sexta-feira, 2 de outubro de 2009

FIAT PUNTO 1.4




Recentemente a Fiat reduziu os preços do Fiat Punto desde a sua versão de entrada, a 1.4 Flex. Custando R$ 37.030,00 (já com o acréscimo do IPI), esta se encaixa no segmento de hatches, digamos, “superiores mas ainda não-premium”, onde o Sandero Expression 1.6, o Fox Plus 1.6 e o Agile LTZ, por exemplo, também concorrem. Mas será que vale a pena comprar um carro idealizado para ser premium (no Brasil) sem os equipamentos e o acabamento que o colocam nesta categoria?



Vejamos: esta versão vem com direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros e travas elétricas. E só. Seu acabamento não é ruim, mas nele você percebe as economias no tipo de tecido dos bancos, na cor preta do console (e prata nas demais), na falta de frisos e até na grade dianteira (preta, em vez da cromada das versões superiores). Recentemente a Fiat lançou um pacote promocional – Kit Comfort – que inclui ar condicionado, volante com regulagem de altura, console central na cor prata e parabrisas degradê por R$ 2.100,00, que é cerca de metade do valor do ar condicionado comprado à parte. Com este pacote o preço do Punto 1.4 vai para R$ 39.130,00.

A princípio não parece mau negócio. O Punto é um carro muito bonito e foi bastante elogiado quando desmontado pela revista Quatro Rodas pela qualidade de montagem. Mas quando ele é comparado aos demais modelos que citei é que o negócio deixa de parecer tão bom. Nesta faixa de preço é importante agregar itens por preço condizente, mas a maioria das pessoas que migra de um hatch de entrada para um hatch superior ainda procura um carro que continue atendendo a todas as necessidades da família em termos de espaço, desempenho e economia.



Em primeiro lugar, temos o Sandero. A versão Expression 1.6 8v com cor sólida, os mesmos itens (exceção à coluna de direção regulável) e ainda airbag duplo sai por R$ 40.490,00 – menos de R$ 1.500,00 de diferença por um carro maior, mais potente, mais seguro e com maior garantia de fábrica. Como se não bastasse, a série especial Vibe traz tudo isso (menos os airbags) e ainda computador de bordo, rodas de alumínio, faróis com máscara escurecida, ponteira cromada e vários outros itens de perfumaria por meros R$ 210,00 a mais.


Depois, temos o Fox. O acabamento dele é horrível e o painel minimalista, idem. Mas ele vai mudar e esses defeitos, segundo projeções de publicações especializadas, serão corrigidos pela VW. Por enquanto, a versão Plus 1.6 com os mesmos itens (e, novamente, exceção à regulagem da coluna de direção) sai por R$ 40.080,00 e suas principais vantagens residem na boa dirigibilidade, no amplo espaço interno, na mobilidade do banco traseiro (onde se pode escolher entre mais carga ou mais gente) e no maior desempenho em relação ao Punto.


Por último, cito o Agile, com previsão de preço máximo de R$ 40.000,00 – e, com a redução de preços do Punto, fica óbvia a intenção da Fiat de reposicioná-lo no mercado para concorrer diretamente com o GM. Muitos podem ter desaprovado seu design, mas nesta análise o que importa é que ele tem mais itens de série que todos os citados aqui, o motor 1.4 é um dos mais potentes que temos no mercado (apesar de ser também o mais poluidor) e seu espaço interno não deve deixar a desejar, tendo, inclusive, o maior portamalas da categoria, com alegados 327 litros.



Bem, e quanto ao Punto? A versão que testei foi a ELX 1.4 completa, com ar, direção, trio elétrico, chave-canivete com comandos do alarme, sistema Blue&Me (computador de bordo, CD player com MP3 e Bluetooth), volante multifuncional revestido em couro, ajuste de altura de bancos, regulagem da coluna de direção, rodas de alumínio, faróis de neblina, airbag duplo e ABS. Como não é esta a versão avaliada, deixemos seu preço de lado e falemos do desempenho, não muito diferente da 1.4 de entrada (a ELX completa é mais pesada, mas não muito). O que se pode dizer do Punto é que ele é um carro muito estável, com ótima posição de dirigir e que não cansa nem em longas distâncias, filtrando muito bem as imperfeições do asfalto e proporcionando bons momentos à bordo com o bonito layout do painel e o bom sistema de som.

