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Foto: Maximiliano Moraes |
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Desde o Salão do Automóvel em 2010 o J5 causa interesse. Numa multidão de chineses despersonalizados que invadiram a mostra ele se destacou: bonito, espaçoso, aparentemente bem acabado e apresentando um propulsor de baixa cilindrada e alta potência num dos mais concorridos segmentos de nosso mercado, o de sedãs médios - algo inédito por aqui.
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Foto: Maximiliano Moraes |
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Foto: Maximiliano Moraes |
A JAC chegou, abriu várias concessionárias de uma só vez, inovou no marketing, forçou algumas marcas a reposicionarem preços e incluírem equipamentos de série em modelos concorrentes de seu hatch, o J3, e agora tenta se firmar como marca nacional, com o anúncio da fábrica em Camaçari, Bahia. E foi neste clima nacionalista que Sérgio Habib apresentou ontem à imprensa nacional o J5 em sua versão definitiva, com alegadas 160 modificações em relação ao sedã mostrado no Salão de 2010.
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Foto: Maximiliano Moraes |
Algumas dessas modificações vieram em boa hora. A começar pela mudança no revestimento interno: o J5 agora acolhe os ocupantes num ambiente quase todo negro, sóbrio e agradável. A parte superior do painel é emborrachada, enquanto a porção intermediária, que agrega os controles do ar condicionado e do sistema de áudio, teve os apliques que antes imitavam alumínio substituídos por laqueado no estilo black piano. As portas são revestidas em couro e os puxadores também são laqueados. Os botões dos vidros têm textura emborrachada e acionamento suave, bem como os demais controles. A iluminação, antes laranja, assumiu o padrão da JAC no Brasil e se tornou azul. Os mostradores individuais do painel de instrumentos, ainda que tenham difícil visualização (sendo melhores com os faróis acesos), também mostram certo arrojo, contando ainda com aros cromados – assim como as saídas de áudio. Os bancos são forrados com veludo de boa qualidade e apresentam costuras regulares e bem feitas. O teto, por sua vez, manteve a padronagem bege-claro, enquanto a alavanca de câmbio é a única que mantém um aplique imitando alumínio.
É lugar-comum falar de itens de série para carros chineses. No J5 o preço inicial de R$ 53.800,00 inclui ar condicionado automático digital com saída para o banco traseiro, direção hidráulica, coluna de direção regulável em altura, banco do motorista com regulagem de altura, distância e encosto, vidros elétricos nas 4 portas com one-touch para o motorista, travas elétricas com comandos na chave, retrovisores elétricos, CD/MP3 player com entradas USB, para iPod e conexão Bluetooth®, volante revestido em couro, descanso de braços dianteiro com porta-objetos, rodas de liga leve com aro de 16 polegadas, faróis com regulagem de altura, lanternas de led, faróis de neblina, sensor de estacionamento traseiro, airbag duplo e ABS com EBD. É o bastante para torna-lo competitivo, considerando que seus principais concorrentes – Honda City, Fiat Linea e Kia Cerato – precisam de mais investimento para se igualar em equipamentos. Mas o sedã da JAC também tem opcionais: bancos revestidos em couro custam R$ 1.600,00, rodas de liga com aro 17 custam R$ 1.390,00 e pintura metálica acrescenta R$ 1.290,00 ao preço de tabela. Precisar, não precisa. Mas se você tiver dinheiro sobrando, basta pagar os R$ 58.080,00 pedidos pelo J5 – agora sim – completão.
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Foto: Maximiliano Moraes |
O espaço também é admirável. No interior, os 2,71 metros de entre-eixos e quase 1,77 de largura garantem comodidade para todos os ocupantes, e no banco traseiro o destaque é para o piso quase plano (o “quase” fica por conta do ressalto central; as laterais são perfeitamente planas). O porta-malas comporta 460 litros, dentro da média do segmento. Todo esse espaço poderia ser melhor aproveitado, porém, se a espuma dos bancos fosse menos densa, se as regulagens do banco do motorista fossem menos complicadas, se houvesse 3 encostos de cabeça reguláveis atrás – há 2, e fixos - e se as articulações da tampa do porta-malas fossem pantográficas.
A propósito, ser novidade, ter muitos equipamentos ou bastante espaço interno não garantem mercado. O J5 pode conquistar ainda pela coerência do design ou pelo fato de a marca ter conquistado simpatia e um pouco mais de confiança da parte do consumidor, mas ainda há detalhes que poderiam ser diferentes. O desempenho, por exemplo.
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Foto: Maximiliano Moraes |
Quem acompanha o RACIONAUTO já sabe, mas é sempre bom lembrar: no dia-a-dia o torque é que importa e o J5 tem pouco. A JAC divulga aceleração em 11,8 segundos entre 0 e 100 km/h, e uma velocidade máxima de 188 km/h. Só que meros 15,5 quilos de torque, e isso só lá em cima, a 4.000 rpm, não fazem milagre se tiverem que empurrar 1.315 kg. Levando só o motorista, o sedã até que acorda em altas rotações, mas se houver mais gente não há rotação que dê resultado. Além do mais, desde as baixas rotações o motor é barulhento, emitindo um ruído metálico que invade o habitáculo sem parcimônia. Em alta velocidade o ruído do 1.5 VVT se junta ao da rolagem dos pneus.
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Foto: Maximiliano Moraes |
Outra coisa que pode melhorar é o comportamento de suspensão e direção. Habib afirma ter feito modificações em ambos os sistemas para atender mais ao gosto do brasileiro. Mas o J5 ainda pareceu molenga. Em alta velocidade percebe-se mais a maciez excessiva da suspensão, quando são necessárias correções constantes do volante. Mas justiça seja feita: em condução normal, especialmente no trânsito diário, a suspensão filtra as imperfeições do asfalto como poucos e o sedã é bem fácil de manobrar, graças justamente à direção bem leve e ao sensor de estacionamento.
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Foto: Maximiliano Moraes |
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Foto: Maximiliano Moraes |
Resumo da história: a JAC tem um bom produto nas mãos. Mas neste segmento, onde luta-se com unhas e dentes para conquistar o sedento consumidor da nova classe média, não é suficiente ser bom. Sérgio Habib afirmou categoricamente na coletiva de lançamento que ainda há espaço para crescer no Brasil e a JAC está se preparando como nunca, inclusive com a implantação de sua fábrica em território nacional. Concordamos: há espaço para crescer. E para melhorar também.
Viagem a convite da JAC Motors
Espaçoso, bonito, confortável, motor nem tão potente. A Jac parece estar apostando nos habitantes da cidade grande com o J5, pessoas que vivem no transito... E só como palpite, também parece atraente as mulheres mais sofisticadas... Gostei do Carro.
ResponderExcluirEstou esperando por este carro ha pelo menos 1 ano e meio (quando vi a versão chinesa na internet)... mas a este preço não dá pra brigar.... rsrsrs...
ResponderExcluirTambém achei o preço um pouco caro para uma novidade chinesa, mesmo já sabendo do "Louvor" que o J3 ganhou da Quatro Rodas no teste de 60.000km, onde foi desmontado e muito elogiado. Mesmo assim, compraria, pois a concorrência nacional está com preços bem acima e com itens de acessórios bem abaixo. O selo "Aprovado pela Quatro Rodas", me deu mais segurança.
ResponderExcluirsem torque não dá. tem que fazer mágica:
ResponderExcluircolocar um turbo seria muito interessante...
o 2.0 também não parece uma solução errada...
aí sim era faca no pescoço da concorrência!
1.5 nem penso nele, motor de TURIN.