Por Pedro Ivo Faro
Não faz muito tempo, no começo dos anos 2000, as minivans eram objeto de desejo das famílias brasileiras. Aliando espaço para mais gente com praticidade e modularidade interna, elas reinaram até a chegada dos SUVs compactos. Um segmento que perdeu muito espaço com a chegada das minivans e SUVs foi o das peruas, que hoje estão quase extintas no Brasil. No entanto, no mercado de usados há ótimas opções. Uma delas alia a praticidade interna das minivans com um estilo próprio de carro de passeio, além de ser ótima de dirigir. Esta é a Peugeot 307 SW.
NÃO DUROU TANTO
Apesar de ter sido um dos destaques da Peugeot à época, a 307 SW só ficou no mercado por seis anos (2002 a 2008), vindo sempre importada da França. Ela teve somente uma reestilização no caminho, em 2006, quando ganhou novo para-choque e grade, seguindo as alterações da equivalente europeia.
DUAS-CARAS
Apesar de ser uma perua, ela tem vários predicados das então arquirrivais minivans. Com 4,42 metros de comprimento, 1,75 metro de largura e 1,54 metro de altura, ela tinha medidas próximas às de um monovolume. E a modularidade interna não ficava atrás: o banco traseiro era tripartido e era possível remover os assentos e deixa-los em casa, ampliando a capacidade de carga de 520 litros para até 1.500 litros.
SUPEREQUIPADA
As primeiras 307 SW vieram em versão única, trazendo uma farta lista de itens de série: dois airbags, ar-condicionado digital, CD player, computador de bordo, check control, quatro freios a disco com ABS e distribuição eletrônica de frenagem (EBD), sistema antiderrapagem ASR e rodas de alumínio 195/65 R15. Como opcionais havia airbags laterais dianteiro e traseiro, faróis de neblina, retrovisor interno eletrocrômico, sensor de aproximação traseira, disqueteira para CD, sensor de chuva no limpador de para-brisa dianteiro e faróis com acendimento automático. O teto panorâmico de vidro, hoje comum até no 208, estreou nela e tinha uma área de 1,33 m².
FLEX? NÃO, NÃO...
Na contramão do que se tornou normal justamente enquanto era vendida no Brasil, a 307 SW nunca teve uma versão flex. O motor sempre foi compartilhado com o irmão hatch, sendo um 2.0 16v de 138 cv (que virariam 143 na reestilização). Mas enquanto o restante da linha 307 ganhou motorização bicombustível, ela se manteve bebendo somente gasolina. E, em termos de câmbio, ela teve a opção de caixa auto-adaptativa de quatro marchas Tiptronic, que tinha trocas manuais a partir de 2003.
FIQUE DE OLHO
Além das peças com preço de importadas (o que demanda uma boa garimpada no mercado paralelo para achar algo mais em conta), a 307 SW pode apresentar problemas e alguns detalhes que vale conferir:
- Como é um carro baixo, observe se o para-choque dianteiro tem marcas de raspões em valetas e lombadas na parte inferior. Uma peça nova pode sair por mais de R$ 600.
- O marcador de combustível pode oscilar com facilidade quando houver menos de meio tanque. Se isso ocorrer é sinal de que o refil da bomba de gasolina pode estar queimado. Não custa lembrar que um novo na autorizada custa em torno de R$ 150.
- A junta do cabeçote pode apresentar vazamento e queda constante do nível do líquido de arrefecimento, gerando superaquecimentos. Uma junta mais grossa deve sair na faixa dos R$ 100.
- O câmbio pode apresentar trancos e lentidão nas saídas. Para resolver, pode ser necessário uma reprogramação da central eletrônica que controla o câmbio ou substituir um sensor e duas eletroválvulas que controlam a pressão do óleo. O serviço completo na autorizada custa R$ 900.
PREÇOS
Uma 307 SW ano 2006, já com a frente nova e na versão Féline, sai por R$ 24 mil. Com as revisões em ordem é uma ótima compra, além de ser mais equipada e ter melhor desempenho que quase todas as peruas novas do mercado nacional.
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