Foto: Maximiliano Moraes |
Foto: Maximiliano Moraes |
Aí eu olhei para aquele carrinho minúsculo na saída do aeroporto de Salvador e pensei: “Xi, não vou caber”. Foi bom pra aprender a não tirar conclusão precipitada. O JAC J2 é mais espaçoso do que parece, apesar de suas dimensões reduzidas: são 3,53 m de comprimento, 1,64 m de largura, 1,47 m de altura e 2,39 m de entre-eixos.
A mágica
acontece porque o J2 deixou para lá a bagagem para privilegiar os ocupantes. Motorista
e passageiro da frente viajam sem aperto, com posição de dirigir baixa e
bastante espaço para a cabeça. O banco de trás não é nenhuma J6, mas 2 caronas vão
até bem; 3 passageiros atrás, só se forem faquires. Já o porta-malas comporta
só 121 litros; melhor chama-lo de porta-mochilas. Minha mala pequena não coube
lá, foi no banco traseiro.
Mas a pegada
do J2 não é espaço. Ele serve mais aos que querem um carro urbano, estiloso e
ágil. Tanto é que a JAC disponibilizou para o hatch vários kits de
personalização – algumas combinações foram vistas no último Salão do Automóvel.
E como estilo não combina com lerdeza, a marca foi inteligente e trocou o motor
original do J2 vendido na China, um 1.0 de 3 cilindros, pelo mesmo 1.3 que
equipa o J3 (e que a marca chama de 1.4). O resultado foi uma ótima relação
peso x potência de 8,47 kg/cv e de peso x torque de 64,89 kg/kgfm, superior à
do Ford Ka Sport (9,49 kg/cv; 66,75 kg/kgfm).
Esse motor
caiu como uma luva para o J2. As acelerações são vigorosas e nas retomadas de
velocidade ele não nega fogo, nem mesmo em 5ª marcha. Mas se for preciso
reduzir, as marchas vão entrar fácil com o câmbio justinho e macio. A JAC
afirma que seu pocket-rocket faz de 0
a 100 km/h em 9,8 segundos e atinge 187 km/h de velocidade máxima, e, em tese, é
fácil acreditar nisso. Mas o J2 amarelinho que o RACIONAUTO dirigiu não conseguiu
passar de 160 km/h, e isso em 4ª marcha. Em 5ª, o giro caía e o carro mantinha
o ritmo, mas não aumentava a velocidade. Outros jornalistas perceberam essa
característica 4+E do câmbio e
questionaram Sérgio Habib na coletiva de lançamento, mas ele foi renitente ao
confirmar os dados de fábrica. Só um teste aferido vai poder confirmar isso.
Mas no
ambiente urbano, que é a “casa” do J2, ele não precisa disso e se sai muito
bem. No test-drive a suspensão e os freios foram postos à prova e se
comportaram de maneira exemplar. Em velocidade média ele é silencioso,
confortável e estável, exatamente como o público-alvo desse tipo de carro
espera. O JAC J2 será vendido por R$
30.990,00 e trará, como itens de série, direção elétrica progressiva com
ajuste de altura da coluna, ar condicionado, vidros, travas e retrovisores
elétricos, rádio com CD/MP3 player e entrada USB, airbag duplo, ABS com EBD,
rodas de liga leve, faróis e lanternas de neblina, sensor de estacionamento
traseiro e alarme. Os kits de personalização partem de R$ 390,00 e podem deixar o hatch com a cara do dono.
Algumas
coisas no J2 poderiam ser diferentes. O conta-giros é minúsculo, pior que o do
antigo painel do Fox. Não há computador de bordo. O vidro traseiro não tem limpador. O sistema de som,
apesar de contar com 6 alto-falantes, tem regulagens de frequência pobres e má
qualidade sonora. O porta-malas é pequeno e o vão de entrada é menor ainda, o que pode
limitar até viagens curtas para 4 pessoas. Os comandos dos vidros elétricos na
parte de baixo do cluster central
tiram a atenção do trânsito. O acabamento ainda tem plástico demais e há
rebarbas, apesar das diferentes texturas. Há ruídos aerodinâmicos acima de 100
km/h, especialmente nas guarnições das janelas dianteiras. E, por fim, o
volante continua fino e com má pegada, como em todo JAC.
Foto: Maximiliano Moraes |
Mas considerando
o que o compacto oferece em itens de série, desempenho, dirigibilidade e coisas
legais – como o painel de instrumentos que se movimenta com a coluna de direção,
os retrovisores externos em forma de “8” e as próprias faixas, adesivos e rodas
diferenciadas –, o preço é ótimo. Na apresentação do carro, Sérgio Habib o
comparou tanto com Ford Ka Sport e Hyundai HB20 quanto com o Fiat 500 e Kia
Picanto, e faz sentido. Quem gosta de desempenho e uma pegada mais esportiva
vai encontrar no J2 um carrinho esperto, bom de curva e com boa posição de dirigir,
e quem gosta de estilo e personalidade vai ter design, bom acabamento, soluções
criativas e possibilidades de customização à escolha, tudo por um valor bem
atraente. Leva junto ainda uma garantia total de 6 anos e, de acordo com Habib,
revisões com preço bastante competitivo. Bem cool esse foguetinho.
Viagem a convite da JAC Motors
Viagem a convite da JAC Motors
Eu esperava um desempenho na casa dos 10s para o J2, mas no teste da Quatro Rodas ele beirou os 13s, perdendo até para o Etios com seu motor de 80 e poucos cavalos
ResponderExcluirA revista Auto Esporte também testou o J2 e obteve a marca de 11,2 segundos no 0 a 100 km/h. De todas as formas, é um tempo maior do que o divulgado.
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