Porém, o que desabona o Punto é o motor irritantemente fraco para a proposta do carro, o Fire 1.4 com até 86 cv e 12,5 mkgf de torque (com álcool). Acelerá-lo na estrada é uma experiência comparável a dirigir um carro 1.0 dos mais potentes, como o Classic, o Mille ou o Logan. E veja que mesmo esses têm vantagens em relação ao Punto, fora o desempenho em si: o Classic tem mais espaço no banco traseiro e no portamalas, o Mille acelera e retoma a velocidade em menos tempo e o Logan é mais silencioso ao rodar. O ronco do motor até que é gostoso (apesar de muito alto, especialmente acima dos 100 km/h), mas se o desempenho não é compatível, a frustração se torna maior. O câmbio, apesar de não ser dos piores, às vezes apresentava um comportamento “borrachento”, impreciso. E o consumo...



Mesmo com o computador de bordo marcando médias entre 10 e 12 km/l na estrada (não aferi na cidade), a realidade foi bem diferente. Como o trajeto foi bem longo (de São Paulo a Goiânia, ida e volta), foi possível realizar uma medição tanque a tanque, sempre abastecido com álcool. E pasmem: a média não passou de 8,5 km/l. Para um carro com motor 1.4, três passageiros e pouca bagagem, isso é de assustar – tanto que, na linha 2010, a Fiat aumentou a capacidade do tanque de combustível para 60 litros, a fim de aumentar também a autonomia do Punto.

Falando em bagagem, nada como viajar com espaço. Pena que, no Punto, isso é reservado somente aos passageiros da frente. O espaço no banco traseiro é ínfimo e o portamalas, com declarados 280 litros de capacidade, tem péssimo aproveitamento (o que me faz questionar sua real capacidade). Onde foram parar os 2,51 metros de entreeixos, se o Fox, com 2,46 m, e até o Clio, com 2,47 m, são bem melhores neste aspecto?

Depois de tantas contradições no Punto, não há outra conclusão: ele é um carro de imagem, jamais uma compra racional. Lindo, bem construído, estável e agradável à bordo, mas lerdo, barulhento, apertado e beberrão. Nunca se pode discutir o gosto e a decisão das pessoas, mas é de se pensar se as quedas sucessivas em seus números de venda não são causadas pelo fato de os consumidores estarem descobrindo, finalmente, que existe coisa melhor – especialmente quando se trata da versão de entrada – pelo mesmo preço.

15 comentários:

  1. Depois de ler essa matéria sobre o Punto fiquei decepcionado com o carro....considero o Punto o carro mais bonito do Brasil , se entrasse numa concessionár da FIAT ficaria tentado em levar um...mas já aprendi q beleza não é tudo qdo se compra um carro....o pior é q como vc disse, o 1.4 é fraco e beberrão, e a auto esporte qdo comparou o Punto Sporting com o Polo GT disse q o motor 1.8 do Punto era fraco para a proposta esportiva...esses dados limitam a compra do hatch aos modelos HLX 1.8 e T-Jet,q seriam os modelos mais "honestos" com o consumidor...oq é uma pena....

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  2. Discordo do Post, no qual constatei informações distorcidas.

    Esclarecendo o que o Punto de entrada oferece como itens de série mais importantes:
    *direção hidráulica,
    *vidros el. dianteiros,
    *travas elétricas com travamento automático após 20km/h, *
    ajuste de altura do banco do motorista, *computador de bordo completo (Consumo instantâneo, Velocidade Média, Consumo Médio, Tempo de Viagem, Distância Percorrida)
    *checkcontrol

    Pode-se adicionar o ar-condicionado, ajuste de altura/profundidade do volante (com maior amplitude do que os concorrentes citados) e outros itens menos importantes através da compra do kit confort por preço que somado ao valor do carro ainda o mantém inferior a R$40.000,00. Creio que isto esclareça melhor os itens oferecidos pelo Punto 1.4 e mostra que o carro é uma opção atraente em se tratando de custo x benefício.

    Quanto ao desempenho, de fato, o Punto 1.4 não é nenhuma referência e pode ser comparado aos 1.0 mais potentes. Contudo, é muito importante ressaltar que o maior torque oferecido pelo 1.4 em baixa rotação torna sua condução muito mais confortável na cidade enquanto os 1.0, em sua maioria (incluindo o Classic) exige giro alto e câmbio excessivamente curto para oferecer o tal desempenho semelhante. Além disso, enquanto os 1.0 estão a pelo menos 4000rpm a 120km/h o Punto 1.4 está a apenas 3600rpm. Vale dizer também que o Punto anda como muitos outros 1.4 do mercado, como Citroen C3 1.4, Honda Fit 1.4 (old e new), Peugeot 207 1.4, etc. Concordo que o econoflex o supera com larga vantagem neste aspecto, mas em compensação o Fire 1.4 está entre os menos poluidores do Brasil e oferece melhor torque em baixa rotação. Percebo que o que costuma ocorrer são expectativas frustradas de alguns consumidores que são influenciados pelo design esportivo e esperam comportamento condizente. Enteno que o Punto 1.4 como carro urbano atende, sem dúvidas, as expectativas de todos que querem sair do 1.0.

    Compará-lo ao classic dizendo que este oferece mais espaço atrás é, no mínimo, um exagero. O Punto é mais largo que o Classic além de oferecer espaço para os joelhos muito semelhante para quem vai atrás. Já para quem vai na frente simplesmente não há o que dizer, o Punto é MUITO maior. Achei muito curiosa essa comparação com um carro tão apertado como o Classic.

    Tudo isto sem mencionar sua plataforma de ótima qualidade, com excelente acerto de suspensão e presença de subchassi (deriva da plataforma do Idea e não do Palio como dizem). O Classic (que incrivelmente usa a mesma plataforma do Agile) sofre com as imperfeições do piso com muito pouco tempo de uso já que não possui subchassi (!!!). Já o Fox, apesar da aclamada qualidade da plataforma PQ24, com suas soldas a laser, sofre com reclamações de desprendimento de soltas e resistência torcional insuficiente. Não é difícil encontrar casos na internet.

    O acabamento e impressão de qualidade oferecidos aos ocupantes do Punto são, sem dúvida, superiores ao Agile e Fox (existem comparações de revistas especializadas - ver revista Carro). Sua posição de dirigir arranca elogios e é quase uma unânimidade.

    Agora, evidentemente, o Punto tem suas limitações. Uma delas, citada no Post, é a pequena capacidade do seu porta-malas. Ocorre que, comparando com outros carros do mercado, ela se revela maior do que a do Polo Hatch (um concorrente). De fato, o Punto não é indicado para pais de família ou que tenham família grande. É destinado a jovens solteiros, universitários, de família pequena e que usam pouca bagagem.

    Ao contrário do que o Post insinuou o Punto vem alavancando suas vendas e esteve sempre na frente de concorrentes diretos como C3 e Polo (compactos premiums) em este ano, chegou a figurar entre os 20 mais vendidos.

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    1. Concordo com sua opinião!!! E digo mais... O Punto é anos luz mais confortável e bonito que seus concorrentes... É a mecânica é uma das mais confiáveis e baratas do mercado! Enfim, pra minha família que não é grande ele é a melhor escolha...

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  3. 1. Na época do test-drive, os itens de série oferecidos eram os que foram citados.

    2. Não adianta nada rodar a 120 km/h em rotação mais baixa que alguns 1.0 se o isolamento acústico é deficiente.

    3. O desempenho do Punto só pode ser comparado ao C3, que tem peso semelhante. O 207 é mais leve (e por isso mais ágil) e o motor do Fit 1.4, além de ter funcionamento mais suave, proporciona melhor desempenho.

    4. Tenho 1,90 e já andei atrás nos dois carros. O Classic, queira você ou não, é menos apertado apesar da maior largura do Punto.

    5. Um carro que se presta a competir com outros compactos "superiores", digamos assim, com mais espaço interno e portamalas maior, também pode ser visto como alvo do mesmo público que busca espaço razoável num hatch maior que os de entrada, como Sandero, Fox e Agile. E nisso o Punto perde.

    6. Os elogios que você teceu ao Punto foram todos ressaltados na matéria.

    7. Se você gosta do Punto, ok. Toda opinião é digna de respeito. Mas isso não torna o Punto o melhor dos hatches em seu segmento, é fato.

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  4. Caro Max:

    1. Pesquise melhor e veja que à época da sua avaliação o Punto 1.4 já oferecia computador de bordo (apenas o trip A, enquanto o ELX oferece trip A e B).

    2. Creio que você precise enquadrar melhor o Punto de acordo com suas propostas e público alvo. O Punto compete diretamente com Citroen C3 e Polo, que são carros semelhantes em dimensões, acabamento e qualidade (ainda motorização no caso do C3). Contra estes concorrentes, por sinal, o Punto é o que se sai melhor em vendas e revenda. Não é apenas a faixa de preço que determina a concorrência.

    3. A proposta do Punto é o de atender mercados exigentes como o Europeu. Veio para o Brasil e América Latina com algumas perdas, é claro, mas foi eleito o carro mais seguro da Argentina em 2008 (o de lá é o mesmo fabricado aqui e não precisa dizer que o público argentino é exigente). Seu foco é qualidade, estabilidade, design, segurança, conforto, ergonomia.

    4. O Sandero é um carro que oferece espaço, uma garantia atraente e um motor mais potente (apesar de ser um dos 1.6 8v mais fracos do mercado com alto nível de aspereza e ruído). Contudo, sua proposta é para mercados emergentes, com foco em redução de custos e não em qualidade. Sua ergonomia não é das melhores (por exemplo, os acionadores dos vidros elétricos dianteiros estão no painel central e, para os traseiros, na parte traseira do console central). A qualidade dos seus plásticos, como não podia deixar de ser, também é inferior. Constata-se a diferença de proposta entre os carros no momento em que se entra em cada um. O Sandero vende mais porque oferece motorização 1.0 e custa muito menos neste caso, além de buscar um público com menor renda e que precise de espaço .

    5. O Fox, em sua nova versão, é, de fato, um concorrente à altura do Punto, mas ainda com proposta um pouco diferente do modelo da Fiat. O Punto atrai o mesmo público do Polo, que é de uma linhagem superior. O Fox também tem um cunho popular justamente por oferecer carros sem quase nenhum equipamento no modelo de entrada e equipados com motor 1.0. Acrescentar equipamentos em carros assim, só implica em maiores perdas na revenda.

    6. Quanto a gostar ou não do Punto, este não parece ser o meu caso, que venho apresentando alguns fatos. Ao contrário, você como "formador de opinião" dono de um blog de conteúdo elogiável, deveria ter mais cautela ao usar termos pejorativos para um carro avaliado, como, por exemplo, "lerdo" e "beberrão". Isto sim demonstra certa tendência e imparcialidade. O carro pode não ter desempenho condizente ou consumo elevado, mas taxá-lo de lerdo e beberrão, soa muito diferente.

    7. As comparações que citam as dimensões internas do Classic realmente foram infelizes. O Classic, Celta e Prisma possuem a mesma plataforma e dimensões internas muito semelhantes. Neste sentido, numa discussão onde o argumento é o "queira você ou não", o ideal é que sejam citadas fontes que mostrem o espaço para joelho e ombros nos dois carros. Eu diria que é impossível, salvo, é claro, que o motorista e carona do Classic sejam "comprimidos" na frente, coisa que dificilmente acontece com o Punto.

