prol da lucratividade da marca, pois a dupla Gol e Fox se mostra mais barata por se tratar de projetos "menos globais" e, consequentemente, refinados. O motivo do retorno do hatch ao Brasil é um só: melhorar a imagem da Volkswagen, recolocando a alemã nos andares de cima dos rankings de vendas, posição que ocupou por bastante tempo. Ainda é cedo para dizer se ele cumprirá sua missão, especialmente porque a concorrência não é fraca; contudo, o novo Polo investiu em pontos que a maioria dos demais deixou de lado, e esse pode ser seu grande fator de sucesso.

Segurança - O Polo já chegou ao mercado com cinco estrelas no crash test do Latin NCAP tanto para adultos quanto para crianças. É verdade que o teste foi encomendado pela própria Volkswagen, mas a nota se apóia na presença de itens como os quatro airbags desde a versão de entrada, além dos controles de estabilidade e tração (opcionais), entre outros.
Construção - Por se tratar de um projeto global, é de se esperar que a construção do Polo seja mais refinada. O uso da plataforma MQB (a mesma do Golf, Audi A3, entre outros) conferiu ao hatch um comportamento dinâmico muito bom, além de leveza (1058kg) e espaço interno razoável.
Tecnologia - Apesar de não trazer muitos dos equipamentos disponíveis para ele lá fora, o nosso Polo chegou com opcionais interessantes como o painel totalmente digital com tela de 10,3 polegadas, sistema de secamento das pastilhas de freio e diferencial com bloqueio eletrônico e vetorização de torque.

Apesar dos pontos positivos, o Polo não deixou de repetir as mesmas falhas dos concorrentes e isso pode incomodar em um carro com a proposta de ser premium.

Acabamento - Há plástico duro por toda parte; tirando os bancos, as mínimas porções de tecido se encontram apenas na portas dianteiras na região do braço, e são espaços ínfimos. Também não há alças de apoio no teto.
Espaço interno - A plataforma MQB tem muitas qualidades, mas uma de suas principais deficiências é o espaço para as pernas. Do Polo ao A3 Sedan, os ocupantes de trás sofrerão caso o motorista e passageiro dianteiros sejam pessoas altas.
Lista de equipamentos - Itens como os retrovisores elétricos com repetidor de seta, regulagem de altura do volante e faróis de neblina estão restritos às versões mais caras; para as de entrada, nem como opcional. Além do mais, como foi dito acima, não trouxe muitos dos equipamentos interessantes disponíveis para o Polo europeu como os faróis Full LED, teto solar elétrico, piloto automático adaptativo, entre outros.

FIAT ARGO


O Argo foi a cartada da Fiat para substituir, de uma só vez, o Bravo - que, como outros hatches médios da marca, não caiu tanto no gosto do público - e o Punto - considerado por muita gente o melhor produto da Fiat em muitos anos.  A Fiat trabalhou para evitar cometer, na concepção do Argo, vários erros do passado, coisa que deixou o hatch melhor do que a gente poderia esperar de um Fiat. 

Bonito - No Brasil, visual vende muito. Ainda que beleza seja critério subjetivo de escolha, vai ser difícil alguém dizer que o Argo é feio. Se o design do Punto era referência, permanendo atual por tantos anos, a Fiat não perdeu a mão ao desenhar o novo hatch, buscando referências globais de design mas dando a ele personalidade própria. Ninguém garante que suas linhas serão tão longevas quanto as do hatch desenhado por Pininfarina, mas isso é assunto para outra mesa de bar.
Argo para todos os bolsos - Uma das regras de ouro para que modelos novos se firmem no mercado é serem acessíveis para vários tipos de público. A Fiat fez a lição de casa direitinho oferecendo versões com preços que variam de pouco menos de R$ 48 mil até perto de R$ 80 mil reais, com câmbios manual, automatizado e automático, e ainda 3 opções de motores.
Bem-acabado - Não são de hoje as críticas ao acabamento dos Fiat. Esse foi justamente um dos erros que a marca não cometeu: o Argo é bem montado, usa materiais de boa aparência e textura e tem layout interno bastante interessante e moderno.

Sim, o Argo tem essas e até outras qualidades. Mas isso não significa que ele seja perfeito.

Pesado - Tá certo que o Argo veio para substituir 2 carros de uma vez, um deles um hatch médio, mas suas dimensões não ficaram entre um e outro: ele continua sendo um compacto. E para um compacto, ele é pesado demais. A versão de entrada Drive 1.0 pesa mais de 1.100 kg, contra pouco menos de 1 tonelada da maioria dos concorrentes, enquanto a topo-de-linha HGT chega perto dos 1.300 kg, peso de médio. Mais massa para arrastar, menos economia.
Pouca segurança na versão básica - ABS e airbag duplo são itens que já não podem ser considerados diferenciais, porque são obrigatórios por lei. No entanto, muito carro com preço próximo ao do Argo Drive 1.0 já traz, de série ou opcionais, controles de tração e estabilidade. Até o Fiat Uno pode ser equipado com esses itens. Mas o Argo Drive, não.
Motor antiquado na versão de topo - Não há muito o que dizer a respeito disso. Sério, Fiat? Motor 1.8 E.torQ é da época do Fiat Palio com carroceria antiga. Come on.

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