quinta-feira, 30 de abril de 2015

JAC J6 JET FLEX - AVALIAÇÃO


Por Maximiliano Moraes



Apesar de não estarem em alta há mercado cativo para minivans no Brasil. Há pouca concorrência e as renovações, por demorarem a acontecer, são sempre bem recebidas. Não que seja esse o caso da JAC J6, que em seu quarto ano de mercado recebe a segunda modificação significativa. Ano passado ela recebeu um face-lift pesado, ganhando nova frente, nova traseira e interior totalmente refeito; agora, sai o antigo motor 2.0 16v de 136 cv e 19,1 kgfm, e entra o 2.0 VVT Jet Flex de 160 cv e 20,6 kgfm com etanol, o mesmo usado no recém-lançado T6.


Motor 2.0 VVT Jet Flex rende até 160 cv e 20,6 kgfm, contra 136 cv e 19,1 kgfm do 2.0 antigo

Como todo JAC a J6 vende pouco. Em 2014 foram 871 unidades e neste ano, de janeiro a março, saíram 96 das lojas. Em comparação com a Spin, primeira colocada do segmento (que teve 36.797 unidades comercializadas em 2014 e 7.181 de janeiro a março deste ano, praticamente engolindo o mercado sozinha), é um número pífio. Mas a J6 tem uma vantagem importante para qualquer segmento, que é contar com a satisfação e o aval de sua clientela. Não são poucos os elogios à sua robustez, espaço e praticidade.

5 adultos e 2 crianças viajam com conforto na J6

Por ser maior que as concorrentes a J6, naturalmente, oferece acomodação melhor para 5 adultos e 2 crianças e este é seu principal trunfo. O acesso à última fileira é ruim, mas crianças não se importam em ter que se contorcer ou pular para alcançá-la, torna-se até uma brincadeira. A não ser ali, pernas, ombros e cabeças de todos os demais ocupantes viajam sem dramas. Na fileira do meio cada assento tem regulagem individual de distância e do encosto, e na frente o banco do motorista ainda tem ajuste de altura. A modularidade dos bancos também é ampla. Os bancos da segunda e última fileira podem ser retirados facilmente, um a um, e não são pesados. Com todos no lugar o espaço no porta-malas é reduzido, com 198 litros; sem os da última fileira o vão comporta excelentes 720 litros e basta retirar os outros 3 para ter 2.200 litros à disposição.

Com todos os assentos o espaço no porta-malas é reduzido a 198 litros...

...mas sobe para 720 litros com 5 assentos ou 2.200 litros só com os ocupantes da frente

O acabamento é bom. O plástico domina, mas a aparência geral é boa e a montagem é bem feita. Ressalva à iluminação fraca dos instrumentos durante o dia, ideal somente à noite. Não é surpresa que a JAC J6 seja equipada; é padrão de carros chineses. Ela leva a coisa um pouco além por oferecer itens exclusivos em seu segmento e faixa de preço, como é o caso do ar condicionado digital, ajuste de altura e acendimento automático de faróis, e monitoramento de pressão dos pneus. O trivial também está lá: vidros, travas e retrovisores elétricos, direção hidráulica com ajuste de altura, sensor de estacionamento, rodas de liga leve com aro 16, faróis e lanternas de neblina, alarme, airbag duplo e freios a disco nas 4 rodas com ABS e EBD, dentre outros itens de série. O sistema de áudio com CD/MP3 player, entrada USB e comandos no volante tem boa qualidade sonora, mas já está defasado. Uma central multimídia mais completa faz falta.

Acabamento é bom, mas iluminação dos instrumentos de dia deixa a desejar e falta central multimídia

A principal novidade da linha 2015 da J6, claro, é o motor. Os cavalos a mais realmente fizeram diferença no comportamento da minivan, que antes penava um pouco para embalar com seus 1.500 kg. Agora ela parece mais leve e mais solta, coisa que o acerto do câmbio ajuda a acentuar. A JAC não fala sobre mudanças nas relações das 5 marchas, mas a impressão é de uma transmissão mais curta - o que, no caso da J6 Jet Flex, é uma bênção e uma maldição. Acelerações e retomadas são feitas com mais disposição e menos reduções, mas as rotações do motor ficam lá em cima mesmo em quinta marcha, aumentando o nível de ruído interno.

Motor 2.0 16v VVT Jet Flex é elástico mas vibra demais em 4 mil rpm

Falando em ruído, em funcionamento o motor 2.0 16v VVT guarda uma característica bem peculiar. Ele é mais áspero que o antigo, mas isso não chega a incomodar até as 3 mil rotações. Acima de 3.500 giros, porém, o barulho na cabine aumenta consideravelmente e a partir de exatamente 4 mil rotações uma ressonância considerável toma conta do ambiente. Menos mal que isso ocorra às custas de mais agilidade; a JAC divulga aceleração de 0 a 100 km/h em 11,9 segundos, números bem adequados para uma minivan com este porte.


Foi mantida, por outro lado, a boa dirigibilidade. O volante de boa pega tem revestimento em couro e a direção hidráulica garante suavidade em manobras, sendo apenas um pouco mais macia do que o ideal em velocidade. Sua robustez joga a favor ao filtrar imperfeições nas vias e a suspensão independente nas 4 rodas, apesar de macia, deixa a J6 bem assentada nas curvas, ainda que a carroceria incline um pouco. A rolagem só acontece em curvas mais rápidas e fechadas, mas, hello, quem vai fazer isso com uma minivan?


O preço sugerido de R$ 66.990,00 no site está na média do segmento. A Nissan Grand Livina é mais barata (R$ 65.090,00), mas está em fim de vida. A Chevrolet Spin completa é bem mais cara (R$ 71.390,00), mais apertada e tem motor mais fraco, mas leva vantagem por ter mais versões, com 5 ou 7 assentos e roupa aventureira. A JAC J6, em resumo, supera a concorrência em espaço e na lista de equipamentos de série, sendo ainda imbatível na garantia, com 6 anos sem limite de quilometragem. Mas peca por não oferecer câmbio automático nem como opcional, além de desvalorizar muito mais que a média e ainda ter sofrido com uma redução considerável na rede de assistência no passar dos anos. Se, porém, para você desvalorização não é um problema, há uma concessionária JAC perto de sua casa e você preza espaço e comodidade, a J6 Jet Flex pode ser o seu número.

3 comentários:

  1. Só peca pela falta de um câmbio automático (CVT). Se o tivesse teria optado por ela ao invés da Spin.

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  2. realmente nao mexeram no câmbio,pois aumentaram a potência e não mexeram no alongamento do diferencial ou nas últimas marchas para uma rotação mais adequada á velocidade ,por isso o esgoelamento do motor

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  3. Tive uma no modelo antigo ainda. Com certeza um dos melhores carros que tive. Muito boa a materia e pega exatamenet nos pontos que eu sentia nela. A falta de 15cv era nitida e com este motor novo deve ter ficado ideal para familia e estrada.

    Falta de um cambio CVT ou automatico real faz muita gente migrar para Chevrolet mesmo sendo um carro inferior em acabamento e motor. Apenas o cambio é bom.

    Enfim, a desconfiança ainda da marca faz muita gente torcer o nariz. Uma pena brasileiro so aprende depois de levar muita porrada. :)

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