sexta-feira, 25 de março de 2011

JAC J3 E J3 TURIN – PRIMEIRAS IMPRESSÕES



JAC J3

JAC J3 Turin


Entro na concessionária recém-inaugurada da JAC Motors na Av. dos Bandeirantes, em São Paulo, e dou de cara com uma reluzente J6, preta, ainda toda plastificada. Fui conferir, entrei, ajustei bancos e volante, perguntei se já estava à venda. Disse o atendente que sim, mas não para pronta entrega; os primeiros lotes chegariam no máximo até julho.


Queria perguntar mais, mas não foi a bonita minivan da marca chinesa a causa de minha visita à loja; meu objetivo era avaliar, como consumidor comum, um dos carros mais comentados nas redes sociais nos últimos dias: o JAC J3, em suas versões hatch e Turin (sedã). Como em toda compra de automóvel, as primeiras impressões de um consumidor são sempre relacionadas ao espaço, acabamento, conforto e design. Saí então da minivan e entrei no sedã.




Pais de família com filhos pequenos, que formam grande parte do público-alvo deste segmento, sempre se preocupam com espaço, é inevitável - eu faço parte deste público. No J3, o espaço interno é suficiente, mesmo para meu metro e noventa: nem tanto quanto um Logan e nem tão pouco quanto um Classic. Na frente, apesar da falta de ajuste de altura do banco e de profundidade da coluna de direção, não é difícil encontrar uma boa posição ao volante. Atrás, a curva do paralamas traseiro e a curvatura do teto atrapalham um pouco a entrada, mas o espaço para a cabeça se mostrou adequado para pessoas de estatura média e 2 pessoas se acomodam bem. A terceira vai passar aperto.



O portamalas do hatch é suficiente, bastante similar aos concorrentes em espaço e acesso. Já o portamalas do Turin peca um pouco por ter um vão um pouco estreito e entrada alta, tanto por culpa do parachoque quanto da altura da suspensão. Além disso, a capacidade anunciada, de 490 litros, não parece estar dentro da realidade; ele claramente comporta menos do que isso. Tentei encaixar a cadeirinha de meu filho e o carrinho de bebê de minha filha; entra um ou outro, não os dois.




O acabamento é bom, sem dúvida. Melhor que o da maioria. Os bancos têm bom revestimento em veludo ou couro (opcional), com costuras bem feitas. São um pouco estreitos, mas seguram bem o corpo em condução normal. O carpete é de boa qualidade e não apresentou qualquer deformação ou ponto mal fixado. Já o painel e as portas são revestidos com plásticos de qualidade superior à vista em outros sedãs de mesmo porte, com textura macia e agradável ao toque, molduras e painéis bem fixados e nenhuma rebarba aparente. Botões e alavancas são macios e funcionaram todos bem, não apresentando folgas ou ruídos excessivos – exceção ao botão de destrave do freio de mão, que parecia mal encaixado, e à regulagem dos retrovisores, de operação esquisita, oposta à natural (aperte o botão de baixo para regular para cima, e vice-versa). Já a alavanca de regulagem do encosto do banco, ao mesmo tempo em que facilita a operação, dificulta o ajuste. Uma roldana seria melhor. E o revestimento do teto, de cor clara, tem textura agradável e também se mostrou bem montado.



Fui convidado para um test-drive. O Turin não estava disponível; fui de hatch. Entrei e rapidamente ajeitei banco e volante. O cinto não tem regulagem de altura, mas não incomoda. E o painel dá as boas-vindas acendendo no momento da partida: apesar de ser um recurso bonito e que imprime certo requinte, pode fazer o condutor se esquecer de ligar os faróis à noite. Dei a partida e o som do motor invadiu a cabine de forma discreta, suave. O percurso do test-drive é pequeno, não o bastante para ter noção exata do potencial dinâmico do carro, mas suficiente somente para perceber como ele se comportaria no trânsito da cidade de São Paulo, por exemplo. Então, preferi pontuar cada aspecto que notei no test-drive:

- O câmbio macio, apesar de não muito justo, facilita o engate das marchas e a embreagem é leve. Os pedais são bem alinhados e a direção hidráulica facilita bastante as manobras mesmo com o volante fino.

