SALÃO 2010: AS CHINESAS (Parte 1)

Falar sobre as marcas chinesas no Salão do Automóvel 2010 não é algo que possa ser feito apenas mostrando fotos. A presença dessas marcas entre nós pode marcar o início de uma mudança considerável nos números do mercado. Basta pensar no que esses carros oferecem, no preço que custam e no quanto ainda podem melhorar em acabamento, qualidade de construção e segurança, principalmente em comparação aos seus concorrentes nacionais diretos (que, na maioria, são inseguros, mal acabados e mal construídos), para concluir que, se hoje ainda há motivos para desconfiar, há outros bons motivos para dar a eles um voto de confiança.

Brilliance

Brilliance FRV Cross

Brilliance FRV Cross

Brilliance Splendor SW

A marca, conhecida no Brasil pelos péssimos resultados de alguns modelos em crash-tests realizados na Europa, trouxe modelos interessantes, bem acabados e aparentemente bem construídos para o Brasil. O sedã FSV tem design agradável e espaço interno condizente com suas dimensões externas, o que o credencia a ser um bom concorrente dos sedãs premium. Já o hatch FRV, mesmo derivado do sedã FSV, tem layout interno distinto (apesar de alguns detalhes imitando madeira serem dispensáveis). No stand da marca havia uma versão Cross do hatch, que parece boa opção aos pseudo-aventureiros nacionais. E na ausência de um sedã Splendor, a perua com roupagem aventureira, de design agradável, muito espaço e equipamentos, tomou lugar. Só os preços divulgados ainda não parecem muito apropriados para modelos desconhecidos do grande público, o que deve fazer a marca rever sua postura no país.

Chana

Chana Alsvin Hatch

Chana Alsvin - Painel

Chana Alsvin Sedan

Chana Benni

Chana Benni - Interior

Chana Mini Benni

Chana Mini Benni

Chana Mini Benni - Painel

Passar pelo stand da Chana foi divertido – pelo menos pelas piadas dos visitantes sobre o nome da marca. A chinesa, que antes trazia só utilitários, mostrou os carros que pretende oferecer no mercado brasileiro. O Alsvin – versões hatch e sedã – parece ser o melhor modelo da marca no país. Tem design acertado, muitos equipamentos e espaço suficiente. Mas os carros expostos não pareciam bem montados; havia diferenças de alinhamento entre portas e painéis. O acabamento interno também deixa a desejar, com peças mal encaixadas ou desalinhadas. O Mini Benni se sai um pouco melhor: o design é moderno e o interior, apesar de simples, pareceu bem montado e com materiais apropriados para os segmento. Só o seu portamalas minúsculo deixa a desejar, mas como carro urbano ele é uma ótima opção. Já o compacto Benni acabou sendo o pior modelo mostrado no stand, deixando muito a desejar no acabamento – os bancos tinham tecidos extremamente ruins e empapados, o painel tem plásticos igualmente pobres e o layout interno é estranho. Pelo menos ele é espaçoso para um compacto, com um quê de minivan.

Chery

Chery Cielo Sedan Automático - Painel

Chery Tiggo Automático - Painel

Chery Fulwin Hatch

Chery Fulwin Sedan

Chery Fulwin - Painel

Chery G5

Chery QQ

Chery QQ - Painel

Chery S18

Chery S18 D

Já a Chery, no seu stand duplo, mostrou bastante coisa. Todos os seus carros, como todos os chineses, vêm completos e têm acabamento pelo menos decente, apesar de alguns escorregões. As versões automáticas do Tiggo e do Cielo Sedan estavam lá – e um consultor garantiu que a versão 2.0 do Cielo virá em breve. O compacto QQ promete ser o carro mais barato do Brasil, e vem com ótimo custo x benefício; pena que a marca vacilou ao mostrar um carro com tecido dos bancos furado e tapetes sujos. O Fulwin veio nas versões hatch (mais harmoniosa) e sedã. Bem acabado e completo, promete ser um concorrente de peso para Logan, Voyage e Siena. O médio-grande G5, de design comportado mas harmonioso, também parece ser uma boa opção; resta saber se o seu preço o fará valer a pena. Por fim, os dois S18 expostos, hatch e crossover (ou S18D) chamaram bastante a atenção, ainda que este último, por seu estilo (típico de mercados do sudeste asiático), lembrasse bastante o antigo Daihatsu Gran Move.

Fotos: Maximiliano Moraes