    8. Quanto ao Agile, este não deveria nem entrar no páreo. Um carro que foca em redução de custos a ponto utilizar uma plataforma mais defasada do que uma existente e em produção (a do Corsa C), só pode ser considerado por aqueles que não pesquisam sobre o carro. É um carro que oferece também espaço, um motor mais potente (apesar das reclamações de falta de força em baixa rotação em sua comunidade do orkut) e mimos interessantes como o piloto automático. Mas sua estrutura, sem subchassi, está fadada à aquisição de inúmeros grilos e barulhos internos com o tempo (é só olhar a comunidade do Ágile). Se isso é conforto...

    9. Ah, o desempenho do Punto é sim, semelhante ao C3 1.4, Fit 1.4 (old e new) e um pouco inferior ao 207 por este ter menor peso. Existem fontes na internet.

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  5. Complementando, realmente não acho o Punto 1.4 o melhor dos hatch premium. Cada consumidor tem sua necessidade. Contudo, ele, sem dúvida, oferece qualidade superior em:

    * segurança, com ótimas medidas de frenagem (o kit HSD - airbag e abs - na verão ELX pode ser encontrado por cerca de R$ 2000,00 que ainda mantem preço do carro bem prpoximo dos R$ 40.000,00),
    * conforto (ótimo acerto de suspensão),
    * estabilidade (baixo centro de gravidade, boa largura e pneus 195/65/15)
    * beleza (apesar de subjetivo, muitos elogiam o carro cujo design foi cencebido por um dos mestres deste assunto)
    * revenda
    * qualidade de revestimento e plásticos internos.
    * opcionais tecnológicos para os que estão dispostos a pagar mais

    E, concordo, deixa a desejar a outros carros de preço semelhante em:
    * espaço interno
    * espaço porta-malas
    * desempenho

    Os dois primeiros itens são realmente questões pessoais não são essenciais para o seu público.

    Já o desemepenho decepciona alguns que criam expectativa exagerada. Mas dentro de sua proposta de carro essencialmente urbano, melhor do que os 1.0 (melhor torque em baixa), ele cumpre bem seu papel.

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  6. Vamos por partes.

    1. Não sou eu quem enquadra um carro em determinado segmento de mercado; são as próprias marcas. Pergunto: que necessidade havia de a Fiat reduzir o preço do Punto e retirar vários itens de série se não fosse para tentar "correr atrás do prejuízo" depois do lançamento do Agile? Isso mostra (e não é uma opinião isolada, nem fui eu quem a divulgou primeiro) que a intenção da Fiat era posicionar o Punto 1.4, com dimensões externas próximas às de Sandero e Agile, no mesmo segmento de mercado destes. Quanto à VW, ela não tinha necessidade de "depenar" o Polo para fazer frente ao Agile, já que tinha o Fox para concorrer neste segmento. No entanto, foi necessária uma ampla reforma neste modelo, especialmente no interior, para fazer frente a uma concorrência que mostrava muito melhor acabamento, ou ele correria o risco de perder muitíssimo em vendas.

    2. Por mais que o Punto tenha sido projetado para consumidores europeus, não podemos aplicar aqui os mesmos critérios de compra da Europa. Sabe-se que um dos principais fatores de decisão de compra no Brasil é o preço, e é exatamente por este motivo que carros menos avançados em termos de tecnologia e qualidade de construção (como o Agile, por exemplo), estão vendendo tão bem. Conhecedores de automóveis sabem que ele não passa de uma nova carcaça para uma plataforma aproveitada, mas o que conta para a grande maioria dos consumidores (e o que foi, inclusive, abordado na avaliação que fiz do modelo da GM) é que ele é razoavelmente bem acabado, vem recheado de equipamentos e tem preço justo (para o mercado brasileiro) pelo que oferece.

