sexta-feira, 20 de novembro de 2009

FORD FIESTA HATCH 1.6


















O Brasil tem suas peculiaridades, especialmente quando se trata do mercado de automóveis. Além das intermináveis discussões em fóruns e comunidades virtuais sobre que tipo de carro pode ser aqui considerado pequeno, médio ou grande, alguns lançamentos, simplesmente por serem ligeiramente diferenciados em relação aos seus concorrentes, acabam estimulando as montadoras a lançarem carros semelhantes ou a adaptarem o que já têm em seu portfólio, criando, a cada dia, novos segmentos de mercado.


É o que acontece com o Ford Fiesta. Com dimensões um pouco mais generosas, na prática ele nunca foi considerado concorrente das versões de entrada, mas também nunca chegou a ser um compacto premium. Ele, como o VW Fox, pareciam hatches fora de contexto. Mas aí, o Sandero chegou, o Agile foi lançado e a Fiat abaixou o preço do Punto. E surgiu o segmento dos “hatches não tão pequenos mas não tão chiques a ponto de serem considerados premium”, ou seja lá que nome se queira dar a ele.















Novo Ford Figo

Em breve o Fiesta nacional vai ser remodelado. E o mais provável é que seja à luz do “novo” Ford Figo, disponibilizado mês passado para o mercado indiano. O interessante é que, apesar do desempenho interessante em vendas e dos elogios da imprensa especializada, na opinião do consumidor ele parece não passar de um hatch “morno”. Mas até que dá para entender: seu design nunca foi de parar o trânsito e no interior não há tantos mimos assim. O que ele tem de melhor, o ótimo acerto entre motor, câmbio e chassi, só pode ser realmente comprovado por quem entende de carro e tem uma pista livre para acelerar à vontade. Assim, ele acaba menos admirado do que poderia ser.
















Fato é que o Fiesta, especialmente na versão 1.6, é um carro muito bom. O motor com até 111 cv e 15,8 mkgf de torque garante bom desempenho tanto na cidade quanto na estrada, sendo que, em altas velocidades, o motor trabalha com suavidade e bons 3.350 rpm a 120 km/h. Sua dirigibilidade é comparável à do Polo, ainda que este tenha um câmbio melhor. Ele só não é melhor porque os bancos não seguram direito o corpo. Com bom espaço interno e boa posição de dirigir, ele acomoda bem motoristas mais altos, sendo tão bom quanto Fox e Sandero, mas ainda perdendo para o Punto (cuja posição de dirigir é praticamente perfeita). Atrás, ele não deixa a desejar, mesmo com os bancos dianteiros totalmente recuados, ficando no mesmo nível de Sandero e Agile (apesar deste último ter pior acesso). Quanto ao portamalas, seus 305 litros não são de se jogar fora, ainda que perca novamente para Sandero e Agile.













A versão 1.6 é a mais interessante. Básica, ela parte de R$ 32.990,00, mas assim não vale a pena: vem só com direção hidráulica e vidros elétricos dianteiros. Ar condicionado, travas elétricas e o acabamento diferenciado do pacote Class somam mais R$ 4.100,00 a esta conta. O mais interessante, porém, é que no site da Ford o consumidor pode escolher entre segurança ou perfumaria pelo mesmo preço: ou ele leva ABS, airbag duplo e faróis de neblina por R$ 40.140,00 (com pintura sólida) ou escolhe retrovisores elétricos, alarme com fechamento de vidros, vidros elétricos traseiros, faróis de neblina, rodas de liga leve e CD player com MP3 e Bluetooth. E se quiser tudo isso mais pintura metálica, o preço ultrapassará os R$ 44 mil.















A garantia de 1 ano é curta, mas neste terreno o Sandero ainda é a única exceção. A manutenção também não é difícil e o custo não foge à média do mercado, sendo que algumas peças são até mais baratas tanto nas concessionárias quanto no paralelo – caso dos amortecedores dianteiros e do kit de embreagem. Seu índice de reparabilidade é 18; não é um esplendor, mas também não é um horror.

É de se admirar, no entanto, que o Fiesta tenha sido esquecido pelas publicações especializadas nos últimos comparativos realizados entre os principais modelos deste segmento, apesar de ter dimensões próximas. Seria ótimo ver um comparativo completo, realizado com equipamentos próprios e onde suas principais qualidades fossem ressaltadas. Ainda que preterido, porém, o Fiesta é uma ótima opção de compra, especialmente para quem vê o carro não só como meio de transporte e gosta de dirigir.

2 comentários:

  1. Concordo perfeitamente com a sua avaliação, visto que depois de andar bastante e testar todos os carros da concorrência, acabei adquirindo em Setembro passado um Fiesta 1.6 Class, com ar condicionado, por R$ 34.900,00, pintura metálica e documentação inclusa no preço.
    O carrinho é realmente muito bom, espaçoso e muito gostoso de dirigir, tem um motor vigoroso, que responde muito bem em todas as faixas de rotação, e mesmo assim não é gastão (média de 8 a 9 km/l no álcool, com o ar ligado direto).
    Não encontrei nada parecido na concorrência com esse custo-benefício !!
    Forte abraço do pessoal do Sul,

    Mário Buzian - Ivoti/RS

    ResponderExcluir
  2. Olha, Maximiliano, tenho o carro (Hatch 1.6, Class, 2010) faz 5 dias e a impressão que tive é EXATAMENTE a que reportaste neste blog. Minha avaliação é curta, é claro, mas bate com seu comentário.
    Observo, apenas, que o acerto da 2ª marcha, quando da passagem a partir da 1ª, é equivocado, pois o carro perde muito torque.
    Tenho um New Civic e comprei o Fiesta para uso urbano, no dia-a-dia. É um carro simples, com muitos opcionais (bom custo-benefício), e suas grandes qualidades realmente parecem dizer respeito ao conjunto mecânico e suspensão.
    Estou gostando do carrinho, vamos ver com o tempo...

    ResponderExcluir