quarta-feira, 28 de novembro de 2012

J2, O FOGUETINHO DA JAC




Foto: Maximiliano Moraes

Foto: Maximiliano Moraes

Aí eu olhei para aquele carrinho minúsculo na saída do aeroporto de Salvador e pensei: “Xi, não vou caber”. Foi bom pra aprender a não tirar conclusão precipitada. O JAC J2 é mais espaçoso do que parece, apesar de suas dimensões reduzidas: são 3,53 m de comprimento, 1,64 m de largura, 1,47 m de altura e 2,39 m de entre-eixos.



A mágica acontece porque o J2 deixou para lá a bagagem para privilegiar os ocupantes. Motorista e passageiro da frente viajam sem aperto, com posição de dirigir baixa e bastante espaço para a cabeça. O banco de trás não é nenhuma J6, mas 2 caronas vão até bem; 3 passageiros atrás, só se forem faquires. Já o porta-malas comporta só 121 litros; melhor chama-lo de porta-mochilas. Minha mala pequena não coube lá, foi no banco traseiro.


Mas a pegada do J2 não é espaço. Ele serve mais aos que querem um carro urbano, estiloso e ágil. Tanto é que a JAC disponibilizou para o hatch vários kits de personalização – algumas combinações foram vistas no último Salão do Automóvel. E como estilo não combina com lerdeza, a marca foi inteligente e trocou o motor original do J2 vendido na China, um 1.0 de 3 cilindros, pelo mesmo 1.3 que equipa o J3 (e que a marca chama de 1.4). O resultado foi uma ótima relação peso x potência de 8,47 kg/cv e de peso x torque de 64,89 kg/kgfm, superior à do Ford Ka Sport (9,49 kg/cv; 66,75 kg/kgfm).


Esse motor caiu como uma luva para o J2. As acelerações são vigorosas e nas retomadas de velocidade ele não nega fogo, nem mesmo em 5ª marcha. Mas se for preciso reduzir, as marchas vão entrar fácil com o câmbio justinho e macio. A JAC afirma que seu pocket-rocket faz de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e atinge 187 km/h de velocidade máxima, e, em tese, é fácil acreditar nisso. Mas o J2 amarelinho que o RACIONAUTO dirigiu não conseguiu passar de 160 km/h, e isso em 4ª marcha. Em 5ª, o giro caía e o carro mantinha o ritmo, mas não aumentava a velocidade. Outros jornalistas perceberam essa característica 4+E do câmbio e questionaram Sérgio Habib na coletiva de lançamento, mas ele foi renitente ao confirmar os dados de fábrica. Só um teste aferido vai poder confirmar isso.


Mas no ambiente urbano, que é a “casa” do J2, ele não precisa disso e se sai muito bem. No test-drive a suspensão e os freios foram postos à prova e se comportaram de maneira exemplar. Em velocidade média ele é silencioso, confortável e estável, exatamente como o público-alvo desse tipo de carro espera. O JAC J2 será vendido por R$ 30.990,00 e trará, como itens de série, direção elétrica progressiva com ajuste de altura da coluna, ar condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos, rádio com CD/MP3 player e entrada USB, airbag duplo, ABS com EBD, rodas de liga leve, faróis e lanternas de neblina, sensor de estacionamento traseiro e alarme. Os kits de personalização partem de R$ 390,00 e podem deixar o hatch com a cara do dono.


Algumas coisas no J2 poderiam ser diferentes. O conta-giros é minúsculo, pior que o do antigo painel do Fox. Não há computador de bordo. O vidro traseiro não tem limpador. O sistema de som, apesar de contar com 6 alto-falantes, tem regulagens de frequência pobres e má qualidade sonora. O porta-malas é pequeno e o vão de entrada é menor ainda, o que pode limitar até viagens curtas para 4 pessoas. Os comandos dos vidros elétricos na parte de baixo do cluster central tiram a atenção do trânsito. O acabamento ainda tem plástico demais e há rebarbas, apesar das diferentes texturas. Há ruídos aerodinâmicos acima de 100 km/h, especialmente nas guarnições das janelas dianteiras. E, por fim, o volante continua fino e com má pegada, como em todo JAC.

Foto: Maximiliano Moraes

Mas considerando o que o compacto oferece em itens de série, desempenho, dirigibilidade e coisas legais – como o painel de instrumentos que se movimenta com a coluna de direção, os retrovisores externos em forma de “8” e as próprias faixas, adesivos e rodas diferenciadas –, o preço é ótimo. Na apresentação do carro, Sérgio Habib o comparou tanto com Ford Ka Sport e Hyundai HB20 quanto com o Fiat 500 e Kia Picanto, e faz sentido. Quem gosta de desempenho e uma pegada mais esportiva vai encontrar no J2 um carrinho esperto, bom de curva e com boa posição de dirigir, e quem gosta de estilo e personalidade vai ter design, bom acabamento, soluções criativas e possibilidades de customização à escolha, tudo por um valor bem atraente. Leva junto ainda uma garantia total de 6 anos e, de acordo com Habib, revisões com preço bastante competitivo. Bem cool esse foguetinho.

Viagem a convite da JAC Motors

2 comentários:

  1. Eu esperava um desempenho na casa dos 10s para o J2, mas no teste da Quatro Rodas ele beirou os 13s, perdendo até para o Etios com seu motor de 80 e poucos cavalos

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    1. A revista Auto Esporte também testou o J2 e obteve a marca de 11,2 segundos no 0 a 100 km/h. De todas as formas, é um tempo maior do que o divulgado.

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