segunda-feira, 22 de maio de 2017

VOLKSWAGEN MOVE UP! 2018 - AVALIAÇÃO


Reportagem: Maximiliano Moraes
Fotos: Rodrigo Fernandes



A Volkswagen já disponibiliza nas concessionárias a linha 2018 do subcompacto up!. A "cereja do bolo" na linha é o motor 1.0 TSI, que apesar de sabermos não ser esta a proposta, torna este quadradinho com rodas capaz de fazer todos os esportivados do mercado comerem poeira. A própria VW, porém, já cansou de dizer que o objetivo é a eficiência energética, comprovada pelo consumo (nada difícil de atingir) superior a 20 km/l de gasolina.



Mas a gente se perguntou se realmente vale a pena pagar R$ 4.500,00 a mais pela versão TSI do up! se ele não é um esportivo e se, como carro urbano que dá umas escapadas esporádicas pela estrada, ele parece bem servido pelo motor 1.0 aspirado. Solicitamos à VW, então, um Move up! 1.0 aspirado com câmbio manual de 5 marchas e, olha só, chegamos a uma conclusão que pode colocar uma pulga atrás da sua orelha.


Primeiro, vamos ver o que o carro tem de novo. Os para-choques, as rodas e o contorno das lanternas traseiras são diferentes. Dentro é que a coisa mudou mais: o painel é todinho novo, bem como o volante. A montagem sempre foi boa, com encaixes justos, e isso continua lá bem como a lataria aparente, que fazia o carro parecer pé-de-boi. Mas aquela fórmula de colocar plástico black piano pontualmente ainda funciona, pelo menos para carros mais baratos, e acrescentar volante de hatch médio revestido em couro e iluminação de instrumentos de carros premium faz tudo parecer mais chique, como se o comprador levasse muito pelo que paga. Mas calma, que ainda vamos falar sobre o preço.


O powertrain, porém, é exatamente o mesmo de sempre: motor 1.0 de 3 cilindros com 82 cv e 10,4 kgfm usando etanol, mais câmbio manual de 5 marchas. O legal é como ele rende, e aqui a gente já pode adiantar nosso veredicto: não é que falte potência para o 1.0 aspirado, é que sobra pro 1.0 TSI. A gente comprovou isso rodando com o up! em quase todo tipo de situação possível pra quem compra um subcompacto: trânsito pesado em SP, estrada com o carro cheio ou vazio nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes, e estradinhas com curvas travadas, subidas íngremes e ruas de pedra em Santana do Parnaíba (região metropolitana de SP).


Pelo que a gente percebeu o motor é suficiente mesmo para levar o up! com tranquilidade e, olha, até com alguma sobra. Houve subidas em que não foi preciso nem reduzir de terceira para segunda marcha, enquanto na estrada quase não foi preciso reduzir marchas para fazer ultrapassagens. Claro, estamos falando de manter as velocidades regulamentares nessas rodovias, coisa que muita gente não faz e por isso acaba dizendo que o carro x ou y não é bom o bastante.


O melhor de tudo é o consumo. Quando filmamos o carro (assista ao vídeo clicando AQUI) tínhamos rodado 364 km (praticamente só na cidade) gastando menos de meio tanque. Outra vez, teríamos ainda menos gasto com combustível com o TSI? Sim, sem dúvida, mas veja que o aspirado não é nada mal neste aspecto. É bom esclarecer, ainda que pareça óbvio e também porque muita gente ainda não entende o princípio, que o motor 1.0 turbo é mais econômico que o aspirado, mesmo sendo mais potente, tanto por causa da forma como o motor é construído, com materiais que deixam seu funcionamento mais "liso", com menos atrito e menos perdas mecânicas, quanto pelo fato de precisar de menos giro para manter a mesma velocidade e com uma mistura mais "pobre" (mais ar, por causa do turbo, e menos combustível).


Aí a gente chega naquele ponto crucial: o preço. A Volkswagen deixou o up! mais caro para tentar "premiunizar" o carro, estinguindo versões que não eram muito vendidas, equipando-o e deixando-o mais vistoso. Brasileiro compra carro por metro quadrado, a gente sabe, e isso é o que faz muita gente virar a cara para os R$ 48.290,00 (ou R$ 49.653,00 com pintura metálica, como este que a gente testou) que a marca pede por ele. O espaço interno e do porta-malas não o fazem passar vergonha, já que ser quadradinho e ter as rodas bem nas extremidades tornam o aproveitamento interno ser bastante inteligente. De série ele traz, ainda, direção elétrica com coluna regulável em altura, volante multifuncional revestido em couro, banco do motorista com ajuste de altura, ar condicionado, computador de bordo, som com Bluetooth e entradas auxiliares, travas elétricas, retrovisores com ajuste elétrico e tilt-down no do lado direito, rodas de liga leve, faróis de neblina, sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos, banco traseiro com Isofix e 3 apoios de cabeça, airbag duplo e ABS com EBD.


Falta comandos elétricos pros vidros traseiros e one-touch pros dianteiros, cinto de segurança de 3 pontos pro passageiro do meio no banco de trás, uma central multimídia (que pode até existir se o cliente escolher a versão High, com sistema que transforma o celular dele em multimídia) e, coisa que não adianta chorar, encostos de cabeça reguláveis nos bancos dianteiros, além de um acabamento interno melhor - tá bom, mas não tãããão bom assim. Por outro lado esses R$ 4.500 que você economiza comprando a versão 1.0 aspirada são suficientes pra você pagar IPVA e seguro, e, se pá, levar pintura metálica.


COMPENSA?

Pra nós, compensa sim. A força extra do TSI é um plus, mas não é essencial e a falta dela não vai fazer ninguém passar aperto. Ele é gostoso de dirigir, inteligente quanto ao aproveitamento de espaço, não é pelado e - não poderíamos deixar de espetar - melhor que seu principal concorrente, o Mobi, em praticamente tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário