sexta-feira, 4 de outubro de 2013

NOVA JAC J6 - IMPRESSÕES AO DIRIGIR



A habitual e sempre muito informativa preleção de Sérgio Habib sobre os números do mercado automotivo brasileiro precedeu o test-drive de lançamento da Nova JAC J6, nas versões de 5 e 7 lugares (Diamond). O evento ocorreu ontem, 02 de outubro, na cidade de São Paulo. O RACIONAUTO, a convite da marca, esteve presente.



A nova J6 ganhou nova frente, onde grade, para-choque, faróis principais e de neblina mudaram; nova traseira, com lanternas, para-choque e tampa do porta-malas modificadas; e novo interior, onde um painel totalmente revisto - em parte inspirado em modelos da Hyundai - substituiu o antigo. As portas receberam novo revestimento interno e novos puxadores. Há ainda novas rodas de liga leve e mais equipamentos de série: a minivan ganhou sistema Isofix (disponível apenas para a versão de 5 lugares), sensor crepuscular e TPMS (sistema de monitoramento de pressão de pneus que acusa, através de uma luz-espia no painel, quando a pressão de um ou mais pneus está 25% acima ou abaixo da calibragem ideal).



O painel, aliás, merece destaque. Muito mais atraente que o da versão anterior, ganhou apliques em black piano e cromados, mas perdeu qualidade ao substituir a espuma injetada do alto (macia ao toque) por plástico duro, ainda que de bom aspecto geral. Há agora iluminação indireta na cor branca para velocímetro e conta-giros, estes com marcadores digitais de combustível e temperatura ao centro e varredura de ponteiros na partida. A visibilidade dos instrumentos, porém, poderia ser melhor durante o dia. A qualidade do sistema de áudio continua ótima e os comandos no novo volante - bem melhores que os frágeis e imprecisos botões da antiga versão - se encarregam de facilitar as trocas de faixas, estações ou volume. Mas a ergonomia não é perfeita: enquanto o reposicionamento dos controles de vidros elétricos e travas nas portas melhorou o acesso, botões do ar condicionado e comandos à esquerda do volante ainda estão um pouco distantes das mãos.



Ao volante percebe-se também a evolução na dirigibilidade. Os ajustes de altura do banco do motorista e da coluna de direção facilitam encontrar uma boa e confortável posição para dirigir, ainda que típica de minivan. A J6 manteve o acerto de suspensão voltado para o conforto, mas continua estável e transmite segurança. No trajeto entre São Paulo e Guarujá, chuva e (muita) neblina tornaram a descida da serra um pouco entediante, mas ao mesmo tempo foi possível comprovar a boa estabilidade da minivan nas curvas, bem como o seu poder de frenagem, com o ABS agindo de forma gradual, sem trepidação no pedal e sem qualquer desvio de trajetória. A JAC trabalhou ainda no trambulador do câmbio, o que tornou os engates mais curtos e precisos, bem como no revestimento acústico, deixando a J6 mais silenciosa.



O motor não mudou. O bloco 2.0 16v, que roda só com gasolina e gera 136 cv de potência e 19,1 kgfm de torque a 4.000 rpm, é somente suficiente para a minivan. Ainda "amarrada" e com ar ligado o tempo todo, a J6 Diamond que testamos precisou de algumas reduções e esticadas de marcha para cumprir certos trechos em subida, demorando a embalar. Os 1.500 kg de peso (divulgados para ambas as versões, o que é de se estranhar considerando o peso dos bancos extras da versão com 7 lugares) são, em grande parte, responsáveis pela relação peso x torque desfavorável. Mas tendo em vista seu público-alvo, não chega a ser tão ruim.




Alguns detalhes pontuais marcaram esta primeira volta com a nova J6. O sistema de monitoramento de pressão de pneus mostrou a que veio, com a luzinha permanecendo acesa todo o tempo. Como as condições climáticas limitaram o tempo de avaliação, não foi possível conferir a calibragem para saber se era defeito ou, de fato, pressão inadequada. A coluna de direção, porém, estava com o revestimento solto; tentamos reencaixar e ele se soltou de novo. Por fim, na estrada o carro puxou sempre para a direita, acusando desalinhamento da direção.



A lista de equipamentos, como de praxe, é bem extensa (acesse-a aqui). A J6 Diamond que dirigimos, por sua vez - a única dentre todas as unidades disponíveis para test-drive -, tinha bancos e portas revestidas em couro, bem como one-touch para subir e descer todos os vidros. Não citados nem como opcionais, podem ser itens oferecidos livremente nas concessionárias, assim como são hoje os apoios de cabeça com DVDs embutidos. Ruim é o fato de a JAC ainda não disponibilizar computador de bordo ou um sistema de navegação nem como opcionais; o nicho acima das saídas de ar comportaria, como no modelo chinês, um visor LCD para operar o sistema.



Os preços foram reajustados. A JAC J6 agora custa R$ 57.990,00 na versão com 5 lugares e R$ 59.990,00 na versão Diamond, com 7 assentos. Não é exatamente barata; o valor é mais alto que os das concorrentes Chevrolet Spin LTZ e Nissan Grand Livina SL. Mas as alterações no design, o requinte no interior e a extensa garantia de 6 anos devem assegurar a plausível meta de 250 unidades vendidas mensalmente.




Estão ainda nos planos da JAC Motors os lançamentos de 4 novidades dentro do próximo período de 12 meses: a van executiva T8 (janeiro/2014), os novos J3 e J3 Turin S 1.5 JetFlex (fevereiro/2014), o compacto J2 Flex (maio/2014) e o esperado SUV T6, ou S6 na China (outubro/2014). Já a fábrica em Camaçari tem previsão de inauguração em 2015.



Fotos: Divulgação / Maximiliano Moraes
Viagem a convite da JAC Motors

Um comentário:

  1. Podem falar o que quiser mas para mim (e nao é por que tenho uma do modelo anterior) é de longe a minivan mais bonita hoje no Brasil.

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