NISSAN GRAND LIVINA

Por bastante tempo, a única minivan nacional com 7 lugares foi a Zafira. É claro que parte de suas vendas é ainda garantida pela confiança na marca, mas não se pode negar que muitos a compraram simplesmente porque não havia outra opção na mesma faixa de preço. Para estes, partir para uma Chrysler Gran Caravan ou uma Kia Carnival (ambas custando mais de cem mil reais) não passava de um sonho distante. As coisas mudaram quando a Nissan, após o lançamento da Livina, resolveu disponibilizar também a versão de 7 lugares do modelo – a Grand Livina.


Mesmo sabendo que beleza e design são critérios subjetivos de análise, eu, pelo menos, a considero mais equilibrada que a Livina. Talvez o conceito de minivan (que é sinônimo de espaço, pelo menos em tese) gere em nosso subconsciente a expectativa de mais volume na parte traseira, algo como uma comprovação visual da proposta do carro. No caso da Livina, mesmo com o portamalas maior que os de seus concorrentes, a impressão de espaço não é tão real quanto na Grand Livina.

Falando em bancos extras, é impressionante o que a Nissan conseguiu fazer ali atrás. A Zafira não chega a ser apertada na primeira e segunda fileiras de bancos, mesmo porque ela é mais alta, tem maior largura interna e maior distância entreeixos. Então, de forma geral, deveria ser mais espaçosa. Mas não é. O modelo da Nissan, mesmo com algumas medidas menores, consegue melhor aproveitamento geral do espaço, especialmente para pernas e cabeça, em todas as fileiras. Na Zafira, aliás, tentei me acomodar na última delas e mesmo deslizando a segunda fileira totalmente para a frente, ainda assim machuquei as pernas e tive dificuldade para sair. Na Grand Livina isso não ocorreu; foi fácil me acomodar e o espaço para os passageiros da segunda fileira não ficou tão limitado. Pessoas com o meu porte não poderiam, obviamente, encarar viagens mais longas ali, mas ainda assim esta é uma boa comprovação de que a minivan da Nissan é melhor resolvida no quesito espaço interno.

Além disso, seu acabamento é melhor. Por preço semelhante ao da versão intermediária da Zafira é possível levar uma Grand Livina SL automática (R$ 67.090,00, com pintura metálica), que além de todos os itens esperados em um modelo top de linha (ar condicionado digital, direção elétrica, trio elétrico, airbag duplo, ABS com EBD, CD player com MP3, Bluetooth e entrada USB, chave inteligente e outros mimos), ainda tem bancos de couro de série, descansa-braço para o motorista e um layout bem menos conservador (ainda que não seja esportivo) de painel, com cores claras e composto por materiais que comprovam qualidade à vista e ao toque. Sim, é o mesmo da Livina. Mas isso não é demérito.

O desempenho é praticamente igual ao da Livina SL automática, com perdas insignificantes. O maior peso não tornou a Grand Livina um carro lerdo, muito pelo contrário. O motor 1.8 Flex (o mesmo utilizado no Tiida) proporciona ótima aceleração e retomadas, tudo com muita suavidade. As trocas de marchas também são suaves, a direção é bem leve em manobras e com peso correto em velocidade, a posição de dirigir é agradável (apesar de, assim como na Livina, não haver ajuste de altura do banco) e há muito silêncio à bordo. Tudo nela contribui para que o motorista se sinta muito bem e bastante seguro ao volante.

Para terminar, nunca é demais citar que a Nissan Grand Livina tem garantia de 3 anos, contra somente 1 ano da Zafira. Falando nisso, é bom citar também como concorrente a Kia Carens, que custa, no site da marca, a partir de R$ 75.900,00 (valor equivalente ao da Zafira Elite), tem 5 anos de garantia (ou 100.000 km) e, para justificar o preço, tem a mais que a Grand Livina 6 airbags (em vez de 2), ajuste elétrico de altura, distância e lombar dos bancos, rodas de 16 polegadas e sensor de estacionamento. A única aqui que parece não ter justificativa para custar tanto é a – antes única, agora mais que defasada – Zafira. E o modelo da Nissan, mais barata que todas, não faz feio diante da concorrência e consegue aliar baixo custo com muitos benefícios. Que tal?