quinta-feira, 6 de julho de 2017

NISSAN APRESENTA KICKS FABRICADO NO BRASIL


Reportagem: Maximiliano Moraes
Fotos: Maximiliano Moraes / Divulgação⁠⁠⁠

Versão SL chega mais equipada e com item de segurança inédito no segmento
Cerca de 1 ano depois de lançado no mercado nacional e vindo antes do México, o Nissan Kicks passa a ser produzido na fábrica de Resende, RJ. Além de novos itens de série, alguns inéditos no segmento, ele terá uma nova cor no catálogo, novas combinações entre as cores do teto e da carroceria, e 5 versões disponíveis ao consumidor - até hoje eram apenas 2, SL e SV Limited, sem contar a especial de lançamento e limitada Rio 2016.


Sem mudanças na suspensão ou no motor - o 1.6 16v Flex de 114 cv e 15,5 kgfm permanece como única opção - a novidade no Powertrain é o câmbio manual de 5 marchas para a versão S, de entrada. Esta, aliás, é a mais em conta para o cliente comum.

O catálogo começa, porém, com a versão S Direct, exclusiva para o cliente PcD (que tem todas as isenções de impostos garantidas pelo governo) e o taxista. Nela, transmissão CVT, ar condicionado, direção elétrica, vidros com comandos elétricos para as 4 portas, travas elétricas, áudio com Bluetooth, entradas auxiliares e comandos no volante, assistente de partidas em rampas, controles de tração e estabilidade, Isofix, airbag duplo e ABS com EBD são itens de série. Os bancos são forrados em tecido e as rodas são de ferro, aro 16, com calotas. O preço não foi informado, mas o teto especificado pelo governo (R$ 69.990,00) faz supor que não custe menos que isso.

Catálogo agora tem 5 versões: S Direct (para PcD ou taxista), S Manual, S CVT, SV CVT e SL CVT

A versão S manual custa R$ 70.500,00. Além do câmbio manual a diferença está na ausência do auxílio de partidas em rampas e dos controles de tração e estabilidade, que podem ser adquiridos à parte (Pack Safety) por R$ 1.200,00. Caso queira levar a versão S CVT, além da transmissão o cliente vai encontrar o Pack Safety e rodas de liga leve aro 16 de série, pagando R$ 79.200,00.

Versão S CVT é bem equipada e tem preço inferior a R$ 80 mil

A versão SV CVT traz tudo o que a S CVT tem e acrescenta GPS com tela touch de 7 polegadas, sensor de estacionamento, câmera de ré, chave presencial, botão de partida, faróis de neblina, rodas de liga aro 17, para-choques na cor do carro e retrovisores com ajustes elétricos e repetidores de seta embutidos. Custa R$ 85.600,00. Bancos revestidos em couro e airbags laterais e de cortina são opcionais e custam R$ 3.000,00.

A versão de topo permanece sendo a SL CVT. Os itens da SV, inclusive opcionais, estão lá e ela agrega ar digital, sensor crepuscular, retrovisores com rebatimento elétrico, câmera 360°, detector de objetos em movimento, central Nissan Multi-app, tela TFT no painel, controle dinâmico de chassi e maçanetas externas cromadas. Esse pacote custa R$ 94.900,00. Os opcionais são alerta de colisão com assistente de frenagem e faróis com assinatura em led, por R$ 2.400,00.

PRIMEIRA VOLTA

Nissan Kicks S CVT

A Nissan preparou 2 circuitos para os test-drives, sendo que todas as versões estavam disponíveis mas, por motivos óbvios, a S com o inédito câmbio manual foi a mais disputada.

O circuito longo saía da fábrica em Resende e seguia até Queluz, já no estado de São Paulo, com um trecho de serra bastante sinuoso (e delicioso). Neste trecho dirigimos a versão de topo SL equipada com o alerta de colisão com assistente de frenagem e, o que já é de série nesta versão, o controle dinâmico de chassi. Com trânsito não tão intenso na estrada a frenagem de emergência não pôde ser avaliada, mas o Chassi Control mostrou novamente sua eficácia mantendo o carro na trajetoria e a carroceria nivelada ao máximo, mesmo com alguma provocação.

Versão SL mantém o bom acabamento e a sensação de requinte na cabine

Mas esta versão nós já conhecíamos e, sem mudança no powertrain, não haveria por que esperar alteração no comportamento dinâmico. O bom acabamento, o ambiente interno requintado e o bom isolamento acústico ainda são destaques. A novidade era mesmo a versão S com câmbio manual, com menos unidades disponíveis e mais disputada do evento - por isso mesmo com trajeto limitado aos arredores da fabrica. Percurso curto, mas suficiente.

A disponibilização do câmbio manual de 5 marchas revelou-se realmente uma estratégia para conter custos, porque o Kicks, ao contrário de outros modelos com transmissões manuais, comporta-se melhor com o CVT. Apesar do baixo peso o motor 1.6 16v não consegue fazer milagres com 3 adultos a bordo⁠⁠⁠⁠, precisando de mais esticadas de marcha para ganhar velocidade. O câmbio da unidade testada, além disso, apresentava engates um pouco borrachentos e imprecisos para uma tocada mais agressiva, mas adequados - e não mais que isso - para o uso comum.

Interior da versão S CVT é semelhante ao da S manual, com exceção óbvia da alavanca de câmbio diferenciada

Bom espaço interno e acabamento bem feito em todas as versões

Assim como a versão mais cara, porém, ele se mostrou um carro bastante equilibrado ao rodar. É mais macio, mas isso pode ser creditado ao fato de os pneus serem mais altos e estreitos - as rodas, nesta versão, são aro 16 contra 17 polegadas da SL. Os controles de tração e estabilidade, opcionais, são previsivelmente invasivos, como se espera de um carro familiar, e ainda que a carroceria role mais que na versão de topo, que conta com o Chassi Control (que, dentre outras coisas, limita a inclinação da carroceria), isso não chega a transmitir insegurança.

O isolamento acústico da versão de base também nos pareceu um pouco inferior, mas o funcionamento do motor é liso, suave em rotações mais amenas do trânsito comum. Sentimos falta da tela de TFT presente na versão mais cara e na antiga SV Limited, mas de forma geral o acabamento também agrada, com peças bem encaixadas e plásticos e tecidos de boa qualidade, textura e aparência. Os bancos, apesar de mais simples, também contam com a tecnologia Zero Gravity e acomodam muito bem.

COMPENSA?



A versão SL continua tendo uma das melhores relações entre custo e benefício do segmento. Por menos de R$ 100 mil o consumidor leva desempenho interessante, muita estabilidade, requinte a bordo, economia de combustível e equipamentos exclusivos na categoria. A SV atende a quem não faz questão de tanta tecnologia mas não abre mão dos principais itens de conveniência procurados num SUV, como GPS, chave presencial, câmera de ré e conjunto elétrico.

Já a versão S CVT é, em nossa opinião, a última que vale a pena. Isso porque apesar de o custo do câmbio manual ser bem menor, o Kicks realmente se comporta melhor com o câmbio de relações infinitas. A versão manual só compensará para alguém bem preciosista com a coisa de trocar marchas, mas toda a vantagem que normalmente encontramos nesse tipo de transmissão - mais agilidade, sensação de carro mais à mão - não está TÃO ali quanto a gente pensou.

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