sexta-feira, 9 de outubro de 2009

NISSAN LIVINA















O segmento de minivans no Brasil já foi, talvez, o mais pasmacento de todos. Foram anos sem lançamentos. Por muito tempo tivemos que conviver com 3 meras opções de minivans médias (Zafira, Scénic e Xsara Picasso) e outras 3 pequenas (Fit, Meriva e Idea). Se em outros segmentos é difícil escolher pela imensa variedade de modelos, neste o problema era oposto: faltavam opções.

Mas as coisas estão mudando. Primeiro, modelos mais acessíveis começaram a ser importados, como é o caso da Citroën Grand C4 Picasso, da Renault Grand Scénic e da Kia Carens. É fato que o Honda Fit buscou outro nicho de mercado quando foi remodelado. Ainda assim, se as demais minivans pequenas já estão pedindo arrego, a Nissan acordou e colocou no mercado duas boas novidades: Livina e Grand Livina – a primeira concorrendo com Chevrolet Meriva e Fiat Idea, e a segunda, como principal adversária à Zafira, antes única minivan nacional com 7 lugares.


Hoje quero falar sobre a Livina. A princípio, não se pode dizer que seu design seja um primor; não é. Mas sabe-se que os compradores de carros deste segmento não se importam tanto com isso. Além do mais, a Nissan tem, conscientemente, se tornado referência em oferecer modelos BONS, não necessariamente bonitos – pelo menos na opinião da maioria dos consumidores brasileiros. Mas mesmo discreta, quando colocada frente a frente com suas rivais fica claro que ela é bem mais moderna.

Por ser mais cara, a Livina não parece melhor negócio que Meriva ou Idea. Mas basta analisar todos os seus atributos para perceber que ela não é somente o melhor negócio, mas também o melhor carro. Para começar, a Livina traz, desde a versão de entrada, ar condicionado, direção elétrica, vidros elétricos nas 4 portas, travas e retrovisores elétricos e airbag para o motorista. Esta versão custa R$ 46.690,00. O problema (para as rivais) é que muitas concessionárias estão disponibilizando a versão 1.8 16v automática por R$ 46.990,00, praticamente o mesmo preço da versão de entrada. Como se não bastasse, sua garantia é a maior dentre todas: 3 anos (e só isso já seria suficiente para torná-la vencedora no quesito custo x benefício). A Meriva custa menos (R$ 44.411,00), mas equipá-la como a Livina requer a compra de um pacote que inclui ABS e eleva seu preço para R$ 47.274,00. Já a Idea é a mais barata das três (R$ 40.220,00) e tem computador de bordo com 4 funções desde a versão de entrada. Equipá-la como a Livina (acrescentando o ABS), porém, vai fazer seu preço ir a R$ 48.503,00.


Mas o preço da Livina não se justifica somente pelos itens de série. Ela é mais potente que as rivais em ambas as suas versões. A surpresa é que, além de mais segura em ultrapassagens, ela é mais econômica, já que precisa de menos esforço para manter as mesmas médias de velocidade (dados da revista Quatro Rodas para a versão 1.6 16v). Isso, graças aos motores herdados da Scénic e do Tiida. Quanto à concorrência, se o 1.4 Econo.Flex é suficiente para Corsa Sedan e Prisma, ele se ressente do maior peso da Meriva (mas ela não chega a ser lerda). E a Idea, com seu motor 1.4 Fire, serve bem para levar as crianças na escola e para ir ao supermercado – mas carregar seu portamalas, enchê-la de gente e pegar a estrada pode ser algo irritante, talvez até perigoso. Seu desempenho se assemelha ao de um 1.0 e não condiz com sua proposta de veículo familiar.
O melhor da Livina, porém, está no seu interior. Ali ela mostra de fato o quanto é mais moderna e funcional que as demais. Se não tem tantos porta-objetos quanto a Idea (que, neste caso, respeita bem mais a proposta de uma minivan), ela compensa isso com prazer ao dirigir. Apesar de não ter ajuste de altura dos bancos, a posição de dirigir é bem boa, sem fugir à proposta do segmento. Os bancos são bem macios e seguram bem o corpo, e o revestimento acústico se mostrou bem eficiente, especialmente na versão automática, mais silenciosa. O painel mostra claramente que se trata de um Nissan, com mostradores separados, plásticos de ótima qualidade e bem montados, diferença de texturas e cores claras, deixando o ambiente bem iluminado e arejado. Os comandos são todos bem macios sem serem “bobos” e o “departamento de ergonomia” trabalhou bem. Quanto aos câmbios, enquanto o mecânico tem ótimos engates, o automático é extremamente suave nas trocas.

Uma boa surpresa ocorre quando abrimos a tampa do portamalas e vemos um vão que comporta 449 litros, bem maior que o da Meriva e da Idea. Os bancos traseiros, na versão de entrada, não são repartidos como na Idea, mas isso muda já a partir do modelo 1.8 automático. E considerando ainda que a distância entreeixos é somente 2 cm menor que a da Meriva (mas o projeto é mais moderno, aproveitando melhor o espaço), fica fácil deduzir que os passageiros têm espaço mais que suficiente para viajarem com conforto – coisa que não acontece com a Idea, com conforto de fato somente nos bancos da frente.

Talvez a única coisa que falte na Livina é DIVULGAÇÃO. Sabe-se que o grupo Renault / Nissan falha bastante neste aspecto no Brasil e é este, provavelmente, o motivo de suas vendas não serem tão expressivas. Ainda assim, não se pode negar que é um produto diferenciado, bem melhor que os oferecidos por GM e Fiat. Só isso já faz dela a melhor compra dentre todas.


Na próxima semana vocês poderão ver a análise da Grand Livina. Não percam!

3 comentários:

  1. Interessante sua avaliação da Livina.
    No mês passado aproveitando os últimos de redução de I.P.I, minha mãe resolveu trocar seu velho Corsa por uma minivan, e ficou na dúvida entre a Meriva Joy e a Livina 1.6.
    Após o Test Drive de ambas, a superioridade da Nissan como produto é inquestionável, e foi decisiva na compra da van japonesa.
    A garantia maior,o seguro menor,e a maior qualidade, economia e desempenho são boas apostas em detrimento a um modelo estabelecido no mercado, mas já defasado.
    Não arrependemos de termos optado pelo Livina.

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  2. A resenha está correta. O carro é mesmo excelente! Super confortável na cidade e excepcional na estrada. Recomendo.

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  3. O carro realmente é muito bom. O único ponto negativo são os barulhos na carroceria que incomodam bastante, principalmente nas ruas onduladas e esburacadas.

    Quem for comprar sugiro o 1.8 AT que vem completo de fábrica. A diferença não é tão grande assim e é muito mais carro.

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