    3. Vendas e liquidez não podem ser critérios para avaliação profunda de um carro. Existem inúmeros modelos que são ótimos e vendem mal, enquanto outros são péssimos e vendem muito bem. O Punto é um bom carro e tem um desempenho razoável no mercado, mas desempenho em vendas não faz um bom modelo. Outra vez, não que ele seja ruim; mas simplesmente não dá para ignorar ou minorar seus defeitos baseado na vendagem.

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  7. 4. Não creio que a proposta do Punto seja exclusivamente urbana. Pessoas com maior poder aquisitivo e que compram hatches superiores também utilizam seus carros bastante para pegar estrada - justamente porque também têm mais condições de viajar. Pelo seu ponto de vista, avaliando o Polo como principal concorrente do Punto, veja que o modelo da VW tem melhor desempenho na estrada e é mais econômico tanto lá quando na cidade - ou seja, atende bem melhor à proposta e ao público-alvo. Não é contraditório que um modelo urbano (como você diz ser o Punto) tenha média de consumo ruim na cidade e desempenho ruim na estrada? Além do mais, para quê ressaltar ótimas marcas de frenagem de um carro exclusivamente urbano se estas são obtidas em velocidades de, no mínimo, 80 km/h? Quando e onde é que eu vou conseguir andar livremente a 80 por hora numa cidade com grande volume de tráfego, por exemplo? E ainda focando este aspecto, para quê ressaltar a estabilidade de um carro exclusivamente urbano se, provavelmente, ele não terá oportunidade de mostrar suas qualidades dinâmicas no meio do trânsito? Isso mostra como este argumento não se sustenta. Pode ser que uma minoria utilize seus Puntos mais na cidade do que na estrada, mas ele NÃO É um carro exclusivamente urbano e não pode ser considerado como tal.

    5. As medições de espaço interno realizadas pelas revistas sempre são feitas com critérios únicos e em situações-padrão, mas no dia-a-dia as coisas são bem diferentes. O próprio texto afirma que a posição de dirigir do Punto é ótima e o espaço na frente é excelente para motorista e passageiro, mas o problema está no espaço para os passageiros de trás. Com o Classic, o espaço na frente é menor e a posição de dirigir é pior, mas é justamente o fato de os bancos dianteiros recuarem menos que proporciona melhor acomodação para os passageiros de trás. Outra vez, as qualidades do Punto foram ressaltadas, mas elas não anulam os defeitos.

    6. Se até publicações respeitadas como a Quatro Rodas utiliza o termo "beberrão" e "lerdo" para designar alguns modelos, por que eu não posso usar? Não creio que sejam termos pejorativos.

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  8. O nome do blog é racionauto, então vamos ser racinais e admitir que ser racional pode ser escolher um carro pelos itens que mais lhe agradam sejam a beleza, conforto, funcionalidade ou enconomia. Comprei meu punto pelo design e conforto, estou sendo racional com o meu gosto, com minha satisfação no meu primeiro caro 0km. Nessa situação não poderia me preocupar com questões de economia.
    De qualquer forma parbenizo-os pelo debate esclarecedor.

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  9. Que ótimo! Também acredito nisso e este é um dos motivos principais pelos quais abordo aspectos não muito debatidos por publicações especializadas. Tenho como máxima a seguinte regra: não compro o que não preciso com o dinheiro que não tenho para agradar a quem não conheço. Se o seu carro lhe agrada e lhe atende plenamente, sua compra com certeza foi a mais racional possível. Um abraço.

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  10. Concordo em tudo com o Marcolino sobre o Punto! Os carros da VW de uma forma geral, só ganham em 1 unico quesito: Mecanica sólida! Em termos de conforto, ergonomia, estabilidade e designe, perdem, e perdem feio para a Fiat! os carro da VW, sao projetados aqui no Brasil, me parece, que para o uso em roça ou fazendas! Carro duros, suspensao fora de sintonia, poucos itens de serie, e o pior...O preço é bem salgado! Em termos de custo beneficio, a Fiat passa de largo a VW!

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  11. para mim o j3 é o melhor carro..

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  12. meu punto e o melhor carro que eu tive acho bonito e confortavel comprei e compraria outra vez.

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