Este é o carro mais caro produzido no Brasil: a Chevrolet Trailblazer 2.8 CTDI. Para tirar de vez a dúvida sobre que versão vale mais a pena ter na garagem resolvemos compará-la com a Trailblazer V6 que avaliamos em abril último. Ambas as versões do SUV são visualmente idênticas e trazem exatamente a mesma lista de equipamentos, mas o motor a diesel custa um carro popular básico a mais. O site da Chevrolet informa para a 2.8 o valor de R$ 185.390,00 (com pintura metálica), enquanto a 3.6 V6 a gasolina custa, na mesma configuração, R$ 158.150,00.
Se tentar escolher entre uma Trail a diesel ou a gasolina pela aparência é inútil, embasar a compra no nível de conveniência que uma ou outra podem oferecer aos ocupantes não é diferente. Não só a lista de itens de série é igual, mas o layout interno, a disposição dos instrumentos e os revestimentos são exatamente os mesmos. Antes de dar a partida a única coisa que denuncia a presença do motor a diesel é o contagiros com 2 números a menos (até 6 mil rpm contra 8 mil rpm da V6).
No embate entre Trail a diesel e a gasolina o primeiro round termina com um empate técnico. O motor 2.8 CTDI produz "só" 200 cv de potência, mas massivos 51 kgfm de torque, sendo esta versão mais pesada (2.164 kg). O bloco 3.6 V6 SIDI, que empurra uma Trail ligeiramente mais leve (2.087 kg), perde no torque (35,7 kgfm) mas vence na potência (277 cv) e por isso consegue acelerações e retomadas ligeiramente mais ágeis. Por outro lado, economia de combustível é com a diesel: conseguimos médias de 12,4 km/l na estrada e não menos que 9,2 km/l de diesel na cidade, resultando numa autonomia de até 942 km numa viagem - a V6 conseguiu 9,3 / 5,8 km/l.
Na avaliação de abril ressaltamos o silêncio a bordo e a qualidade de rodagem da Trailblazer a gasolina, que consegue acelerações vigorosas e lineares com trocas praticamente imperceptíveis do câmbio automático de 6 velocidades. Infelizmente a versão a diesel, que conta com a mesma transmissão, não conseguiu repetir o feito, tanto pelas vibrações do motor quanto pelo nível de ruído elevado nas acelerações. Somente em velocidade essa característica é amenizada, em parte pelo fato de o motor girar bem menos e estabilizar em pouco menos de 2 mil rpm a 120 km/h.
Se, porém, a Trail V6 surpreendeu pela capacidade off-road, essa pode ser considerada um tratorzinho. O roteiro de nossa avaliação previa chegar até à Usina Hidrelétrica de Salto Grande, tombada pelo patrimônio histórico, e o Observatório de Capricórnio, passando por fazendas históricas na região de Joaquim Egídio, distrito de Campinas. As estradas de terra nada boas não assustaram o SUV, cuja fórmula off-road traz ingredientes de sobra:
- Carroceria sobre chassi;
- Suspensão alta e robusta;
- Tração 4x4 com reduzida e acoplamento automático por botão giratório no console;
- Controle de saída em subidas e assistente de frenagem em descidas;
- Controles de estabilidade e tração;
- Torque abundante disponível já em baixas rotações.
Isso possibilita à Trailblazer 2.8 superar atoleiros, subidas escorregadias, costelas-de-vaca e curvas em estrada de terra como um verdadeiro jipe, mantendo os ocupantes em segurança, com relativo conforto e menos sacolejo do que é de se esperar.
Empatadas até aqui, alguns defeitos observados na versão a gasolina parecem ainda mais graves na diesel, por seu preço. É realmente imperdoável a ausência de sensores de chuva e luminosidade, bem como o excesso de plástico no painel. Típico familiar, há que ressaltar algumas vantagens, como porta-copos nas laterais do painel junto às saídas do ar condicionado, outras saídas com regulagens independentes do fluxo de ar para ambas as fileiras traseiras e o cuidado com a segurança dos ocupantes, demonstrada pela presença do sistema Isofix na segunda fileira e dos 10 airbags espalhados pela cabine.
A conta fecha a favor da Trail V6, então? Calma, não é tão simples. Ainda que seja mais cara o custo por quilômetro rodado da Trail a diesel é bem menor, com média de R$ 0,26 contra R$ 0,41. A cotação de seguro também joga a favor: apesar de ter custo anual mais caro (R$ 4.479,00, Itaú Seguros) a franquia é mais barata (R$ 4.631,00). Claro, seria preciso rodar muitos quilômetros até ver amortizado o investimento maior na compra do tratorzinho, mas a resistência e durabilidade do motor a diesel pode pesar muito na hora de fechar negócio.
Sendo ao mesmo tempo tão semelhantes e tão diferentes, não é difícil concluir que cada uma das versões da Trailblazer atende a um público completamente distinto. Fazendeiros ou pessoas que trafegam constantemente por estradas de terra, que precisam de torque muito mais que de potência na hora de enfrentar atoleiros e pirambeiras, não se farão de rogados na hora de optar pela Trailblazer 2.8 CTDI. Compradores que fazem questão de conforto, não se importam em procurar mais por vagas nas grandes cidades e trafegam por estradas de terra eventualmente, com ou sem chuva, serão mais bem atendidos pela Trailblazer 3.6 V6 SIDI. E quando for preciso enfrentar estrada para viagens curtas ou longas, ambos os motoristas e suas numerosas famílias se sentirão muito felizes em qualquer um dos dois SUVs.
Fotos: Maximiliano Moraes / Rodrigo Rego
Colaboraram: Rodrigo Rego / Eliane Fernandes / Aguiar Corretora de Seguros
Fotos: Maximiliano Moraes / Rodrigo Rego
Colaboraram: Rodrigo Rego / Eliane Fernandes / Aguiar Corretora de Seguros
Troquei uma Tucson com dois anos com 50.000 km por uma Captiva 0 km em 2010. Quando o carro tinha uns 35.000 km tive um problema na chave de ignição, o carro teve que ser guinchado para a concessionária porque a peça que destrava o cambio automático fica de baixo do console, com difícil acesso. Segundo o consultor, precisaram chamar um chaveiro particular porque a concessionária não conseguiu arrumar. A partir daí o cambio começou a mudar de velocidade sozinho, soltava ou reduzia a velocidade. Levei algumas vezes na concessionaria sem solução . Além desses problemas o custo das revisões e troca de óleo a cada 5.000 km era muito alto.
ResponderExcluirEm 2013 resolvi trocar de carro, fui pesquisar e achei algumas reclamações da Chevrolet Trailblazer, percebi que os problemas eram outros mas a marca continuava falhando em pontos importantes. Resolvi optar por voltar para a Tucson da Hyundai e estou muito satisfeito.