A Ford chamou a imprensa nesta semana para um test-drive do Novo Troller, ainda montado em regime de pré-série. Mesmo não estando no evento, já recebemos informações técnicas sobre o novo jipe, que chega às concessionárias em agosto.
O preço específico ainda não foi definido, mas já se sabe que o Novo Troller custará entre R$ 110 e R$ 120 mil reais. É um acréscimo considerável, especialmente se pensarmos na ausência de airbags - o jipe, bem como outros veículos fora-de-estrada, se encaixam numa brecha da lei que obriga carros nacionais a trazerem as bolsas - e que o antigo custava pouco menos de R$ 97 mil. Por outro lado as características off-road foram aperfeiçoadas, há mais equipamentos de conveniência, melhor acabamento e mais espaço: o Troller cresceu e melhorou bastante.
Para começar, toda a geometria da suspensão foi revista e há novos acertos de molas e amortecedores. Os ângulos de entrada e saída foram melhorados, passando a 51º à frente e atrás. O Novo Troller encara rampas com até 45º de inclinação à frente e 40º laterais, com ângulo máximo de transposição de rampa de 30º e capacidade para superar trechos com até 80 cm de água (Lembram do vídeo onde o jipão conseguia vencer com facilidade um trecho de alagamento na cidade de São Paulo?). Pois bem, a nova versão consegue superar trechos com até 80 cm de água. O sistema de tração eletrônica, com acionamento por meio de um seletor no console central, tem 3 opções: 4x2, 4x4 High (que pode ser acionada até a velocidade de 120 km/h) e 4x4 Low (com reduzida).
O motor é o mesmo da picape Ranger, um 3.2 turbodiesel de 5 cilindros, 200 cv de potência e 48 kgfm de torque disponíveis entre 1.700 e 2.500 rpm. O câmbio de 6 marchas é manual, com escalonamento, segundo a fábrica, voltado para economia. A Ford divulga médias de consumo de 9,8 km/l de diesel na cidade e 12,3 km/l na estrada, o que é bem bom para um veículo deste porte e sem grandes preocupações aerodinâmicas, e com tanque de 62 litros a autonomia pode chegar a mais de 750 km. Os freios são a disco nas 4 rodas, com ABS e distribuição eletrônica de frenagem. E se os novos donos não acharem isso suficiente, um arsenal de 130 itens de personalização, dentre os quais snorkel, para-choques diferenciados, soleiras de aço, pneus lameiros, bagageiro no teto, guincho elétrico e protetores de cárter, câmbio, caixa de transferência, tanque e escapamento, está disponível para tornar o Novo Troller ainda mais preparado para o off-road pesado.
Dentro do carro a evolução também é notável. Se, por um lado, não há airbags, por outro a Ford criou uma estrutura tubular interna que reforça a cabine. Os materiais foram todos substituídos e os plásticos agora têm melhor qualidade e encaixes. Maior que o anterior em todas as dimensões - agora são 4,09 m de comprimento, 2,58 m de entre-eixos, 1,97 de altura e 1,98 de largura total (somados os retrovisores externos) -, o Novo Troller acomoda melhor os ocupantes, trazendo até mimos impensáveis num fora-de-estrada concebido originalmente para ser espartano e truculento: há porta-copos e porta-trecos no console central, computador de bordo e até ar condicionado digital dual-zone. Só o porta-malas não merece ser chamado assim, estando mais para um porta-mochilas: são apenas 134 litros de capacidade.
Com linhas bem mais modernas, o Novo Troller tem aparência mais amigável, ainda que não tenha perdido os ares de valentão. A traseira recebeu lanternas de led e a dianteira, ao mesmo tempo que guarda o parentesco com a versão anterior, manteve a cara de "jipe-conceito", num resultado muito bonito. As novas rodas com aro de 17 polegadas e acabamento grafite, somadas à mistura de chapas e apliques plásticos em boa proporção, complementam o belo conjunto.
A Ford quer aumentar as vendas e vê-lo mais presente nos centros urbanos - os pneus com bandas de rodagem mais apropriadas ao uso no asfalto denunciam essa intenção. Para isso a garantia também foi estendida, passando a 3 anos, e haverá mais concessionárias até o fim deste ano. Ainda que o preço a pagar pela novidade seja alto, o Novo Troller encontra concorrência pequena e muito mais cara, o que faz concluir que a meta não é difícil de ser atingida.
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