quarta-feira, 4 de maio de 2016

ABEIFA REIVINDICA ISONOMIA


Entidade que representa o setor de veículos importados quer tratamento isonômico ao dos produtos montados localmente. Argumenta que a majoração extraordinária de 30 pontos percentuais no IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados não se justifica no atual momento da economia.

"Não podemos esperar até dezembro de 2017 o fim dos 30 pontos percentuais do IPI", diz Gandini

As dezoito marcas filiadas à Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores comercializaram em abril 2.856 unidades importadas, queda de 13,9% em relação ao mês anterior, quando foram emplacadas 3.317 unidades. Ante o mês de abril de 2015, o desempenho negativo é de 45,8%. Foram 2.856 unidades contra 5.274 veículos. 


No acumulado, cuja totalização chegou a 12.716 unidades emplacadas, a queda significou 44,6% em relação aos 22.944 veículos emplacados no primeiro quadrimestre de 2015. 

"As sucessivas quedas nos números de emplacamentos mensais sinalizam um alerta importante ao setor de veículos importados", sustenta José Luiz Gandini, presidente da Abeifa. "Não podemos esperar até dezembro de 2017 o fim dos 30 pontos percentuais do IPI. Só conseguimos ultrapassar a cota com a cotação do dólar mais baixa. Agora, com o dólar em alta, não conseguimos sequer atingir o volume da cota estabelecida. Corremos sério risco de ver os nossos negócios à mingua, desestruturando por completo a operação de importação e, por consequência, a da rede de concessionárias". 

Gráfico mostra queda superior a 45% nas vendas em relação a abril de 2015

A entidade mostrou ainda estudo que constata o quadro desolador do setor de veículos importados: em 2011, ano em que foi instituído os 30 pontos percentuais no IPI, as associadas à Abeifa responderam por 199 mil unidades comercializadas, com rede de 848 concessionárias autorizadas, 35 mil empregos diretos e recolhimento de impostos da ordem de R$ 6,5 bilhões; hoje as dezoito associadas respondem por 450 concessionárias (incluindo as que têm fábricas no País), 13,5 mil empregos diretos (incluindo fábricas) e têm previsão de recolhimento de impostos na casa de R$ 2,1 bilhões. 

"Por esse quadro, independente do cenário político-econômico, o setor de veículos importados reivindica tratamento isonômico ao dos veículos nacionais, ou seja, sem os 30 pontos percentuais no IPI", enfatiza o presidente da Abeifa, para quem a entidade espera renovar os contatos com o Governo Federal tão logo volte à normalidade institucional. 

Marcas como a JAC Motors mudaram planos de fabricação de veículos no Brasil a partir da recessão no mercado. Foto: Maximiliano Moraes

Na avaliação de José Luiz Gandini, "a propalada invasão dos importados não aconteceu e nem acontecerá. Nós também somos favoráveis ao amadurecimento da indústria local. Por isso, os veículos importados sempre serão um parâmetro importante para o mercado de autoveículos, aqui no Brasil como em qualquer outro mercado". 

No capítulo que contempla a produção local, as associadas BMW, Chery, Mini e Suzuki fecharam o mês de abril com 841 unidades emplacadas, total que representou alta de 18,5% em relação ao mês anterior, mas queda de 6,5% se comparado com abril de 2015, quando foram emplacadas 899 unidades nacionais. Enquanto, no acumulado, as quatro associadas à Abeifa totalizaram 2.706 unidades emplacadas, queda de 17,8% ante as 3.294 unidades do primeiro quadrimestre do ano passado. 

Com os totais somados – importados e produção nacional -, a participação das filiadas à Abeifa no mercado interno é de 2,35% no mês de abril e de 2,48% no primeiro quadrimestre. 

Na opinião de José Luiz Gandini, presidente da entidade, “a crise de confiança no País permanece no mercado interno. Independentemente da categoria de automóveis, o consumidor segura seus investimentos ou a retração tem origem na seletividade do crédito, fator determinante em nosso negócio”.

Marcas como Chery, BMW, Suzuki e Mini tiveram aumento em relação ao mês passado, mas queda em relação ao mesmo período de 2015

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