terça-feira, 6 de outubro de 2009

NOVO OU SEMINOVO?



Todo consumidor de carros consciente já se fez esta pergunta: Novo ou usado, qual o melhor? Afinal, com o mesmo valor de um novo “pelado” é possível levar um carro mais potente, completo e confortável, porém mais antigo e sem garantia de boa manutenção. Da mesma forma, entre um modelo 0km de uma marca comum e um usado importado top de linha, o segundo sempre trará mais status, mas custo de manutenção imensamente maior.

Sempre fui defensor da tese de que carros 0 km são melhores do que modelos usados, mas estou começando a rever meus conceitos. É claro que existem carros resistentes, confortáveis e de manutenção baixa que parecem novos mesmo depois de anos de uso. Mesmo assim, é raro haver alguma garantia real de que os antigos donos cuidaram bem de seus carros. Por isso um usado, mesmo parecendo ótimo, pode se tornar uma bomba-relógio a partir do momento que você o adquire.

O problema é que a atual situação do mercado nos faz olhar para todo este cenário com outros olhos. A imensa desvalorização de certos modelos, somada ao grande período de garantia integral que muitas marcas oferecem (o que denota um aumento considerável na qualidade den seus produtos) e às facilidades oferecidas na compra de modelos novos, que aumentam a disponibilidade de usados pouco rodados, torna fácil a busca por boas oportunidades. Afinal, nunca é tarde para aproveitar a chance de adquirir o carro com o qual você sempre sonhou – mesmo que ele não seja novinho em folha.
Nota: Os modelos e preços aqui citados foram todos encontrados na cidade de São Paulo, capital.


Renault Logan
















Espaçoso, bom de dirigir, resistente e de manutenção barata. Mas algumas pessoas resistem bravamente à idéia de terem um carro grande com motor 1.0, sem falar na questão do design controverso, que torna o Logan uma compra estritamente racional para a maioria – e, neste caso, ele só compensaria se viesse completo. Um bom negócio, então, é um Logan Privilége 1.6 16v (com ar, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, alarme, computador de bordo, bancos em veludo e CD player) com baixa quilometragem (08/08) e pelo preço de um 1.0 básico – R$ 29.000,00. Para melhorar, a longa garantia de 3 anos minimiza as preocupações com a manutenção pelo menos até 2011.

Nissan Tiida

















Seu design também não arranca suspiros, mas não se pode deixar de admirar suas qualidades: ótima mecânica, ótimo aproveitamento do espaço interno, ótima dirigibilidade e muitos, muitos itens de série. Em vez de hatches como Sandero, Punto, Fiesta ou até o recém-chegado Agile, uma boa opção é partir para um Tiida 2008, com apenas 16.000 km rodados, completo (ar, direção elétrica, vidros elétricos nas 4 portas, travas e retrovisores elétricos, alarme e abertura do portamalas com comandos na chave, airbag duplo, CD player, rodas de alumínio e câmbio de 6 marchas) e por apenas R$ 37.900,00 – menos que um Sandero com ar, direção, vidros e travas elétricas (e só).

Honda Civic
















Civic é Civic, não há o que discutir. O portamalas pequeno e a menor oferta de itens de série em relação aos concorrentes não são suficientes para diminuir as vendas do sedã nem para abalar sua fama de carro resistente e ótimo de dirigir. Mas mesmo vendendo bem, não há como negar que a maioria dos seus compradores sonha mesmo com a versão Si, com 192 cv. Bem, as maluquices do mercado podem tornar este sonho uma realidade: Civic Si 2008, com apenas 23.000 km rodados, pelo preço de um LXS – R$ 66.990,00.

Toyota Fielder
















A mesma fama de resistência e bom acabamento que o Civic, com a vantagem do maior espaço no portamalas. Encontrar uma Fielder XEi Flex automática, modelo 2008, por R$ 51.900,00 – menos que um Honda Fit LX –, então, é um achado. Neste caso, o sortudo leva um carro maior e completíssimo, incluindo airbags, ABS e bancos em couro, com apenas 29.000 km rodados.

Hyundai Tucson

















O SUV do momento no Brasil conseguiu a vice-liderança do segmento mesmo custando muito mais que o EcoSport. Falar do aumento na qualidade dos carros coreanos é chover no molhado; todos sabem disso. Mas poder adquirir um modelo top pelo preço de um “básico” – Tucson V6 2008, 4x4, completíssimo (incluindo teto solar), por R$ 68.900,00 –, principalmente sabendo que ainda há um longo tempo de garantia (5 anos em toda a linha), é imperdível.

VW Golf
















Mas nem tudo são flores. Algumas ofertas parecem caminhar na contramão do mercado, desvalorizando pouco – o que é bom para os donos – e continuando caros, mesmo usados – não tão bom para os que querem um modelo de segunda mão. O Golf é um desses exemplos. Ainda defasado em relação aos seus concorrentes diretos, talvez ele só não seja tão defasado quanto o Astra. Mas este sabe de sua velha origem (não tentando esconder a idade com “botox automobilístico") e escolheu um caminho bem melhor para manter a liderança nas vendas: o custo x benefício. Pelo mesmo preço de um Golf 1.6 2008 com 19.000 km e itens como bancos em couro, sensor de ré e CD player com MP3 (mais o quarteto ar/direção/vidros/travas) – R$ 44.900,00 –, você leva um Astra Advantage 0km com ar digital, direção hidráulica, trio elétrico, CD player com MP3, ajuste de altura dos faróis, rodas de alumínio de 16 polegadas, aerofólio e outros mimos menos perceptíveis, mas que estão ali. Podem dizer que o motor 2.0 com 140 cv e 19,7 kgmf de torque é defasado, mas pelo menos no Astra a GM não cobra a mais por isso, deixando para ser injusta com o Vectra GT (que não passa de outro Astra disfarçadinho, convenhamos). E, aqui, o melhor é mesmo comprar um modelo zerinho.


Ter paciência para procurar é sempre necessário, não somente por causa dos preços, mas também pelo risco de se encontrar mesmo carros seminovos com problemas causados pela falta de manutenção. Uma das exigências da maioria das montadoras para a continuidade da garantia de fábrica, por exemplo, é a obrigatoriedade das revisões na concessionária, seguindo as quilometragens estipuladas no manual. Por isso, nunca deixe de exigir notas fiscais de peças e serviços, além de verificar sempre os carimbos de revisões no manual, preferindo os que tenham essas provas. Mesmo um carro com somente 15 mil quilômetros, por exemplo, pode ter sua garantia comprometida pela ausência da revisão de 10 mil, e isso implicará, dependendo do modelo e do problema, em altos custos de manutenção. Prefira ainda lojas que dão alguma garantia, mesmo que seja apenas para motor e câmbio, ou ofereçam comprovação de revisão pré-entrega – troca de fluidos e revisão de suspensão e freios, pelo menos. Isso lhe dará mais segurança e manterá seu carro valorizado para a próxima revenda, quando você puder pegar um modelo melhor – e talvez ainda mais barato. Ninguém sabe o que o mercado nos reserva.

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