terça-feira, 1 de agosto de 2017

JAC MOTORS LANÇA T40 NO BRASIL


Reportagem: Maximiliano Moraes
Fotos: Maximiliano Moraes / Rodrigo Fernandes / Divulgação



Amparo (SP), 1º de agosto de 2017 - Aproveitando a boa aceitação do T5 no país desde o início do ano a JAC Motors coloca mais um SUV no mercado. O T40 - que não se chama T4, como seria natural, porque a Troller já tem um modelo com o mesmo nome - chega para concorrer no segmento de compactos "aventureiros urbanos", cite-se Onix Activ, HB20X e Sandero Stepway, mas a JAC mira até em modelos bem mais caros, como o Honda WR-V.


A grosso modo, assim como diversos concorrentes, o T40 não é um SUV. Concebido para ser um hatch compacto grandão, como o Sandero, ele acabou virando um pseudo-SUV por causa da necessidade de incluir no line-up um produto mais aceitável comercialmente. Por outro lado, a JAC conseguiu entregar um carro bastante convincente tanto para quem procura um hatch compacto quanto para quem quer um aventureiro urbano. O design é original e atraente, e se a quantidade de cromados na carroceria parece exagerada, num instante a gente se acostuma.


Bonito por fora, mais ainda por dentro. A cabine deu mais um salto em acabamento em relação ao último modelo lançado no Brasil, o T5. Os plásticos são de boa qualidade e textura, bem como o tecido usado para revestir os bancos, num resultado estético bem agradável. Há ainda couro numa faixa no painel, nas portas, na alavanca de câmbio e no volante. Nada na cabine, aliás, lembra modelos anteriores da marca. Até o emblema, visto no volante, grade dianteira e tampa do porta-malas, é novo, sendo o T40 o primeiro modelo vendido no Brasil com a nova identidade visual da marca.


A lista de equipamentos de série conseguiu ser ainda maior que a do T5. Além do trivial (ar analógico, direção elétrica, vidros elétricos com one-touch para o do motorista, retrovisores com ajuste elétrico, ajuste de altura para faróis, rodas de liga leve de 16 polegadas), o T40 trouxe equipamentos inéditos não só para o segmento, mas para o mercado. É o caso da dashcam, ou câmera frontal, semelhante às usadas para captar a multidão de vídeos do tipo que a gente vê no YouTube. O T40 ainda tem uma central multimídia com tela de 8 polegadas muito mais intuitiva e responsiva que a de outros modelos da marca, além de contar com câmera de ré, sensor crepuscular, monitoramento de pressão de pneus, farol de neblina direcional estático e até cáliper (estrutura que segura as pastilhas de freios) vermelho. Sem falar, claro, nas babás eletrônicas: controles de tração e estabilidade mais assistente de partidas em rampas estão lá.


Equipado com o conhecido motor 1.5 16v VVT Flex de 127 cv e 15,4 kgfm de torque, o T40 chega somente com câmbio manual de 5 marchas. O CVT, segundo a marca, chega ano que vem. Se a gente considerar o design agradável, a lista de equipamentos recheadíssima e a qualidade de montagem e acabamento, o preço sugerido de R$ 58.990,00 parece absurdamente competitivo.

PRIMEIRA VOLTA

Teve Rodovia dos Bandeirantes, larga e expressa; teve SP-360 (Itatiba - Amparo), cheia de curvas fechadas; e teve até trecho de terra batida até o local da apresentação. O T40 fez jus à categoria de "crossover", enfrentando asfalto como hatch compacto e terra como SUV. A suspensão é realmente o que há de melhor no carro, mecanicamente falando: ele faz curvas com desenvoltura que não se espera de um carro de seu segmento. A direção, por outro lado, ainda carece de um acerto que a torne mais pesada em velocidade, apesar de o volante ter boa pega e tamanho. A posição de dirigir é mediana, com o banco abraçando bem o motorista e contando com ajuste de altura, mas a coluna de direção deve ajuste de profundidade. Ainda.


O motor 1.5 não teve seu comportamento típico alterado. Costuma ser suave em rotações baixas e médias, mas quando é exigido torna-se áspero e ruidoso. Isso acabou tornando o T40 menos silencioso do que a gente esperou quando rodando a 120 km/h, também por causa da invasão de algum ruído de vento e rolagem de pneus, mas diminua para 100 km/h e é surpreendente o quanto o nível de ruído cai. Ideal seria que houvesse, então, um câmbio de 6 marchas. Fora isso, o carro demonstrou disposição compatível com os outros representantes do segmento.



O espaço interno é bem interessante, ainda mais se a gente considerar que o entre-eixos é de apenas 2,49 m - o HB20X tem 2,5 m, o Onix Activ tem 2,54 m e o Sandero Stepway, 2,60 m. Três passageiros vão atrás sem apertos para pernas, ombros ou cabeças, graças à boa largura (1,75 m) e altura (1,56 m). Diz a JAC que o porta-malas leva 450 litros, mas a gente acha que o compartimento não cabe tanta coisa (ainda vamos aferir). Independente disso, o T40 é realmente um dos mais espaçosos de seu segmento.


Espaçoso e bem acabado sim, mas não perfeito. Os instrumentos principais (velocímetro e conta-giros) têm fácil visualização, apesar de pequenos, inclusive porque são bem iluminados. Isso limita, porém, a visualização da telinha que fica entre os instrumentos. A qualidade do áudio é suficiente para a maioria dos consumidores. A equalização é facilmente encontrada no menu e há faixas para agudos, médios e graves. Mas a tampa do porta-luvas despenca quando a abrimos e há pequenas rebarbas nos puxadores das portas. Finalmente, o T40 poderia ser mais prático: apesar de haver apoio retrátil para o braço direito do motorista, os porta-objetos são poucos e rasos, sobrando apenas as portas para acomodar volumes maiores.


Já falamos sobre o preço. Para não dizer que não há opcionais, a pintura em 2 tons é oferecida por R$ 1.990,00. O T40 com Pack 2 (sem central multimídia e dashcam) já teve o preço informado (R$ 56.990,00), mas ainda não será oferecido ao consumidor. Rodando com o carro a gente concluiu que ele convence, sim, e muito. Ainda tem limitações aqui e acolá, mas além de mais bem equipado que a concorrência ele é:
- maior que Onix Activ e HB20X;
- mais bem acabado que Onix Activ e Sandero Stepway;
- só é menos potente que o HB20X;
- é mais barato que todos.


A aposta da JAC Motors é vender cerca de 300 unidades mensais do T40 até que o Inovar-Auto termine, coisa que acontece no início do próximo ano. É quando a marca prevê a chegada da versão com câmbio CVT e o consequente aumento das vendas.

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