- A suspensão filtra as imperfeições e não transmite muito as vibrações do asfalto, mas é um pouco ruidosa ao passar por buracos. O J3 vai bem no trânsito comum, mas com mais atenção é possível perceber que o conjunto dianteiro, McPherson, não corresponde ao ótimo desempenho do traseiro, Dual-Link. Nada de que o motorista comum vá reclamar.



- O motor 1.3 (VVT, de alumínio, com exatos 1.332 cm³, 108 cv de potência e 14,1 kgfm de torque a 4.500 rpm), divulgado como 1.4 (nas palavras do presidente da JAC no Brasil, Sérgio Habib, a estratégia é igual à da Honda, que divulga o 1.3 do Fit também como 1.4), produz um zumbido que se assemelha aos antigos 16v da GM em certas rotações. Abaixo de 2.000 rpm ele anda como um 1.3 normal, com torque suficiente para a cidade. Mas se o seu rendimento melhora muito a partir de 2.500 rpm, o ruído interno vai pelo caminho oposto. Não chega a irritar, mas incomoda um pouco. O que ameniza é a ótima qualidade do som da própria marca JAC, composto por CD player com entrada USB e 6 altofalantes, que produz um resultado sonoro bastante convincente e agradável em qualquer frequência.

- O J3 não é um ícone do design, mas chama bastante a atenção por ser novidade. É bem resolvido, tem personalidade e não se parece com nenhum outro carro – ainda que digam que ele tem um quê de Sandero.




O J3 vem sempre completo. Ar analógico, direção hidráulica, trio elétrico, som, coluna de direção regulável em altura, regulagem elétrica de faróis, rodas de alumínio, faróis de neblina, sensor de estacionamento traseiro, ABS com EBD e airbag duplo já estão incluídos nos R$ 37.900,00 cobrados pelo hatch ou R$ 39.900,00 pelo Turin, tendo como únicos opcionais a pintura metálica e os bancos de couro. É um bom carro, sem dúvida. Em que pese a desconfiança e o preconceito dos consumidores em relação a carros chineses, com certeza pesa mais o preparo da rede, a qualidade do produto e a boa política de preços de peças e revisões. Para ter exata noção, porém, de como o produto se comporta no dia-a-dia, só esperando relatos dos primeiros proprietários ou realizando um teste como o Quarentena, do site AutoEsporte.com. Quem sabe a JAC não reconhece o potencial de divulgação dos blogs e disponibiliza para o RACIONAUTO um J3 ou um J3 Turin para uma avaliação completa?

6 comentários:

  1. adorei os comentários, obrigada.
    estou em dúvida de qual sedã comprar, e o preço deste carro x itens de série é tentador. o único receio realmente é com o preço das revisões e peças e o atendimento pós venda.

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  2. Olá, Anônimo. Acredito que esta matéria poderá lhe dar mais dicas para que você faça a escolha certa na hora de comprar seu sedã - http://racionauto.blogspot.com/2011/07/j3-x-fiesta-x-voyage-x-logan-o-contra.html . Espero que ajude. Um abraço!

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  3. Comprei um J3 Hatch.
    Estou adorando o carro, é forte, confortável e àgil, não tenho queixas quanto ao acabamento e desempenho do veículo. Foi uma das melhores compras que fiz nos últimos anos.
    Recomendo sem sombra de dúvida.

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  4. Diário de Bordo Inédito do J3 Turin:
    www.ygs.com.br/j3turin

    grande abraço e sucesso!!

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  5. Tenho um J3 Turin também não tenho dúvidas de que foi uma das melhores compras que já fiz. Carro confortável para dirigir, lhe corresponde quando necessário o atendimento na concessionária pelo menos na que eu comprei é bom e fazem o possível para serem pontuais quando isso não é possível pelo menos tentam um agrado, diferentemente de várias outras por aí.

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  6. MARAVILHOSO! Essa é a palavra que melhor define o Jac Turin. Confortável, econômico, completíssimo, enfim, é um carrão, pelo preço de um carrinho.
    Para quem sempre andou de nacional, sem sombra de dúvida os chineses me surpreenderam. Acho que passou da hora de o brasileiro se desprender desse preconceito descabido e começar a olhar com outros olhos essa concessionária que a meu ver, veio para ficar.
    Não tenho dúvida alguma de que fiz um ótimo investimento e estou radiante por ter escolhido um JAC.

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